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Uma abordagem à luz da percepção da discalculia no cotidiano escolar dos professores de matemática da escola estadual dr. augusto mariani em andradina, estado de são paulo.

por Moises da Silva
Uma abordagem à luz da percepção da discalculia no cotidiano escolar dos professores de matemática da escola estadual dr. augusto mariani em andradina, estado de são paulo.

MOISÉS DA SILVA

UMA ABORDAGEM À LUZ DA PERCEPÇÃO DA DISCALCULIA NO COTIDIANO ESCOLAR DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA DA ESCOLA ESTADUAL Dr. AUGUSTO MARIANI EM ANDRADINA, ESTADO DE SÃO PAULO.

ANDRADINA,SP

2022 

UMA ABORDAGEM À LUZ DA PERCEPÇÃO DA DISCALCULIA NO COTIDIANO ESCOLAR DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA DA ESCOLA ESTADUAL Dr. AUGUSTO MARIANI EM ANDRADINA, ESTADO DE SÃO PAULO.
Moisés da Silva *

RESUMO – Objetivou-se com o trabalho diagnosticar o conhecimento dos professores da Escola Estadual Dr. Augusto Mariani, em Andradina, interior do Estado de São Paulo, em relação à discalculia e aos tipos de discalculia, segundo artigo Developmental Dyscalculia (1974), publicado no Journal of Learning Disabilities, no qual Ladislav Kosc apresenta uma classificação que engloba seis tipos de discalculia do desenvolvimento. Para tanto, a metodologia adotada no presente trabalho baseou-se a princípio em uma pesquisa de campo por meio de uma questionário contendo 6 situações de Ensino-aprendizagem e 14 questões concernentes às 6 situações de aprendizagem propostas por Kosc, , tendo como questionamentos para essas situações as características do tipo de Discalculia apresentada pelo autor. O questionário foi feito no Google Form e enviado por WhatsApp aos 10 professores de Matemática da escola tanto do Ensino Fundamental II quanto do Ensino Médio, à professora da Sala de Recursos e ao professor coordenador da área de Matemática, bem como uma revisão sistemática da Literatura recente, concernente à temática Discalculia e sua significação com o quotidiano do professor de Matemática. A pesquisa se deu entre os dias 23/03 a 04/04 de 2021 para obtenção dos resultados que foram tabulados, interpretados e descritos em consonância com as transcrições das entrevistas
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Palavras-Chave: Matemática, Discalculia, Ensino, Aprendizagem.

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AN APPROACH IN THE LIGHT OF THE PERCEPTION OF DYSCALCULIA IN SCHOOL EVERYDAY LIFE OF MATHEMATICS TEACHERS AT THE STATE SCHOOL Dr. AUGUSTO MARIANI IN ANDRADINA, STATE OF SÃO PAULO.

Moisés da Silva *

ABSTRACT – The objective of this work was to diagnose the knowledge of teachers at Escola Estadual Dr. Augusto Mariani, in Andradina, in the interior of the State of São Paulo, in relation to dyscalculia and types of dyscalculia, according to the article Developmental Dyscalculia (1974), published in the Journal of Learning Disabilities, in which Ladislav Kosc presents a classification that encompasses six types of developmental dyscalculia. Therefore, the methodology adopted in the present work was based at first on a field research through a questionnaire containing 6 teaching-learning situations and 14 questions concerning the 6 learning situations proposed by Kosc, having as questions for these situations the characteristics of the type of Dyscalculia presented by the author. The questionnaire was made in Google Form and sent by WhatsApp to the 10 Mathematics teachers of the school both of Elementary School II and of High School, to the teacher of the Resource Room and to the coordinator teacher of the Mathematics area, as well as a systematic review of the Literature. concerning the theme Dyscalculia and its significance with the daily life of the Mathematics teacher. The research took place between 03/23 to 04/04, 2021 to obtain the results that were tabulated, interpreted and described in line with the transcripts of the interviews
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Keywords: Mathematics, Dyscalculia, Teaching, Learning.

1. INTRODUÇÃO

Sabe-se que a Matemática passou a compor a grade curricular escolar no final do século XVIII com o advento da Revolução industrial, porém currículos e livros didáticos são elaborados com fundamentos na formalização e no raciocínio dedutivo do Grego Euclides (séc. III a.C.), importante para compreender a Matemática, contudo inadequado às aulas na Educação Básica.
No século XX, com a eclosão das duas grandes Guerras Mundiais, a Matemática evolui e passa a ter maior importância na escola, ainda que continue distante da vida do aluno.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), várias foram as reformas curriculares no Brasil ao longo dos tempos, no entanto nos anos 20 do século XX, os movimentos que ocorreram em esfera nacional concernentes à reorientação curricular não foram assertivos o suficiente para mudar a prática docente de carácter elitista.
Na década de 60, dá-se o surgimento da Matemática Moderna, baseada na teoria dos conjuntos, com foco em procedimentos abstratos, porém com exclusão da Geometria. Ainda nos anos 70. Inicia-se o Movimento de Educação Matemática, com participação de professores do mundo todo, organizados em grupos de estudo e pesquisa, quando há a descoberta de como se dá a construção do conhecimento matemático na criança, e passam a estudar formas alternativas de avaliação.
Nos anos 80, o foco do ensino da Matemática era a resolução de problemas, com proposta recomendada pelo documento “Agenda par ação”.
Na década de 90, no Brasil, lançam-se os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para as oito séries do Ensino Fundamental, sendo que os professores brasileiros do Movimento de Educação Matemática elaboram o capítulo dedicado à disciplina de Matemática.
Conforme os PCNs, ainda são os melhores instrumentos de orientação aos professores numa nova práxis, visando ao combate do fracasso escolar, causado pela desmotivação do alunado em sala de aula, porquanto o que se está sendo ensinado não faz sentido algum ao que ele almeja, uma vez que não é feito a problematização do que se ensina tampouco não há aplicabilidade no cotidiano
Levando em conta fatores históricos já discorridos bem como outra agravante, diante da realidade educacional que os transtornos de aprendizagem fazem com que as dificuldades de aprendizagem da matemática aumentam ao após ano.
Segundo Lución (2010,p. 05) em estudo relacionado ás dificuldades de aprendizagem
“os distúrbios de aprendizagem causam prejuízos significativos em anos específicos tais como na leitura (dislexia), na Matemática (discalculia), escrita (disgrafia) entre outros casos. Porém o distúrbio específico não compromete as demais aréas do desenvolvimento. Os distúrbios constituem-se na dificuldade específica em realizar cálculos e operações que exijam raciocínio lógico-matemático.”

Consoante Garcia (1998) as dificuldades matemáticas podem estar ligadas à Discalculia, um Transtorno de Aprendizagem causado pela má formação neurológica que se apresenta como uma dificuldade para as crianças, jovens ou adultos ao realizar operações matemáticas, classificar números e cálculos em sequência.
Considerando esse dado, este trabalho visou a buscar uma abordagem concernente à discalculia, baseando o foco de estudo no quotidiano do trabalho dos 11 professores de Matemática e da professora da Sala de Recursos da Escola Estadual Dr. Augusto Mariani em Andradina, interior do Estado de São Paulo.
Objetivou-se com o trabalho diagnosticar o conhecimento dos professores da Unidade Escolar em relação à discalculia e aos tipos de discalculia, segundo artigo Developmental Dyscalculia (1974), publicado no Journal of Learning Disabilities, no qual Ladislav Kosc apresenta uma classificação que engloba seis tipos de discalculia do desenvolvimento.
Para tanto, a metodologia adotada no presente trabalho baseou-se a princípio em uma pesquisa de campo por meio de uma questionário contendo 6 situações de Ensino-aprendizagem e 14 perguntas, feito no Google Form e enviado por WhatsApp aos 10 professores de Matemática da escola tanto do Ensino Fundamental II quanto do Ensino Médio, à professora da Sala de Recursos e ao professor coordenador da área de Matemática, bem como uma revisão sistemática da Literatura recente, concernente à temática Discalculia e sua significação com o quotidiano do professor de Matemática.
A pesquisa se deu entre os dias 23/03 a 04/04 de 2021 para obtenção dos resultados que foram tabulados, interpretados e descritos em consonância com as transcrições das entrevistas.

2. Desenvolvimento
2.1. Aprendizagem em Matemática

Sabe-se que os números são uma das mais importantes invenções da Humanidade, e sem ele a Ciência e a Sociedade não haveriam evoluído.
Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997)
“(…) A Matemática é componente importante na construção da cidadania, na medida em que a sociedade utiliza, cada vez mais, de conhecimentos científicos e recursos tecnológicos, dos quais os cidadãos devem se apropriar. A aprendizagem em Matemática está ligada à compreensão, isto é, à apreensão do significado; aprender o significado de um objeto ou acontecimento pressupõe vê-lo em suas relações com outros objetos e acontecimentos. Recursos didáticos como jogos, livros, vídeos, calculadora, computadores e outros materiais têm um papel importante no processo de ensino aprendizagem. Contudo, eles precisam estar integrados a situações que levem ao exercício da análise e da reflexão, em última instância, a base da atividade matemática”.
Segundo Garcia (1998) ao se resolver um cálculo, vários mecanismos cognitivos como o processamento verbal e/ou gráfico da informação, percepção, reconhecimento e produção de números, representação número/símbolo, discriminação viso-espacial, memória de curto e longo prazo, raciocínio sintático e atenção são envolvidos.
Consoante Bastos (2006), a habilidade numérica é caracterizada biologicamente, pois é uma categoria científica de controle do conhecimento, uma vez que para o sistema cerebral os números podem ser comparáveis a outras áreas cerebrais especializadas responsáveis pelo conhecimento das cores, pela audição, visão, etc.
O autor também nos reporta que o cérebro humano é uma estrutura complexa, porquanto é onde há o córtex cerebral, em que cada região microscópica que se comunica entre si, com trocas de mensagens e dados, que são mediados por neurotransmissores (substâncias), formando uma rede complementar de informações se incumbe de uma função diferente como o pensamento, a memória, a percepção, a linguagem e habilidade motora.
Para Cecato (2009), desde 1970 a representação cerebral para quantidades é conhecida, mas apenas recentemente os estudos neuropsicológicos deram início a investigação da organização cerebral do processamento numérico no cérebro humano.
Segundo Silveira (2008) para se aprender, torna-se necessário o envolvimento do sistema Nervoso Central (SNC), que é formado pelo cérebro, que é dividido em áreas descritas a seguir.

Figura 1 Representação cerebral

Ilustração: Gray’s Anatomy (adaptado)
Na imagem vemos :
O lobo frontal cuja função é a concentração, o planejamento, a iniciativa e os cálculos mentais rápidos, conceitualização abstrata, habilidades de solução de problemas, execução oral e escrita.
O lobo parietal esquerdo tem a responsabilidade pelas habilidades de sequenciação, de processar informações concernentes às noções de espaço e volume.
O lobo occipital é o centro da visão, onde ocorre a discriminação visual de símbolos matemáticos escritos, diferenciação dos objetos de cores e texturas semelhantes.
O lobo temporal garante a percepção auditiva, memória verbal em longo prazo, memória de série, realizações matemáticas básicas, subvocalização durante a solução de problemas.
Conforme Cecato (2009) as dificuldades envolvendo o hemisfério cerebral direito exigem o uso de atividades tais como gráficos e treinos de orientação espacial ao passo que o hemisfério cerebral esquerdo exige o envolvimento de atividades como reforço verbal.
Ambos os hemisférios possuem áreas disponíveis para quantidades e cálculos, por isso tem a possibilidade de fazer o processamento numérico e quantitativo.
Consoante Garcia (1998, p. 214)
“o conhecimento e as habilidades matemáticas fazem parte da nossa vida cotidiana desde idade tenra, nas tarefas habituais ou relacionada com o trabalho e nas demandas sociais.”

Para tanto faz-se necessário que todos na escola estejam envolvidos no processo educativo dando atenção a dificuldades matemáticas que possam surgir em sala de aula, durante as resoluções dos mais variados tipos de exercícios, observando se são dificuldades transitórias ou se incidem por mais tempo.
De acordo com Fragoso Neto (2007), as dificuldades são divididas em duas categorias: primária e secundária. As consideradas primárias são as que originam de elementos psiconeurológicos, como os transtornos de leitura, da matemática, da expressão escrita tal como transtorno da linguagem falada.
As consideradas secundárias se originam de uma alteração biológica específica do aluno.
Por outro lado, enquanto alterações neurológicas, citam-se as lesões cerebrais, paralisia cerebral, epilepsia e deficiência mental, pois envolvem os sistemas sensoriais, por meio da deficiência auditiva, deficiência visual e outras.

2.2. Conhecendo a Discalculia

O Transtorno da Matemática, mais conhecido como Discalculia, é um problema causado por má formação neurológica que determina a dificuldade que as criança, jovem ou adulto apresenta na realização das operações matemáticas, classificação numérica e ordenação sequencial numérica. Durante a vida escolar a Discalculia impede também a compreensão dos conceitos matemáticos e sue uso na vida quotidiana.
Consoante o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DNS IV 2002), a Discalculia é uma capacidade de realização das operações aritméticas fortemente aquém do que se espera para a idade cronológica do indivíduo que a apresenta, e interfere demasiado no desempenho escolar bem como em atividades da vida quotidiana, que exigem habilidades matemáticas.
Em referência ao uso e adoção do termo Discalculia, segundo teorias, sabe-se que “o termo discalculia foi referido, primeiramente, por Kosc (1974) que realizou um estudo pioneiro sobre esse transtorno relacionado às habilidades matemáticas;
De acordo com Bombonatto (2004) algumas causas da Discalculia são de ordem neurológica, linguística, psicológica, genética e pedagógica, pois podem envolver imaturidade durante o processo de ensino-aprendizagem, carência na elaboração do pensamento, alteração psíquica, determinação genética suscetível ao processo de aprendizagem.
Em seu artigo Developmental Dyscalculia (1974), publicado no Journal of Learning Disabilities, Ladislav Kosc apresenta uma classificação que engloba seis tipos de discalculia do desenvolvimento:
• Discalculia Verbal: apresenta dificuldade em nomear quantidades matemáticas, números, termos e símbolos;
• Discalculia Practognóstica: apresenta dificuldades na enumeração, manipulação e comparação de objetos reais ou em imagens;
• Discalculia Léxica: dificuldade na leitura de símbolos matemáticos;
• Discalculia Grá fica: dificuldade na escrita de símbolos matemáticos;
• Discalculia ideognóstica: apresenta dificuldade em operações mentais e no entendimento de conceitos matemáticos;
• Discalculia Operacional: o indivíduo apresenta dificuldades em executar operações e cálculos numéricos
Baseado nos conceitos supracitados, foi feita uma pesquisa entre os professores de Matemáticas e a professora de Atendimento Educacional Especializado da Sala de Recursos da Escola Estadual Dr. Augusto Mariani em Andradina, interior do Estado de São Paulo entre os dias 23 de março e 04 de abril de 2021 como diagnose sobre o olhar dos professores em relação à aprendizagem de matemática pelos seus alunos. Foi-lhes enviado um questionário online contendo 6 Situações de aprendizagem e 14 questões concernentes às situações. Para cada tipo de Discalculia apontada por Kosc, usou-se o termo Situações de Aprendizagem, computando as 06 situações, tendo como questionamentos para essas situações as características do tipo de Discalculia apresentada pelo autor.
O resultado obtido, expresso em gráficos a seguir, de acordo com a situação de aprendizagem e análise das mesmas.
Considerando as declarações dos professores sobre os seus alunos quanto ao processo de aprendizagem ao se estabelecer a Situação de Aprendizagem 1, que elucida uma explanação ou correção oral de exercícios, ou leitura de um texto matemático, infere-se a partir da análise dos gráficos que uma parte desses alunos podem apresentar Discalculia Verbal, tal qual podemos observar nos gráficos 1, 2, 3 e 4:

Gráfico 1.

Dos 11 professores entrevistados, 72,7 % deles, declararam que seus alunos apresentam dificuldade para nomear quantidades matemáticas.

Gráfico 2.

Dos 11 professores entrevistados, 27,3 % deles, afirmaram que seus alunos apresentam dificuldades para nomear números.

Gráfico 3.

Dos 11 professores entrevistados, 90,9 % deles, reportaram que seus alunos apresentam dificuldades para nomear termos.
Gráfico 4.

Dos 11 professores entrevistados, 81,8 % declararam que seus alunos apresentam dificuldades para nomear símbolos.

Considerando a Situação de Aprendizagem 2 que elucida uma aula em que o professor faz explanação ou correção escrita de exercícios de resolução de problemas, , infere-se a partir da análise dos gráficos que uma parte desses alunos podem apresentar Discalculia Practognóstica, tal qual podemos observar nos gráficos 5, 6, 7 e 8:
Gráfico 5.

Dos 11 professores entrevistados, 54,5% disseram que seus alunos apresentam dificuldades para enumerar.
Gráfico 6.

Dos 11 professores entrevistados, 90,9 % declararam que seus alunos apresentam dificuldades para comparar.

Gráfico 7,

Dos 11 professores entrevistados, 45,5% afirmaram que seus alunos apresentam dificuldades para manipular objetos reais.

Gráfico 8.

Dos 11 professores entrevistados, 91,8 % afirmaram que seus alunos apresentam dificuldades para manipular objetos em imagens.

Considerando a Situação de Aprendizagem 3 que elucida uma aula em que o professor pede a seus alunos para fazerem a leitura de um problema matemático, ou de uma equação ou de um outro tipo de exercício matemático, infere-se a partir da análise dos gráficos que uma parte desses alunos pode apresentar Discalculia Lexical, tal qual podemos observar no gráfico 9:

Gráfico 9.

Dos 11 professores entrevistados, 90,9 % deles, afirmaram que seus alunos apresentam dificuldades na leitura de símbolos matemáticos.

Considerando a Situação de Aprendizagem 4 que elucida uma aula em que o professor pede a seus alunos para realizarem um problema matemático, ou uma equação ou outro tipo de exercício matemático, infere-se a partir da análise dos gráficos que uma parte desses alunos podem apresentar Discalculia Gráfica, tal qual podemos observar no gráfico 10:

Gráfico 10.

Dos 11 professores entrevistados, 81,8 % deles, afirmaram que seus alunos apresentam dificuldades na escrita de símbolos matemáticos.

Considerando a Situação de Aprendizagem 5 que elucida uma aula em que o professor pede a seus alunos para realizarem um problema matemático de raciocínio lógico ou uma conta de cabeça, infere-se a partir da análise dos gráficos que uma parte desses alunos podem apresentar Discalculia Ideognóstica, tal qual podemos observar nos gráficos 11 e 12:
Gráfico 11.

Dos 11 professores entrevistados, 90,9 % deles, afirmaram que seus alunos apresentam dificuldades em fazer operações mentais.

Gráfico 12.

Dos 11 professores entrevistados, 90,9 % deles declararam que seus alunos apresentam dificuldades na compreensão de conceitos matemáticos.
Considerando a Situação de Aprendizagem 6 que elucida uma aula em que o professor passa aos alunos uma bateria de exercícios para serem resolvidos no caderno, ou algum exercício para ser resolvido no quadro. infere-se a partir da análise dos gráficos que uma parte desses alunos podem apresentar Discalculia Operacional, tal qual podemos observar nos gráficos 13 e 14:

Gráfico 13.

Dos 11 professores entrevistados, 81,8 % deles, afirmaram que seus alunos apresentam dificuldades na execução de operações matemáticas.

Gráfico 14.

Dos 11 professores entrevistados, 81,8 deles, afirmaram que seus alunos apresentam dificuldades em realizar cálculos numéricos.

A visão do professor: uma análise das suas turmas e a percepção de possíveis discalculias no espaço da sala de aula.

Por meio da metodologia aplicada para esta pesquisa, notou-se que, mediante aos pareceres dos professores com relação às suas turmas e durante a situações de aprendizagem os professores pontuaram situações em que seus alunos apresentam características condizentes à discalculia verbal, protagnóstica, lexical, gráfica, ideognóstica e operacional.
Nosso trabalho focou no levantamento de dados como diagnose de uma problemática comum às escolas, mas de muito pouco conhecimento sobre ela em virtude de não se contemplar nada durante a graduação tampouco de haver cursos sobre a temática, exclusivamente voltada para a sala de aula.
Percebeu-se pela exposição dos professores na resolução dos questionamentos que a Discalculia é mais comum que se imagina em ser encontrada em sala de aula, porém ainda que os professores pontuem características dela em relação às dificuldades de seus alunos, os mesmos não fazem noção de como identificá-la e de lidarem com ela durante o processo de ensino-aprendizagem da Matemática.
Para tanto, Silva (2010, p. 22-23) nos mostra que
“é importante chegar a um diagnóstico o mais rapidamente para iniciar as intervenções adequadas. O diagnóstico deve ser feito por uma equipe multidisciplinar – Neurologista, psicopedagogo, fonoaudiólogo, psicólogo – para um encaminhamento correto. Não devemos ignorar que a participação da família e da escola é fundamental no reconhecimento dos sinais de dificuldade.”
Com o intuito de elucidar os aspectos do dia a dia do trabalho dos professores de Matemática ao apontarem os problemas que sentem com suas turmas durante as aulas, nosso trabalho terá prosseguimento a fim de quantificar aos professores os resultados da pesquisa e qualifica-los quanto às causas da Discalculia, os tipos existentes, intervenções metodológicas a serem feitas e acompanhamento individual e no coletivo, visando a uma aproximação dos professores com novos conceitos pedagógicos a fim de melhorar a práxis deles com adequação constante do plano de sula, buscando atender às necessidades reais de seus alunos para que se sintam capazes de desenvolver as atividades, seguindo e respeitando ao seu ritmo de aprendizagem.
Consoante Johnson e Myklebust (198 apud Novaes, 2007) a criança é com Discalculia é incapaz de:
– visualizar conjuntos de objetos dentro de um conjunto maior;
-conservar a quantidade: não compreendem que 1 quilo é igual a quatro pacotes de 250 gramas;
– sequenciar números: o que vem antes do 11 e depois do 15 – antecessor e sucessor;
– classificar números;
– compreender os sinais +, – , ÷, ×; – montar operações;
– entender os princípios de medida;
– lembrar as sequências dos passos para realizar as operações matemáticas;
-estabelecer correspondência um a um: não relaciona o número de alunos de uma sala à quantidade de carteiras;
– contar através dos cardinais e ordinais.

3. CONCLUSÃO
As mais diversas aprendizagens proporcionadas a todos pelo questionário da pesquisa de campo nos mostra novos caminhos que ainda serão percorridos pela continuidade desse trabalho o que serve para elucidar que nada está acabado, mas sempre com novos olhares, novos caminhos, por meio da práxis: ação-reflexão-ação, a fim de todos os sujeitos redimensionarem o seu processo de ensinagem porquanto a aprendizagem pelos alunos se dá de forma linear e temporal num ambiente preenchido por turmas heterogêneas que fazem a riqueza do universo educacional.
Espera-se que o professor esteja apto a aprender, a buscar novas metodologias e atento ao processo de aprendizagem de seus alunos, principalmente quando esse aluno demonstra pouca motivação para aprender, revelando uma imagem negativa dele mesmo e uma baixa autoestima, porque sempre comete erros durante a realização das atividades de Matemática concernentes à construção do número ou de aritmética.

4. REFERÊNCIAS

BASTOS, José Alexandre. Discalculia: transtorno específico da habilidade em matemática. In: ROTTA, Newra Tellechea. Transtornos de aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2006.

BOMBONATTO, Quézia. Discalculia. 2004. Disponível em . Acesso em: 23 maio 2020.

CECATO, Angela Maria Traldi. Discalculia: transtorno específico da habilidade em matemática . 2009. Disponivel em . Acessso em: 20 junho 2020.

FRAGOSO NETO, Alfredo Francisco. Discalculia. 2007. Disponível em: . Acesso 30 em: 4 julho. 2020.

GARCIÁ, Jesus Nicasio. Manual de dificuldades de Aprendizagem: linguagem, leitura, escrita e matemática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

LUCION, C. S. Dificuldades de aprendizagem: formação conceitual e intervenções no contexto escolar. In: IV Simpósio Nacional. VII Fórum Nacional de Educação. Currículo, formação docente, inclusão social, multiculturalidade e ambiente, 2006. 14p.

NOVAES. Maria Alice Fontes. Transtornos de aprendizagem. 2007. Disponível em: . Acesso em: 01 set. 2020

SILVA, T. C. C. As consequências da discalculia no processo de ensinoaprendizagem da matemática. Monografia (Matemática) Instituto Superior de Educação da Faculdade Alfredo Nasser, Aparecida de Goiânia, 2010.

SILVEIRA, Mara Musa Soares. Considerações sobre o aprender e o não aprender. 2008. Disponível em http://www.pedagobrasil.com.br/pedagogia/consideracoes.htm. Acesso em: 22 jan. 2021.

Revision List

Autor

  • Moises da Silva

    Moisés da Silva, natural de Murutinga do Sul, Estado de São Paulo, nascido em 12 de setembro de 1969 e residente em Andradina, SP. É graduado em Letras pelas Faculdades Integradas Rui Barbosa, de Andradina. Docente em Língua Portuguesa e em Língua Inglesa com cadeira efetiva na Escola Estadual Dr. Augusto Mariani em Andradina. É graduado em Letras pela Universidade Metropolitana de Santos e leciona Língua Espanhola, Gramática e Análise Linguística no Colégio Stella Maris – Sistema Anglo – em Andradina. É graduado em Pedagogia pelas Faculdades Integradas Urubupungá de Pereira Barreto, SP. É especialista em Língua Portuguesa pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, câmpus de Três Lagoas; é especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional, Alfabetização e Letramento pelas Faculdades Integradas Urubupungá, de Pereira Barreto, SP; é especialista em Neuropsicopedagogia Clínica e Institucional, Neuropsicologia, Psicomotricidade, Neuroeducação:neurociência e educação e Supervisão Escolar pelas Faculdade Metropolitana do Estado de São Paulo, Ribeirão Preto, SP e é mestrando em Ciência da Educação pela Emil Bruner World University.

Moises da Silva
Author: MOISÉS DA SILVAMoisés da Silva, natural de Murutinga do Sul, Estado de São Paulo, nascido em 12 de setembro de 1969 e residente em Andradina, SP. É graduado em Letras pelas Faculdades Integradas Rui Barbosa, de Andradina. Docente em Língua Portuguesa e em Língua Inglesa com cadeira efetiva na Escola Estadual Dr. Augusto Mariani em Andradina. É graduado em Letras pela Universidade Metropolitana de Santos e leciona Língua Espanhola, Gramática e Análise Linguística no Colégio Stella Maris – Sistema Anglo – em Andradina. É graduado em Pedagogia pelas Faculdades Integradas Urubupungá de Pereira Barreto, SP. É especialista em Língua Portuguesa pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, câmpus de Três Lagoas; é especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional, Alfabetização e Letramento pelas Faculdades Integradas Urubupungá, de Pereira Barreto, SP; é especialista em Neuropsicopedagogia Clínica e Institucional, Neuropsicologia, Psicomotricidade, Neuroeducação:neurociência e educação e Supervisão Escolar pelas Faculdade Metropolitana do Estado de São Paulo, Ribeirão Preto, SP e é mestrando em Ciência da Educação pela Emil Bruner World University.

Moises da Silva

Moisés da Silva, natural de Murutinga do Sul, Estado de São Paulo, nascido em 12 de setembro de 1969 e residente em Andradina, SP. É graduado em Letras pelas Faculdades Integradas Rui Barbosa, de Andradina. Docente em Língua Portuguesa e em Língua Inglesa com cadeira efetiva na Escola Estadual Dr. Augusto Mariani em Andradina. É graduado em Letras pela Universidade Metropolitana de Santos e leciona Língua Espanhola, Gramática e Análise Linguística no Colégio Stella Maris – Sistema Anglo – em Andradina. É graduado em Pedagogia pelas Faculdades Integradas Urubupungá de Pereira Barreto, SP. É especialista em Língua Portuguesa pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, câmpus de Três Lagoas; é especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional, Alfabetização e Letramento pelas Faculdades Integradas Urubupungá, de Pereira Barreto, SP; é especialista em Neuropsicopedagogia Clínica e Institucional, Neuropsicologia, Psicomotricidade, Neuroeducação:neurociência e educação e Supervisão Escolar pelas Faculdade Metropolitana do Estado de São Paulo, Ribeirão Preto, SP e é mestrando em Ciência da Educação pela Emil Bruner World University.

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