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MEDIAÇÃO NA APRENDIZAGEM

por Josadarc Pereira da Silva
Teacher explaining geometry as students engage in a modern classroom setting.

MEDIAÇÃO NA APRENDIZAGEM

Josadarc Pereira da Silva 1*

Profª. Drª. Cacilma Ferreira Lourenço. 2*

RESUMO

O presente trabalho, de abordagem qualitativa, de caráter exploratório e descritivo tem como temática principal a Mediação na aprendizagem, baseada na Teoria Sociocultural de Vygotsky e na Experiência de Aprendizagem Mediada, proposta por Reuven Feuerstein. O cenário é em uma escola pública de numa comunidade carênte no Distrito federal. Nesse contexto, a pesquisa busca refletir sobre o papel dos pais na educação: sua importância, práticas e estratégias, bem como os obstáculos e desafios que enfrentam. Além disso, o estudo propõe recomendações para fortalecer o apoio à aprendizagem no ambiente familiar, com o objetivo de minimizar as dificuldades no processo educacional dos alunos, tornando o ambiente doméstico um espaço mais acolhedor, adequado e produtivo para continuidade da aprendizagem e do processo educacional.

Palavras-Chave: teoria sociocultural, mediação, aprendizagem, educação, pais ou responsáveis.

INTRODUÇÃO

De acordo com Vygotsky, (1930) “A aprendizagem é uma experiência social que transforma a mente individual”.

A mediação na aprendizagem é um tema de grande relevância, especialmente em contextos de famílias carentes e escolas públicas. O cerne dessa abordagem é compreender como a participação ativa dos pais no processo educacional de seus filhos pode influenciar positivamente tanto o desempenho escolar quanto o desenvolvimento socioemocional das crianças.

Lev Vygotsky na sua teoria sociocultural da aprendizagem, enfatiza a importância da mediação na aquisição de conhecimento. Ele acreditava que a aprendizagem ocorre por meio da interação social e da mediação de ferramentas culturais, como linguagem, símbolos e artefatos.

No livro “A Formação Social da Mente” (1991) de Lev Vygotsky, uma das figuras mais proeminentes na teoria do desenvolvimento humano, a noção de mediação é fundamental. Vygotsky não aderia à teoria do aprendizado baseada na associação estímulo-resposta. Em vez disso, ele propunha que o indivíduo modifica ativamente a situação estimuladora como parte do processo de resposta, descrevendo essa dinâmica como “mediação”. Portanto, a mediação na aprendizagem não se limita a uma simples reação a estímulos externos, mas envolve uma interação ativa e consciente com o ambiente de aprendizagem.

O objeto de estudo seria a mediação dos pais na educação, examinando as práticas, estratégias e o impacto da participação parental no desempenho acadêmico e no desenvolvimento socioemocional das crianças. Esse objeto pode ser investigado por meio de métodos de coleta de dados, como entrevistas com pais e/ou educadores, observação de interações familiares, análise de materiais educacionais e questionários aplicados aos pais ou às próprias crianças.

A interação entre os pais e os estudantes, baseada nos princípios da teoria sociocultural de Vygotsky, permite a co-construção do conhecimento. Os pais atuam como facilitadores, ajudando os estudantes a atingir um nível de compreensão e desempenho que eles não seriam capazes de alcançar sozinhos. Essa mediação ajuda a expandir a zona de desenvolvimento proximal (ZDP) dos estudantes, que é a diferença entre o que eles podem fazer independentemente e o que podem alcançar com apoio.

  1. PROBLEMA

Salomon (2004, p.279) diz: “a pesquisa científica começa pelo problema (…). E problema é dúvida, é dificuldade, é quebra-cabeça, é curiosidade, é mistério, é assombro… “.

Partindo de um cenário realista e observável, é evidente que a maioria dos estudantes em comunidades carentes ou periféricas do Distrito Federal frequentam escolas públicas. Nessas instituições, é comum deparar-se com turmas frequentemente superlotadas, espaços físicos limitados e desafios para oferecer atenção individualizada devido a diversos fatores, como a falta de engajamento dos alunos, indisciplina e comportamento disruptivo, além da pressão do currículo e do tempo restrito. Adicionalmente, questões como o estresse decorrente de bullying e outras situações complexas exacerbam ainda mais o contexto educacional.

Essas escolas públicas enfrentam obstáculos estruturais significativos, incluindo a escassez de infraestrutura adequada, recursos limitados e turmas superlotadas. Tais condições não apenas dificultam a comunicação entre a instituição escolar e os pais, mas também prejudicam a qualidade do ensino e o suporte pedagógico disponível.

Segundo Stanovich, (1986) “Os problemas na aprendizagem podem ser exacerbados por fatores ambientais, como baixo nível socioeconômico, falta de acesso a recursos educacionais e experiências de ensino inadequadas. É crucial reconhecer e mitigar esses fatores externos para maximizar o potencial de sucesso acadêmico de todos os alunos, independentemente de suas dificuldades de aprendizagem”.

Nas comunidades carentes, as famílias frequentemente encaram desafios financeiros, têm acesso limitado a recursos educacionais e enfrentam restrições de tempo devido a jornadas de trabalho extensas ou múltiplas ocupações. Esses desafios tornam ainda mais difícil para os pais se envolverem na vida escolar de seus filhos, pois possuem menos disponibilidade para acompanhar as atividades escolares, participar de reuniões ou eventos na escola.

Para Lev Vygotsky (1926) “A aprendizagem é o produto de interações sociais e culturais”.

  1. JUSTIFICATIVA

A pesquisa relacionada à importância dos pais na educação dos filhos desempenha múltiplos papéis de suma relevância. Em primeiro lugar, ela contribui para o avanço do conhecimento científico e acadêmico nesse campo específico. Ao examinar os diversos aspectos da interação parental no processo educacional, como o grau de envolvimento dos pais, as estratégias de apoio adotadas e as interações familiares, os pesquisadores conseguem obter valiosas percepções sobre como otimizar a qualidade da educação e promover resultados positivos para as crianças.

De acordo com o entendimento de Sui-Chu & Willms (1996) “A participação dos pais na educação é um importante determinante do desempenho escolar e do bem-estar emocional dos alunos, independentemente do status socioeconômico ou do nível educacional dos pais. Quando os pais estão ativamente envolvidos na educação de seus filhos, isso cria um ambiente de apoio e responsabilidade compartilhada que impulsiona o sucesso acadêmico e pessoal”.

Para Henderson & Mapp (2002) “a participação dos pais vai além de simplesmente comparecer a reuniões escolares; envolve uma parceria significativa entre escola e família, baseada na confiança, comunicação aberta e respeito mútuo. Quando os pais se sentem valorizados e capacitados como parceiros na educação de seus filhos, isso fortalece o vínculo entre casa e escola e promove melhores resultados acadêmicos e sociais”.

  1. OBJETIVO GERAL

  1. ENTENDER A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA EDUCAÇÃO COM A MEDIAÇÃO NA APRENDIZAGEM

Os progenitores exercem um papel vital na instrução de seus filhos, sendo reconhecidos como os primeiros e principais facilitadores no processo educacional. Suas interações, suporte e envolvimento ativo podem ter um impacto significativo nos resultados educativos e no desenvolvimento pessoal das crianças.

“Os pais desempenham um papel importante na mediação da aprendizagem ao fornecerem modelos e recursos para o desenvolvimento acadêmico de seus filhos” (VYGOTSKY, 1978, p. 163).

Quando se analisam as práticas e estratégias adotadas pelos pais, é crucial considerar uma variedade de elementos. Isso engloba a criação de um ambiente favorável à aprendizagem em casa, a implementação de rotinas, a disponibilidade de recursos educativos apropriados e a promoção de atividades de aprendizado suplementares.

Os pais podem adotar medidas como a leitura para as crianças desde cedo, estimular o gosto pela leitura, auxiliar nas tarefas escolares, incentivar a curiosidade, propor desafios e dialogar sobre as experiências de aprendizado dos filhos. No entendimento de Lev Vygotsky (1935) “A aprendizagem é um processo de participação guiada em atividades culturalmente significativas”.

Compreender a influência da mediação na aprendizagem envolve analisar as práticas e estratégias dos pais e seus impactos no desempenho acadêmico e no desenvolvimento global das crianças. A mediação eficaz dos pais cria um ambiente de aprendizagem estimulante, fortalece os laços familiares e contribui para o crescimento e sucesso dos indivíduos ao longo de suas jornadas educacionais e além delas.

  1. OBJETIVOS ESPECIFICOS

  1. IDENTIFICAR A PERCEPÇÃO DOS PAIS NA MEDIAÇÃO

Compreender a visão dos pais sobre a relevância de sua participação ativa na educação de seus filhos e o efeito que a mediação pode ter no rendimento escolar dos filhos é essencial. A participação dos pais na educação dos filhos é vista como um elemento crucial para o êxito escolar e o desenvolvimento integral das crianças. Quando os pais participam ativamente do processo educacional, isso pode ter um impacto significativamente positivo no desempenho acadêmico e na motivação dos filhos para aprender.

“A aprendizagem é um processo contínuo que ocorre em múltiplos contextos, e a mediação dos pais desempenha um papel crucial na promoção desse processo” (BRUNER, 1983, p. 45).

Ao explorar a visão dos pais sobre sua participação ativa, é possível obter informações úteis sobre sua compreensão e convicções em relação ao papel que desempenham na educação de seus filhos. Muitos pais entendem a importância de sua influência e estão dispostos a se envolver ativamente para apoiar o sucesso acadêmico de seus filhos.

“A mediação na aprendizagem proporciona oportunidades para os pais guiarem seus filhos na aquisição de conhecimento, estimulando a curiosidade e a investigação” (VYGOTSKY, 1978, p. 203).

Identificar a visão dos pais sobre a importância de sua participação ativa na educação dos filhos e o impacto que a mediação pode ter no desempenho acadêmico é fundamental para entender suas atitudes, crenças e motivações. Essa compreensão permite desenvolver estratégias eficazes de engajamento dos pais e fortalecer a colaboração entre pais e educadores, visando melhorar a experiência educacional e promover o sucesso dos alunos.

  1. CONHECER AS PRÁTICAS E ESTRATÉGIAS USADAS PELOS PAIS NA MEDIAÇÃO

Os pais podem empregam uma variedade de práticas e estratégias para apoiar a aprendizagem de seus filhos. Isso pode incluir a criação de um ambiente propício para o estudo em casa, estabelecendo rotinas de estudo, fornecendo recursos educacionais adequados, auxiliando nas tarefas escolares e participando ativamente das atividades escolares.

“A mediação não se limita ao ambiente escolar; ela pode e deve ocorrer em todos os aspectos da vida cotidiana, proporcionando oportunidades para o aprendizado contínuo e o desenvolvimento pessoal.” (FEUERSTEIN, 2002, p. 95).

O que uma criança pode fazer hoje com ajuda, poderá fazer isso sozinha amanhã. A verdadeira direção do desenvolvimento do pensamento não é do indivíduo para o social, mas do social para o indivíduo.

Fatores sociais e culturais também podem influenciar as práticas e estratégias dos pais. Diferentes contextos familiares, expectativas culturais e barreiras linguísticas podem afetar a forma como os pais se envolvem na aprendizagem de seus filhos.

Existem várias práticas e estratégias que os pais podem adotar para apoiar a aprendizagem de seus filhos. Algumas delas incluem:

  1. Estabelecer um ambiente propício para o estudo em casa: Os pais podem criar um espaço tranquilo e organizado em casa, com acesso a materiais educacionais, como livros, lápis, papel e computadores. Isso proporciona um ambiente propício para a concentração e o estudo dos filhos.

  2. Estabelecer rotinas de estudo: Ter uma rotina regular de estudo ajuda as crianças a desenvolverem hábitos saudáveis de estudo. Os pais podem estabelecer horários fixos para as tarefas escolares e incentivar a consistência e a disciplina.

  3. Fornecer suporte emocional: Os pais podem criar um ambiente emocionalmente seguro, encorajador e positivo, onde os filhos se sintam à vontade para expressar suas preocupações e buscar ajuda quando necessário, em caso de bullyng, agressão física ou psíquica, entre outras situações. O apoio emocional dos pais é fundamental para promover a confiança e a motivação dos filhos na aprendizagem.

  4. Participar das atividades escolares: Os pais podem se envolver ativamente nas atividades escolares, como reuniões de pais e professores, eventos escolares e apresentações. Isso demonstra interesse e apoio aos filhos, além de fortalecer a parceria entre a família e a escola.

  5. Estimular a leitura: Os pais podem incentivar o hábito da leitura, seja lendo para os filhos em idade mais jovem, seja incentivando a leitura independente à medida que crescem. Eles podem fornecer acesso a uma variedade de livros e discutir as histórias com os filhos para promover a compreensão e o pensamento crítico.

  6. Envolver-se nas tarefas escolares: Os pais podem ajudar os filhos com as tarefas escolares, fornecendo orientação e esclarecimentos quando necessário. No entanto, é importante encorajar a independência e o desenvolvimento das habilidades de resolução de problemas dos filhos, permitindo que eles realizem as tarefas por conta própria, quando possível.

  7. Estabelecer comunicação com os professores/coordenadores: Manter uma comunicação aberta e regular com os professores é crucial para entender o progresso e as necessidades educacionais dos filhos. Os pais podem participar de reuniões, trocar e-mails ou fazer uso de aplicativos e plataformas escolares para se manterem informados sobre o desempenho acadêmico dos filhos.

  8. Promover a aplicação prática do conhecimento: Os pais podem ajudar os filhos a relacionar o que estão aprendendo na escola com situações do mundo real. Eles podem incentivar a aplicação prática do conhecimento por meio de projetos, discussões em família e visitas a museus, exposições e outros locais que enriqueçam a experiência educacional.

  9. Valorizar o esforço e o progresso: Reconhecer e valorizar o esforço e o progresso dos filhos é fundamental para motivá-los e fortalecer sua autoconfiança. Os pais podem elogiar os esforços empenhados nas tarefas escolares e celebrar as conquistas, mesmo que sejam pequenas.

  10. Ser modelo de aprendizagem: Os pais podem ser modelos de aprendizagem para os filhos, demonstrando entusiasmo pela aquisição de conhecimento, buscando seu próprio desenvolvimento pessoal e mostrando a importância da educação contínua.

Ao descobrir essas práticas e estratégias utilizadas pelos pais, é possível compartilhar essas informações com outros pais, educadores e profissionais da área, a fim de promover uma mediação mais eficaz da aprendizagem e proporcionar um ambiente de apoio e incentivo para o desenvolvimento educacional dos filhos.

  1. DESCOBRIR AS BARREIRAS E DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS PAIS NA MEDIAÇÃO

Ao compreender essas barreiras e desafios, é possível desenvolver estratégias de apoio e recursos específicos para capacitar os pais na mediação na aprendizagem. Isso pode incluir a oferta de programas de capacitação para pais, criação de redes de apoio e parceria entre escola e comunidade, fornecimento de materiais educacionais acessíveis e culturalmente relevantes, e a adoção de abordagens inclusivas e sensíveis à diversidade cultural e linguística.

Identificar as barreiras e desafios enfrentados na mediação na aprendizagem é essencial para entender os obstáculos que podem limitar sua participação efetiva no processo educacional dos filhos. Ao identificar essas barreiras, é possível desenvolver estratégias e recursos para superá-las e fortalecer a parceria entre pais, escola e comunidade na promoção do sucesso acadêmico das crianças.

Algumas das principais barreiras e desafios enfrentados pelos pais com a mediação na aprendizagem incluem:

  1. Falta de tempo: Muitos pais enfrentam restrições de tempo devido a sobrecarga de responsabilidades profissionais, familiares e pessoais. A falta de tempo pode dificultar sua capacidade de se envolver ativamente nas atividades escolares e de acompanhar o progresso acadêmico dos filhos.

  2. Falta de conhecimento ou habilidades: Alguns pais podem se sentir inseguros em relação ao conteúdo acadêmico ou às habilidades necessárias para apoiar efetivamente seus filhos na aprendizagem. A falta de familiaridade com certos conceitos e abordagens educacionais pode gerar insegurança e dificuldade em oferecer suporte adequado.

  3. Distrações digitais: A proliferação de dispositivos eletrônicos e mídias sociais pode distrair as crianças e dificultar o foco na aprendizagem, exigindo uma vigilância constante por parte dos pais.

  4. Dificuldades Econômicas: A falta de recursos financeiros pode limitar o acesso a materiais educacionais, livros, recursos online e atividades extracurriculares ou aulas de reforço, que possam enriquecer a aprendizagem dos filhos.

  5. Dificuldades de Comunicação: A comunicação efetiva entre pais e filhos é fundamental para uma mediação adequada na aprendizagem. No entanto, alguns pais podem enfrentar dificuldades de comunicação com os filhos, seja devido desafios emocionais, como estresse, falta de confiança, problemas de relacionamento ou simplesmente pela falta de diálogo aberto e sincero.

Nas palavras de Nelson Mandela (2003) “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo. Ela tem o poder de transformar mentes, abrir portas para oportunidades e inspirar mudanças positivas na sociedade. Quando investimos na educação das gerações futuras, estamos investindo no potencial ilimitado de um futuro mais brilhante e equitativo para todos.”

  1. METODOLOGIA

A pesquisa terá uma abordagem exploratória e descritiva, com foco na compreensão contemporânea das práticas de mediação dos pais na aprendizagem dos filhos. A abordagem qualitativa será utilizada, permitindo explorar as perspectivas, significados e experiências dos pais, bem como os contextos sociais e culturais em que ocorre a mediação.

A coleta de dados será realizada por meio de entrevistas, questionários, enquetes, observação ou uma combinação de diferentes métodos individuais ou em grupo com os pais, o que permitirá obter informações detalhadas sobre suas práticas de mediação. Além disso, observações indiretas e análise de documentos, como registros ou materiais de apoio utilizados pelos pais, também podem ser realizadas para enriquecer a compreensão do fenômeno.

Para a análise dos dados qualitativos, serão aplicadas técnicas de análise de conteúdo, que envolvem a identificação de temas, categorias e padrões emergentes a partir das entrevistas, questionários, enquetes, observação ou uma combinação de diferentes métodos e análise dos documentos. Isso permitirá uma interpretação aprofundada dos significados e experiências dos pais em relação à mediação na aprendizagem. Além disso, para uma descrição mais abrangente das práticas de mediação, os dados também serão analisados de forma descritiva.

  1. REVISÃO TEÓRICA

  1. TEORIA SOCIOCULTURAL DE LEV VYGOTSKY

Lev Semionovitch Vygotsky (também transliterado como Vigotski, Vygotski ou Vygotsky) foi um renomado psicólogo e teórico da educação, russo e soviético, nascido em 17 de novembro de 1896 em Orsha, Império Russo (atual Bielorrússia), e falecido em 11 de junho de 1934 em Moscou, União Soviética1. Ele é conhecido por ser o proponente da Psicologia histórico-cultural.

Vygotsky foi pioneiro no conceito de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações sociais e condições de vida. Ele acreditava que o aprendizado pode ser influenciado por questões sociais, políticas, culturais e econômicas.

Na nossa teoria, o desenvolvimento mental ser pode entre só compreendido a pessoa é visão como de um sistema social e cultural. (VYGOTSKY, 1978, p. 15). 89).

“A Formação Social da Mente” (1930): Neste livro, Vygotsky apresenta sua teoria sociocultural da mente e da aprendizagem. Ele discute como a aprendizagem é mediada por meio da interação social e do uso de ferramentas culturais. Vygotsky enfatiza a importância dos mediadores sociais, como pais, professores e pares, no processo de aprendizagem.

“A mediação social é essencial para o desenvolvimento cognitivo, pois é através da interação com outros membros mais experientes da sociedade que a criança internaliza novos conceitos e habilidades.” (VYGOTSKY, 1986, p. 112)

Segundo Vygotsky, a aprendizagem não ocorre apenas por meio de processos internos individuais, mas é fortemente influenciada pela interação com outras pessoas e com o ambiente social.

  1. MEDIAÇÃO NA APRENDIZAGEM (VYGOTSKY)

A Mediação na aprendizagem é um conceito central na Teoria Sociocultural de Vygotsky. Segundo Vygotsky, a aprendizagem é uma experiência social, mediada pela interação entre a linguagem e a ação. Ele acreditava que o desenvolvimento cognitivo dos indivíduos é fortemente influenciado pelo contexto cultural e social em que estão inseridos.

“A mediação é um processo essencial não é desenvolvimento da aprendizagem, facilitando a construção de significados e a internalização do conhecimento” (VYGOTSKY, 1978, p. 15). 86).

Na visão de Vygotsky, a relação do homem com o mundo não ocorre diretamente, mas de forma mediada e complexa. A mediação estabelece uma ligação, onde o signo, a atividade e a consciência interagem socialmente. Isso significa que a aprendizagem ocorre quando uma pessoa (o mediador) orienta outra (o aprendiz) através de uma tarefa ou conceito.

“A mediação na aprendizagem permite que os pais auxiliem seus filhos na compreensão de conceitos complexos, adaptando-se às necessidades individuais de cada criança” (VYGOTSKY, 1978, p. 124).

Na perspectiva de Vygotsky, os pais têm um papel crucial como mediadores no processo de aprendizagem de seus filhos. Eles podem fornecer suporte, orientação e desafios apropriados para ajudar a criança a avançar em seu desenvolvimento cognitivo. Por meio de interações sociais de qualidade, os pais podem estimular a curiosidade, a exploração e a resolução de problemas, promovendo a construção do conhecimento de maneira significativa.

Os pais podem atuar como mediadores ao oferecerem suporte verbal e emocional, compartilhando informações, ensinando estratégias e fornecendo feedback construtivo. Eles podem ajustar suas interações e instruções de acordo com as necessidades e o nível de desenvolvimento de seus filhos, ajudando-os a avançar gradualmente em direção a um entendimento mais complexo.

Vygotsky (1999, p. 117) fala que “o bom aprendizado é somente aquele que se adianta ao desenvolvimento”.

  1. EXPERIÊNCIA DE APRENDIZAGEM MEDIADA (EAM).

Reuven Feuerstein, um renomado psicólogo do desenvolvimento, nascido na Romênia em 1921. Sob a orientação de Piaget, ele obteve seu pós-doutorado e colaborou com personalidades notáveis como André Rey, Jung e Jasper. A partir de 1964, ele liderou um instituto de pesquisa, que é agora conhecido como Centro Internacional para o Desenvolvimento do Potencial de Aprendizagem (ICELP), localizado em Israel. Após sua morte em 2014, seu filho Rafi Feuerstein assumiu a administração do instituto.

Segundo Meier & Garcia (2008), Feuerstein dedicou sua carreira profissional ao atendimento de crianças com dificuldades de aprendizagem e problemas sérios de desenvolvimento. Ele educou crianças que foram vítimas do Holocausto e que, na época, eram classificadas como mentalmente retardadas. Essa experiência o inspirou a se dedicar ao estudo da avaliação e da inteligência de crianças com dificuldades de aprendizagem, com o objetivo de demonstrar que todos são capazes de aprender.

Uma mediação é processo o processo pelo qual um mediador a influenciado, porem suas crenças, atitudes e valores, intervém em uma situação de ensino-aprendizagem para aumentar a eficácia da interação entre o aprendiz e o ambiente. (FEUERSTEIN, 1980, p. 15). 27)

Dentre suas contribuições, Feuerstein criou o Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI) e a Abordagem da Avaliação do Potencial de Aprendizagem (LPAD). A partir desses trabalhos, surgiram os conceitos de teoria da modificabilidade estrutural e a experiência de aprendizagem mediada.

Feuerstein acreditava que a mediação é um elemento crucial no processo de aprendizagem, pois possibilita a transformação do indivíduo em seus aspectos socioemocionais, afetivos e cognitivos. Isso permite superar obstáculos como as dificuldades de aprendizagem, tornando-se uma estratégia efetiva no ambiente escolar.

“A modificabilidade cognitiva estrutural é um processo dinâmico e contínuo, no qual a mediação desempenha um papel crucial na promoção do desenvolvimento cognitivo e na superação de obstáculos à aprendizagem.” (Feuerstein, 2000, p. 78)

De acordo com Feuerstein, Rand, Hofman e Miller (1980), a Experiência de Aprendizagem Mediada (EAM) se refere:

Ao processo pelo qual os estímulos do ambiente são transformados por um mediador. Este mediador, orientado por suas intenções, cultura e investimento emocional, seleciona e organiza o mundo de estímulos para a criança. O mediador escolhe os estímulos mais adequados e os molda, filtra e programa. Ele determina a presença ou ausência de certos estímulos e ignora outros (FEUERSTEIN, RAND, HOFMANN & MILLER, 1980, p. 15-16).

Portanto, segundo Feuerstein (1980), o mediador tem a função de intervir entre o indivíduo e os diversos estímulos apresentados pelo ambiente, permitindo que esses estímulos sejam percebidos pelo indivíduo de maneira distinta do que se estivessem apenas expostos a eles, sem a intervenção de um mediador.

Nessa visão, a Experiência de Aprendizagem Mediada em sala de aula visa afetar a estrutura interna do indivíduo, possibilitando ao aluno a compreensão dos conteúdos, além de favorecer o desenvolvimento de sua autonomia. Isso o torna capaz de selecionar, classificar e organizar os estímulos, beneficiando-se deles para seu desenvolvimento cognitivo.

“A mediação eficaz na aprendizagem implica em reconhecer as diferenças individuais de cada aluno e adaptar as estratégias de ensino para atender às suas necessidades específicas.” (FEUERSTEIN, 1992, p. 62).

Segundo Feuerstein (1994), a experiência de aprendizagem funciona assim: primeiro, existem os estímulos externos, depois vem o mediador humano, que seleciona e organiza esses estímulos. Em seguida, temos o organismo humano que recebe esses estímulos, e por fim, o organismo emite uma resposta após processar a informação.

  1. A MODIFICABILIDADE COGNITIVA ESTRUTURAL

O conceito desenvolvido por Reuven Feuerstein, refere-se à capacidade de uma pessoa de mudar e aprimorar sua estrutura cognitiva ao longo do tempo. Feuerstein sempre enfatizou que as pessoas não nascem com uma capacidade cognitiva fixa, significando que a inteligência pode ser desenvolvida e modificada ao longo da vida. Para ele, os seres humanos estão sempre abertos a mudanças em qualquer momento de seu desenvolvimento.

Feuerstein utilizou do conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal de Vygotsky para ilustrar o papel do mediador no sentido de instrumentalizar progressivamente o mediado, de modo intencional e planejado. No entanto, o valor que Feuerstein dá para o ato de instrumentalização e, logo, para a função do mediador, abarca e vai além do sentido dado por Vygotsky, na medida em que instrumentalizar, para Feuerstein, implica uma série de posturas e ações específicas do mediador com vistas, sobretudo, ao desenvolvimento da modificabilidade cognitiva estrutural, pela ativação de funções cognitivas e operações mentais (MEIER e GARCIA, 2008).

Feuerstein constrói sua teoria com base na crença de que todos têm a capacidade de mudar e que não se deve limitar o desenvolvimento cognitivo de ninguém, nem rotular indivíduos sem entender completamente suas circunstâncias de vida. Na educação cotidiana, é comum ouvir que um aluno tem “potencial” ou que ele pode alcançar determinadas metas de aprendizagem ou desenvolver habilidades específicas se tiver motivação.

No entanto, é crucial considerar os alunos que enfrentam dificuldades de aprendizagem, seja por razões genéticas, biológicas ou sociais, já que para eles essa condição é mais desafiadora. Portanto, a mediação, como proposta por Feuerstein, é vista como uma estratégia pedagógica importante para os professores lidarem com esses desafios.

De acordo com Meier (2015), quando o professor utiliza a experiência de aprendizagem mediada de forma consciente, seguindo os critérios de intencionalidade/reciprocidade, transcendência e significado do conteúdo para a vida do estudante, fará com que processos mentais sejam utilizados, que sem a ajuda do mediador não seriam possíveis. São exatamente esses estímulos provocados pelo mediador que encorajam o aluno a ir além, sair de sua zona de conforto e, consequentemente, gerar aprendizado.

A habilidade de uma pessoa de sair da zona de conforto, utilizando seu potencial e força interna para se transformar e reinterpretar diferentes conceitos, noções, competências e habilidades com a ajuda de um mediador, é a essência da teoria da modificabilidade estrutural proposta por Feuerstein.

Feuerstein (1980) acreditava que o cérebro humano possui uma grande plasticidade e flexibilidade, podendo ser estimulado a desenvolver competências e habilidades anteriormente não alcançadas. Esta capacidade do ser humano de modificar sua estrutura cognitiva, adaptando-se às diferentes situações da sociedade, não apenas aquelas que ocorrem através da simples convivência com os outros ou da maturação natural, mas através da ação de um mediador que estimula os insights da estrutura mental, é o que distingue o ser humano dos outros animais. Quanto mais estímulos o cérebro receber, maior será a capacidade de transformação e aprendizagens significativas que o indivíduo poderá alcançar.

Nesse contexto, podemos apontar Prieto (1992), que define critérios de modificações relacionadas ao conceito de estrutura cognitiva do individuo:

A relação parte-todo, onde a melhoria de uma função específica do pensamento afetará o desenvolvimento cognitivo do indivíduo; A própria transformação realizada através do uso e desenvolvimento de operações mentais e funções cognitivas; e a continuidade e autoperpetuação – as mudanças que ocorrem na estrutura cognitiva que se perpetuam na conduta interiorizada. (PRIETO, 1992, p. 29).

Levando em conta esses conceitos, fica evidente que a modificabilidade cognitiva estrutural é resultado da prática de mediação. Essa mediação é caracterizada pela resposta dada pelo indivíduo após a aplicação dos estímulos e critérios de mediação sobre uma ação específica proposta pelo mediador.

Segundo Meier e Garcia (2008), a Modificabilidade Cognitiva Estrutural é a teoria que descreve a capacidade única do ser humano de alterar suas habilidades cognitivas. O princípio orientador dessa teoria é o processo de aprendizagem por meio de mediadores, que trabalham com a didática sempre levando em consideração o contexto de vida do mediado.

Reuven Feuerstein, Yaakov Rand e Mildred B. Hoffman, em seu livro “The Dynamic Assessment of Retarded Performers: The Learning Potential Assessment Device, Theory, Instruments, and Techniques”, publicado em 1979, desenvolveram a teoria da aprendizagem mediada. Essa teoria enfatiza o papel do mediador, neste caso os pais, na promoção do desenvolvimento cognitivo. A teoria destaca a importância de fornecer suporte adequado e desafios apropriados para estimular o aprendizado.

Segundo Feuerstein e seus colaboradores, o aprendizado não ocorre apenas por meio de fatores internos ao indivíduo, mas também é influenciado pelo ambiente e pela interação social. A teoria da aprendizagem mediada enfoca a importância do mediador, que pode ser um adulto, como os pais, ou um professor, no processo de aprendizagem.

“Instrumental Enrichment: An Intervention Program for Cognitive Modifiability” (1980): Este livro apresenta o programa de Enriquecimento Instrumental (EI), desenvolvido por Feuerstein e seus colaboradores. O EI é um programa estruturado que busca mediar a aprendizagem e promover a modificabilidade cognitiva em indivíduos, especialmente aqueles com dificuldades de aprendizagem. Ele fornece estratégias e técnicas para desenvolver habilidades cognitivas, como pensamento crítico, solução de problemas e metacognição.

A teoria da aprendizagem mediada destaca a importância de fornecer suporte adequado, adaptado às necessidades e ao nível de desenvolvimento da criança. Isso inclui fornecer instruções claras, modelar estratégias de resolução de problemas, encorajar a autonomia e oferecer feedback construtivo.

“A aprendizagem não ocorre apenas através da exposição passiva aos estímulos, mas sim através de uma interação ativa e mediada que promove a modificabilidade cognitiva estrutural.” (FEUERSTEIN, 1990, p. 45)

  1. CONCLUSÃO E SUGESTÕES

Após vários semestres de avaliações, entrevistas, questionários, enquetes, observações individuais ou em grupo, além de observações indiretas e análise de documentos, registros, materiais etc, percebemos as seguintes situações do universo de informações:

Quanto a algumas ou principais praticas e estratégias adotadas pelos pais ou responsáveis no processo educacional, temos os pontos positivos em que cerca de 50% valorizam o esforço e progresso de aprendizagem dos filhos e os ajudam a relacionar o conteúdo com situações reais, entorno de 40% propicia ambiente de estudo e tem conversar sobre bullying, etc (suporte emocional), sendo que 25% tem horário de tarefas, leitura e ajuda. E o ponto negativo observado foi que 100% pais ou responsável NÃO são exemplo de estudo ou de busca de conhecimentos para os filhos.

Segundo Benjamin Franklin (1706-1790) “As palavras podem ensinar, mas os exemplos arrastam”.

Ainda no tocante as praticas e estratégias relacionadas à ajuda nas tarefas ou leitura, ficou notório que 100% da responsabilidade é atribuída ou realizada pela figura materna e que entorno de 20% dos casos são realizados ou atribuídos a figura paterna.

Quanto a algumas ou principais barreiras e desafios enfrentados pelos pais ou responsáveis no processo educacional, temos as seguintes situações ou problemas constatados, 50% alegam falta de tempo (devido a sobrecargas profissionais, familiares e pessoais) e distrações digitais (como jogos, whatsapp, redes sociais etc), 20% alegam falta de conhecimentos e 10% tem dificuldades econômicas ou de relacionamento.

Quanto ao envolvimento dos pais ou responsáveis na educação das crianças, é importante que eles se sintam mais conectados e motivados a participar ativamente da educação dos filhos. Oferecer orientações e recursos educacionais pode ser uma estratégia eficaz. Além disso, a mediação e conciliação escolar podem ensinar os alunos a lidar com conflitos de maneira construtiva, desenvolvendo habilidades sociais e emocionais importantes para a vida. Essas abordagens também fortalecem a relação entre alunos, professores e pais, criando um ambiente de colaboração e respeito mútuo.

Para fortalecer a mediação da aprendizagem e envolver os pais de forma mais efetiva na educação dos filhos, recomenda-se estabelecer uma parceria entre pais, escola e comunidade, promovendo uma comunicação aberta e regular. Além disso, oferecer oportunidades de capacitação para os pais, fornecer materiais e recursos educacionais acessíveis, estimular a leitura em família e incentivar a participação dos pais nas atividades escolares são práticas fundamentais. Criar espaços para troca de experiências entre os pais, valorizar e reconhecer seu papel na aprendizagem dos filhos, e promover uma cultura de apoio mútuo entre os pais também são medidas importantes para fortalecer o envolvimento parental na educação.

Essas proposições sobre o tema, visam não apenas fortalecer a relação entre pais e escola, mas também potencializar o apoio dos pais no processo educacional de seus filhos, contribuindo para um desenvolvimento acadêmico e pessoal mais efetivo.

Para Kofi Annan (2003) “A educação é a única arma verdadeira contra a pobreza, a ignorância e o extremismo. Ela capacita as pessoas a desafiar preconceitos, a buscar soluções criativas para problemas complexos e a construir um mundo mais inclusivo e pacífico. Quando priorizamos a educação como uma prioridade global, estamos investindo na construção de um futuro mais seguro e próspero para todos”.

  1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (em ordem alfabética)

Vygotsky, L. S. (1978). Mind in Society: The Development of Higher Psychological Processes. Harvard University Press.

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1* Josadarc Pereira da Silva.

2** Profª. Drª. Cacilma Ferreira Lourenço.

Arquivo – 02 – ARTIGO – Mediação na Aprendizagem Pronto

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