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O BRINCAR COMO FERRAMENTA ESSENCIAL PARA A APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL

por Ivanildes de Sousa Oliveira Pereira

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O BRINCAR COMO FERRAMENTA ESSENCIAL PARA A  APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL

PLAY AS AN ESSENTIAL TOOL FOR LEARNING IN EARLY CHILDHOOD EDUCATION

 

Ivanildes de Sousa Oliveira Pereira[1]

Radamese Lima de Oliveira[2]

Luciana Cruz de Freitas[3]

 

Resumo

O tema abordado neste trabalho é sobre a importância do brincar e suas contribuições para o desenvolvimento na primeira infância, destacando também as dificuldades que os professores enfrentam com a falta de informação dos pais acerca do brincar nas creches. De acordo com especialistas o brincar é essencial para que a criança descubra o mundo, se relacione, prepare-se para a vida, supere desafios e mantenha-se saudável, afirmam ainda que brincadeiras são verdadeiramente ferramentas essenciais para a aprendizagem na educação infantil, são recursos que estimulam a aprendizagem de forma lúdica e espontânea e que os professores usam para desenvolver suas metodologias de ensino com objetivo de facilitar a aprendizagem das crianças promovendo um ambiente mais alegre, dinâmico e eficaz. Estamos convictos de que esta pesquisa evidenciará que a imaginação, a criatividade, a fantasia, o desenvolvimento motor, as interações sociais, e as regras são algumas das habilidades que a brincadeira proporciona à primeira infância. Isso reforça a verdadeira importância dessa atividade e comprova que Independentemente do ambiente, as crianças sempre encontrarão uma forma de brincar. Portanto, por que não considerar o brincar como uma ferramenta essencial no processo de ensino e aprendizagem?

Palavras-chaves: Brincar. Desenvolvimento. Aprendizagem. Crianças.

 

1 INTRODUÇÃO     

 

Muito se discute a importância dos jogos e brincadeiras como ferramentas essenciais para facilitar o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças na primeira infância.

Neste trabalho, o objetivo do estudo é fomentar uma reflexão sobre a importância do brincar como ferramenta essencial para o desenvolvimento infantil e mostrar as diferentes realidades do ato de brincar na primeira infância destacando os benefícios e malefícios que a presença ou ausência que essa atividade lúdica traz no desenvolvimento infantil.

A pesquisa mostrará temas valiosos sobre o papel do brincar no desenvolvimento infantil e os teóricos que defendem essa teoria e que comprova como as brincadeiras têm o poder mágico de transformar o mundo das crianças, estimulando sua criatividade e fortalecendo laços de amizade. Ressaltar-se-á a importância do conhecimento qualificado do professor como mediador acerca do uso dessa ferramenta tão essencial para suas práticas pedagógicas entendendo que o brincar não é apenas uma forma de entretenimento, mas sim uma forma prazerosa de aprender, segundo os autores em estudo.

Muitos educadores, psicólogos e teóricos da infância, como Jean Piaget, Lev Vygotsky, Maria Montessori e outros enfatizaram a importância do brincar no aprendizado das crianças. Também se buscou análises nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI), e na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para Educação Infantil que definem os direitos de aprendizagem e desenvolvimento da criança da educação infantil.

Aqui serão apresentadas dificuldades que os professores enfrentam em mudar o pensamento arcaico dos pais, faze-los compreender que antes de pegar em lápis e papel, as mãozinhas das crianças precisam brincar para desenvolver sua coordenação motora, raciocínio lógico, ampliar sua lateralidade, entre outras mobilidades.

O estudo de caso aqui apresentará como o brincar não é apenas um momento de diversão, mas uma experiência fundamental que contribui para o crescimento emocional, social e cognitivo dos pequenos.

Estamos convencidos de que este trabalho evidenciará que a imaginação, a criatividade, a fantasia, o desenvolvimento motor, as interações sociais, e as regras são algumas das habilidades que a brincadeira proporciona. Isso reforça a verdadeira importância dessa atividade e comprova que Independentemente do ambiente, as crianças sempre encontrarão uma forma de brincar. Portanto, por que não considerar o brincar como uma ferramenta essencial no processo de ensino e aprendizagem?

 

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

DEFINIÇÃO DE BRINCAR E BRINCADEIRA

 

Para entender melhor como as brincadeiras são essenciais para a aprendizagem das crianças na primeira infância, buscou-se analisar as ideias de grandes pensadores e psicólogos: Vygotsky (1984, 1994, 1998) e Kishimoto (1993) e de outros teóricos que seguem essa mesma linha de raciocínio que se dedicaram muito e estudaram para apontar ferramentas que tornassem viáveis suas ideias. Os autores apontam a importância dos jogos e das brincadeiras na Educação Infantil, mostrando como esses momentos lúdicos são fundamentais para o desenvolvimento das crianças. (FOCHI, 2018)

Para um melhor aprimoramento, vamos conhecer a definição de brincar e de brincadeiras de uma forma bem simples: Brincar se caracteriza pela a ação e Brincadeira sendo a atividade específica que ocorre durante a ação de brincar. O Brincar e a brincadeira são essenciais para o desenvolvimento social e emocional, especialmente nas crianças.

Classificando as brincadeiras em livres e dirigidas, conheçamos aqui suas definições, diferenças, objetivos e suas principais características. É bom lembrar que de acordo com os autores Jean Piaget e Lev Vygotsky e a autora Maria Montessori, ambas brincadeiras têm sua importância no desenvolvimento infantil. É necessário o conhecimento da definição e classificação dos dois tipos de brincadeira para a valorização de ambas.

 

BRINCADEIRAS LIVRES

 

São aquela em que as crianças têm a total liberdade para escolher o que querem brincar, como brincar, onde brincar e com quem brincar e como o próprio nome já diz ‘’livres’’ é nelas que as crianças criam suas próprias regras, narrativas, imaginação.

O brincar não dirigido, ou seja, livre tem seus benefícios e suas vantagens, aqui serão destacados as características e os benefícios desse brincar.

A autonomia é uma das características do brincar livre. Quando a criança decide com o que brincar, automaticamente está desenvolvendo sua habilidade autônoma, uma tomada de decisões, capacidade de escolher o que brincar, como e com quem brincar. Definindo a autonomia como a capacidade que uma pessoa ou um ser tem de tomar decisões por si mesma, de agir por sua própria vontade e suas escolhas. Observa-se que essa característica está relacionada com a independência com a liberdade.

Uma segunda característica do brincar livre é a criatividade. Quando estão em suas brincadeiras livres, sem limites impostos as crianças rompem barreiras que dificultam seu aprendizado. A criatividade surge para dá asas à imaginação, nasce seu mundo mágico de histórias de cenários. Um mundo sem limites. (BETTELHEIM 1976).

Um autor que ressalta muito bem em seus poemas sobre essa magia do mundo infantil é Mario Quitanda quando diz: ’’A infância é um tempo em que a vida é feita de sonhos, e os sonhos são feitos de vida. ’’

Característica de exploração é entendida como ato de investigar de explorar, uma oportunidade de conhecer ambientes novos e ou objetos experimentando suas texturas, cores, tamanho buscando novos conhecimentos. Sabe-se que a criança gosta de investigar e conhecer e se envolver com o desconhecido.

O brincar livre oportuniza uma interação seja com o próprio objeto que manipula ao brincar ou   quando está em meio as outras crianças, existindo uma socialização que promove habilidades de cooperação e de comunicação. (CORSARO, 2011).

As crianças também aprendem por meio da experiência direta, consigo ou com o meio o desenvolvimento das habilidades motoras, cognitivas e emocionais que servirá para sua interação na sociedade.

Todas essas características do brincar livre citadas acima, oportuniza vantagens para o desenvolvimento infantil, permitem que as crianças ao brincar se expressem deixando aflorar de maneira sadias, as suas emoções e ainda consigam lidar com os desafios que surgirem.

Outra característica é a conexão com a natureza, aborda-se aqui o brincar heurístico, quando a criança explora a natureza e passa a conhecer e entender mais o mundo ao seu redor.

Para Piorski (2016) o brincar heurístico é uma técnica que enaltece a exploração e as descobertas ao brincar, permitindo que as crianças façam suas interações com materiais da oferecidos pela a natureza.

 

BRINCADEIRAS DIRIGIDAS

 

São aquelas onde o adulto ou o educador orientam, mediam, estabelecendo objetivos e regras, são denominadas de brincadeiras dirigidas ou orientadas. É bom lembrar que de acordo com os teóricos que defendem o brincar, os dois tipos de brincadeiras têm como foco principal a expressão criativa e a exploração do mundo através de imaginação da criança.

O que diferencia essas brincadeiras são suas características. Enquanto nas livres as crianças decidem por conta própria o que fazer, como fazer, quando fazer e com quem fazer não dependendo de outros para serem conduzidas, nas atividades e vivencias dirigidas terão sempre alguém para conduzir o brincar que deverá ter consigo um cronograma com estratégias, local onde será realizado, horário, regras e desenvolvimento com objetivos a serem alcançados.

Sabe-se que quando a criança chega à escola e creche, traz consigo uma variação de conhecimentos que adquiriu com pessoas próximas; tios, tias, irmãos, pais avós e outros e que essas crianças na sua maioria terão desejo de expressar esse conhecimento através de sua brincadeira. Cabe ao educador fazer uso desse desejo e permitir que a criança se expresse.

É nas creches e nas escolas que os espaços para as brincadeiras deveriam ser privilegiados para oportunizar a primeira infância uma conexão com brincar para o seu desenvolvimento integral, assim garantir seus direitos de aprendizagem como especifica a lei.

De acordo com Fochi (2018), as brincadeiras dirigidas são várias, são atividades lúdicas que promovem o desenvolvimento das crianças em suas diferentes áreas. Eis exemplos de algumas características:

Jogos com regras- nesses jogos as crianças conhecerão regras que ajudarão no seu desenvolvimento de habilidades de respeito e normas.

Atividades artísticas- aqui as atividades são encadeadas ao colorido, as pinturas, desenhos, recortes, colagens tudo orientado por um educador para que as crianças se expressem da melhor maneira.

As Brincadeiras com atividades físicas como danças, circuitos de obstáculos, de roda de correr de pular e saltar, ajudam no desenvolvimento motor e coordenação.

E ainda as brincadeiras de faz-de-conta, que estimula a imaginação das crianças, permitindo o desenvolvimento social e a empatia.

É bom ressaltar que o brincar dirigido pode ser adaptado conforme as necessidades da turma e ou do orientador para atingir os interesses e objetivos de ambas partes.

Portanto, partindo do entendimento sobre a informação das brincadeiras dirigidas com seus tipos, sua característica fica claro que elas não devem ser entendidas como vivencias sem um objetivo, inútil, ou ainda como vivências que só servem apenas para um entretenimento.

 

A DILEMA COBRANÇA POR TAREFAS ESCRITAS

 

Com a mudança da constituição em 1988, as crianças de zero a seis anos passam a ser atendidas na responsabilidade do Estado, anos depois com a promulgação da LDB a Educação Infantil passa a ser parte integrante da Educação Básica e em 2006 atendendo somente crianças de zero a 5 anos organizado por grupos de faixa etária que de acordo com a BNCC ficou assim dividido: Creche bebês zero a 1 ano e 6 meses, Crianças bem pequenas 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses e Pré -Escola crianças de 4 anos a 5anos e 11 meses. Portanto a educação infantil, sendo a primeira etapa da educação básica, ficou com a finalidade de desenvolver na criança o seu desenvolvimento integral em todos aspectos e complementar a ação da família dos pequenos. E para colocar em prática a lei, o professor se defronta com as reclamações dos pais na sua rotina. Não tendo conhecendo das leis que asseguram a aprendizagem dos seus filhos, pais reclamam pela falta de atividade de casa escritas em caderno e folhas.

Entende-se que na psicologia dos pais, as brincadeiras acontecem em casa e que na escola as crianças precisam aprender a ler e escrever. É comum ainda encontrar professores com esse mesmo pensamento de alguns pais, a ideia de que a educação infantil é uma fase que antecipa o ensino fundamental. (PARTEN, 2011).

 

A EDUCAÇÃO INFANTIL INSERIDA NA BASE COMUM CURRICULAR

 

No Brasil até a década de 1980 via-se a educação infantil como uma fase anterior a escolarização, essa etapa era considerada fora da educação formal. Em 1988, na Constituição Federal em seu artigo 208 define e assegura que Educação Infantil como um direito da criança de zero a cinco anos que deve ser ofertada em creches. Subsequentemente em 1996 com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Infantil (LDB), a Educação Infantil passa a ser parte essencial da Educação Básica.

De acordo Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para Educação Infantil, quando as crianças entram na creche ou na pré-escola, é o momento que elas se afastam do convívio familiar, sua primeira comunidade e esse momento pode ser desafiador para a criança porque acontece uma ruptura, mas também passa a existir várias vivencias e oportunidades para que comecem a construir novas amizades, passando a interagir e integrar em seu mais novo ambiente, onde ocorrerá a socialização e as novas descobertas. É onde as crianças começam a adquirir autonomia aprender mais sobre o mundo ao seu redor.

com a inclusão da Educação Infantil na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), damos mais um passo significativo no processo histórico de sua integração ao conjunto da Educação Básica. Essa medida representa um avanço importante, reconhecendo a relevância da Educação Infantil como etapa fundamental na formação educacional das crianças e garantindo que elas tenham acesso a uma educação de qualidade desde os primeiros anos de vida’.(BRASIL 26).

A Educação Infantil foi oficialmente integrada à Educação Básica por meio da Lei nº 13.415, sancionada em 16 de fevereiro de 2017. Essa legislação modificou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e definiu normas para a inclusão da Educação Infantil na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). É na BNCC que estão definidos os direitos que asseguram a aprendizagem, os eixos estruturantes como propostas e as competências gerais da Educação Básica.

As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI), estabelecidas pela Resolução CNE/CEB nº 5/2009, trazem em seu Artigo 4º uma visão especial sobre a criança como:

Sujeito histórico e detentor de direitos, a criança, por meio das interações, relações e experiências do dia a dia, vai moldando sua identidade, tanto individual quanto coletiva. Ela brinca, imagina, fantasia, expressa desejos, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e cria significados sobre a natureza e a sociedade, assim para a produção de cultura (BRASIL, 2009).

As DCNEIS entendem a criança como um sujeito cheio de potencial, um ser que possui uma curiosidade aflorada com uma capacidade de aprender com facilidade, assim destaca a importância de respeitar seu desenvolvimento pessoal e suas trajetórias. Essa forma de reconhecimento permite dizer que cada criança é única e que precisa de um ambiente saudável que favoreça seu crescimento, tornando assim um grande explorador.

O brincar como ferramenta essencial no cotidiano da criança, facilita suas de descobertas e seu desenvolvimento. Ao fazer um acompanhamento supervisionado junto as práticas vivenciadas pelas crianças e suas interações percebe-se significados notórios e relevantes em sua afetividade, como lidam melhor com possíveis frustrações, medos, ansiedades e como buscam a melhor maneira para soluções de problemas. Essas interações desempenham um papel crucial no desenvolvimento emocional e social das crianças.

Os eixos fundamentais das práticas pedagógicas encontrados em documentos como as DCNEIS (2009) e BNCC tem como objetivo proporcionar um ambiente de aprendizagem que favoreça o desenvolvimento integral das crianças, respeitando suas individualidades e promovendo seu crescimento nas diversas dimensões como o emocional, o social, cognitiva e física.

De acordo com a Base nacional Comum Curricular (BNCC) a criança tem direitos de aprendizagem e de desenvolvimento que agregam e garantem que na educação infantil o ambiente seja adequado para que as crianças aprendam e coloquem em pratica de maneira ativa e motivadora suas vivencias, desenvolvendo-se ao participar das brincadeiras, permitindo-lhes assim, na construção de significados sobre si mesmas, sobre os outros e sobre o mundo ao seu redor. Colocando em prática e fazendo valer a lei, as crianças estarão asseguradas nos seus direitos de aprendizagem, vivenciando experiências de maneira concreta, fundamentadas em documentos legais.

Visto que na Educação Infantil as aprendizagens e o desenvolvimento das crianças são fundamentados nas interações e nas brincadeiras e para garantir as crianças seus direitos de conviver, de brincar, de participar, de explorar, de expressar-se e de conhecer-se, a organização curricular da Educação Infantil na BNCC estar organizada e dividida em cinco campos de experiência que definem os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento; Um plano curricular que combina vivências e experiências nas práticas pedagógicas com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural.

Na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) de 2018, o documento traz à tona a importância essencial do brincar na educação infantil, ressaltando as interações e as brincadeiras como pilares das práticas pedagógicas voltadas para essa etapa do desenvolvimento infantil. Essa visão já havia sido reconhecida anteriormente nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI), de 2009, mostrando uma continuidade no valor atribuído ao brincar como uma forma natural e rica de aprendizagem. É um convite para que educadores criem ambientes onde as crianças possam explorar, experimentar e se conectar através do jogo.

Os eixos estruturantes das práticas pedagógicas da Educação Básica são as interações e a brincadeira, experiências nas quais as crianças podem construir e apropriar-se de conhecimentos por meio de suas ações e interações com seus pares e com adultos, o que possibilita aprendizagens, desenvolvimento e socialização (Brasil, 2018, p. 37).

Como se pode perceber, o brincar é uma ação da atividade lúdica que facilita a interação e socialização nas instituições educacionais e possibilita o desenvolvimento da aprendizagem, a reflexão, a criatividade, a imaginação e autonomia da criança. Fica claro que as crianças conseguem desenvolver-se mais quando estão envolvidos em meios aos jogos e brincadeiras, elas viajam e é no seu mundo imaginário que passam a adquirir as habilidades necessárias que facilitam fazer exploração, a criar e recriar, e que as instituições com esses ambientes acolhedores e saudáveis promovem a aprendizagem na primeira infância. Logo é no espaço de brincadeiras que os pequenos se permitem desafiar as dificuldades; sejam as de interagir, de locomoção, de expressar, de se comunicar, entre outras. (KISHIMOTO, 1993).

 

OS TEÓRICOS E SUAS CONTRIBUIÇÕES

 

Lev Semenovich Vygotsky foi um psicólogo e educador russo, conhecido pelas as maravilhosas contribuições à psicologia do desenvolvimento e à teoria sociocultural do aprendizado. Falecido no ano de 1934, Vygotsky em (1984) teve suas obras e teorias publicadas e nela enfatiza a importância do brincar como uma ferramenta essencial para o desenvolvimento infantil. Ele classifica o brincar como uma atividade social que permite a criança interagir com outras crianças, desenvolvendo suas habilidades sociais e emocionais, adquirindo senso de cooperação, de partilha e de negociação, a tão chamada de função social do brincar que se refere a função desempenhada pelas brincadeiras na vida social da criança. O autor ainda ressaltou ‘’o jogo faz de conta’’ primordial maneira de expressão da criança ao desenvolver habilidades de pensamento, criando o seu mundo mágico, suas fantasias.

Segundo a teoria de zona proximal introduzida por Vygotsky que está relacionada ao que a criança pode realizar sozinha, com intervenções ou ainda com outras crianças, entende-se que segundo a teoria autor afirma que a criança tem a capacidade de desenvolver, se expandir, trocar experiências e buscar soluções de problemas para seus desafios quando se aventuram em suas brincadeiras.

Ressaltando aqui a importância do acompanhamento de um adulto, no caso de instituições educacionais ter o professor como mediador das atividades propostas. Dessa forma se entende que o autor defendia que o brincar vai além de uma forma de diversão, sendo o brincar essencial para o aprendizado e para a construção da identidade social das crianças.

Um outro defensor que defendeu e trouxe à tona que o brincar não é apenas uma forma de entretenimento, foi a pedagoga Tizuko Morchida Kishimoto em 1993, ela defendeu que quando as crianças brincam, se divertem e   desenvolvem habilidades, despertam a imaginação, constroem relacionamentos sociais. Ela também ressalta a importância da supervisão de um adulto nas interações e brincadeira além de um ambiente seguro e motivador que favoreça os benefícios do brincar. Em suas obras, Piaget destaca que as atividades lúdicas são fundamentais para o crescimento intelectual das crianças, pois através do brincar, elas não apenas se divertem, mas também exploram o mundo ao seu redor, desenvolvem habilidades sociais e cognitivas, e aprendem a lidar com regras e estruturas.

A aprendizagem é fortemente estimulada pela motivação, necessidades e interesses das crianças, o que as leva a se dedicar a realizar toda e qualquer atividade proposta e quando estimulada, a criança desenvolve independência, curiosidade, iniciativa e confiança em suas habilidades de criar, além de expressar suas ideias e sentimentos.  Cabe ao educador promover e mediar esse momento, fazendo intervenções adequadas.

No universo infantil, o brincar é fundamental, sendo tão essencial para as crianças quanto a alimentação, que fornece os nutrientes necessários para o bom funcionamento do corpo humano. Os benefícios trazidos às crianças acerca do brincar segundo Bruno Bettelheim. Em suas obras, enfatiza a importância do brincar na infância como uma forma fundamental de desenvolvimento emocional e psicológico. Ele argumenta que o brincar permite que as crianças explorem suas emoções, enfrentem medos e desenvolvam a capacidade de resolver problemas. Além disso, Bettelheim sugere que o brincar livre é essencial para o crescimento da criatividade e da imaginação, ajudando as crianças a entenderem o mundo ao seu redor.

A ideia de que o brincar é fundamental para o desenvolvimento social, emocional e cognitivo das crianças é defendida por vários autores e psicólogos, Lev Vygotsky e Jean Piaget afirmam que se observar as atitudes de uma criança que brinca em comparação a uma que não costuma brincar, podemos notar nitidamente que a criança que participa de atividades recreativas apresenta um comportamento mais maduro. Ela se relaciona de maneira espontânea, demonstrando segurança em suas ações e palavras, além de manter sempre a curiosidade em descobrir algo novo. Isso a torna capaz de controlar suas atitudes dentro do contexto social a qual se encontra inserida.

A grande educadora Maria Montessori (1912), nos faz refletir em sua frase: ‘’Brincar é o trabalho da criança’’. E é nesse brincar mediado ou não que se precisa entender que cada brincadeira tem a sua especificidade própria.

Baseada nas teorias dos autores e psicólogos acerca da importância do brincar para o desenvolvimento infantil, acredita-se que a ausência de brincadeiras pode trazer diversos malefícios para o desenvolvimento de uma criança, impactando não apenas seu crescimento físico, mas também suas habilidades sociais, emocionais e cognitivas. Em resumo, a falta de brincadeiras pode ter consequências profundas no desenvolvimento integral das crianças.

 

BRINCADEIRAS: MOMENTOS ENCANTADORES PARA AS CRIANÇAS

 

Sendo a Educação Infantil a primeira etapa da Educação Básica é extremamente importante que o professor como facilitador da aprendizagem infantil, possa estimular os pequenos, pois com os estímulos recebidos nos seus primeiros anos de vida adquirem habilidades para seu sucesso escolar e seu desenvolvimento motor, afetivo e de relacionamento social.  Sendo, dessa forma, o verdadeiro alicerce da aprendizagem, aquele que deixa a criança preparada para aprender.

Em momentos de brincadeiras dirigidas e mediadas pelos professores, as crianças são inseridas em contextos convidativos que potencializam suas descobertas. Além disso, é no brincar que o processo educacional se torna alinhado ao universo imaginário da primeira infância, considerando suas percepções e hipóteses. Ao enfatizar que meninos e meninas são capazes de produzir seu próprio conhecimento, Guizzo, Balduzzi e Lazzari

(2019) concluem que:

 

‘’O protagonismo infantil vincula-se à participação efetiva das crianças no seu desenvolvimento, bem como na (re)solução de situações e de problemas que emergem no cotidiano em que estão inseridas, sob supervisão e/ou orientação dos adultos com quem convivem (Guizzo; Balduzzi; Lazzari, 2019, p. 274) ’’.

 

A brincadeira é entendida como um agente produtor da produção cultural infantil, se baseia em uma perspectiva sociológica que valoriza a relevância de considerar as percepções das crianças sobre o mundo (CORSARO, 2011).”

Segundo o autor a brincadeira desempenha um papel fundamental na formação cultural das crianças, ela é um agente que impulsiona suas expressões, ações e interações sociais. É possível compreender que a brincadeira não é apenas uma atividade lúdica, mas uma forma rica de comunicação e de aprendizado. As crianças, ao brincarem, não só reproduzem o que observam em seu entorno, mas também interpretam suas experiências e sentimentos, criando significados que refletem suas percepções concepções sobre o mundo.

É de grande importância saber ouvir e valorizar as visões infantis que são janelas para a mente das crianças, revelando sua criatividade, emoções e compreensão do mundo. Valorizar essas perspectivas não apenas enriquece as interações com os pequenos, mas também contribui para seu desenvolvimento integral como indivíduos únicos e pensantes.

Além disso, valorizar essas visões   proporciona e transmite segurança para que as crianças explorem melhor suas identidades, desenvolvam habilidades sociais e testem seus limites. Nesse ambiente mágico, elas podem experimentar diferentes papéis e narrativas, contribuindo para uma compreensão mais ampla de si mesmas e do próximo. Portanto, reconhecer a brincadeira como um elemento central na produção cultural infantil é fundamental para a educação. Isso não apenas enriquece o processo de aprendizagem, mas também promove um ambiente onde as crianças se sentem valorizadas e compreendidas em suas singularidades. Ao dar voz às percepções infantis, estamos construindo uma sociedade mais inclusiva e sensível às diversas realidades que compõem a experiência humana.

O momento encantador da brincadeira tem como papel principal a normatização emocional da criança, pois quando não conseguem verbalizar seus sentimentos e emoções, os pequeninos se expressam através do brincar, e é ao imaginar e contar pequenas histórias ou encenar situações do cotidiano que a criança da primeira infância tem a oportunidade de lidar com medos, ansiedades e processar sentimentos que envolvem suas emoções. Portanto, um espaço seguro, harmonioso e encantador para explorar, é crucial para o bom desenvolvimento e bem-estar emocional da criança.

 

O BRINCAR E SUAS ETAPAS NA PRIMEIRA INFÂNCIA

 

Brincar é muito mais do que apenas passar o tempo; é uma atividade natural e divertida que permite que a criança explore o mundo com curiosidade se aventure nas brincadeiras, é como uma porta aberta para a imaginação, onde ela pode criar histórias, personagens e aventuras incríveis. Além disso, brincar é uma ótima maneira de fazer amigos e aprender a conviver com os outros, pois ao se divertir, as crianças também descobrem mais sobre si mesmas e sobre como funcionam as relações ao seu redor. Rindo de suas vitórias ou de derrotas, as crianças passam a adquirir senso empatia, de colaboração, de cooperação, desenvolvendo assim habilidades que são essenciais que levarão para vida adulta. O brincar é uma parte essencial da infância, ajudando cada criança a crescer e se desenvolver de forma única.

Jean Piaget e Mildred Parten foram dois grandes estudiosos na área do desenvolvimento infantil, trazendo suas contribuições valiosas para entendermos melhor como as crianças brincam e se desenvolvem por meio das brincadeiras. Piaget, psicólogo suíço muito respeitado, famoso por suas teorias de como as crianças aprendem e se desenvolvem cognitivamente via as crianças como pequenos exploradores que passam por diferentes fases durante seu crescimento, em cada uma dessas fases, elas vão construindo sua compreensão de mundo, interagindo ativamente com o ambiente.

Aqui os principais estágios identificados pelo psicólogo e as idades de atuação das crianças.

 

  • sensório motor do nascimento até cerca de 2 anos: As crianças exploram o mundo através dos sentidos e ações.
  • pré-operacional vai desde a idade de 2 anos a 7 anos: Nesse estágio, as crianças começam a usar a linguagem e a imaginação, mas ainda pensam de forma egocêntrica.
  • operatório concreto vai dos 7 anos a 11 anos: As crianças aqui começam a pensar de forma lógica sobre eventos concretos, mas ainda têm dificuldade com conceitos abstratos.
  • operatório formal inicia aos 12 anos: Os jovens desenvolvem nessa idade a capacidade de pensar de forma abstrata e raciocinar sobre hipóteses.

Piaget destacou que o brincar é fundamental para que as crianças possam explorar e adquirir conhecimento sobre o mundo ao seu redor. Quando brinca, a criança assimila o mundo à sua maneira”. (Jean Piaget 1971).

Para Piaget a criança é uma exploradora de mundo, assimilando tudo a sua volta de uma forma única e pessoal. Para ele, o foco está na maneira como as crianças interagem com os objetos, enfatizando que essa interação não é guiada por uma realidade objetiva, mas sim pelo significado e função que elas atribuem a esses objetos. Essa visão destaca a criatividade e a individualidade das crianças em seu processo de aprendizagem.

A psicóloga americana Mildred Parten conhecida por suas pesquisas sobre o desenvolvimento social e o brincar na infância, compreende a importância do brincar no desenvolvimento social e emocional das crianças e assim identificou seis estágios de brincadeira, dois a mais que Piaget, a pesquisadora Parten descreve como as crianças se evoluem e um de seus conceitos foi a ‘’ teoria da interação social” onde diz como as crianças se evoluem em suas interações durante o brincar. Propôs uma classificação desses estágios que ficaram assim denominados:

  • Brincadeira solitária que inicia aos 3meses e segue até 2 anos de idade. Nesse estágio, a criança gosta de brincar sozinha, não dando importância as demais crianças ao seu redor.
  • Brincadeira paralela nesse estágio a criança de 2 a 3 anos brincam sozinhas, lado a lado sem interação entre si, podendo estar envolvidas em brincadeiras semelhantes e até mesmo usando os mesmos objetos, porem cada criança vivencia sua própria atividade sem se envolver em uma brincadeira em conjunto.
  • Brincadeira associativa com idades de 3 e 4 anos as crianças começam a interagir umas com as outras. Elas compartilham brinquedos e podem trocar ideias, mas ainda não têm um objetivo de jogo em conjunto.
  • Brincadeira cooperativa é o estágio mais avançado, onde as crianças trabalham juntas em um objetivo comum. Elas colaboram, fazem planos e desenvolvem histórias ou jogos elaborados.
  • Brincadeira simbólica onde as crianças utilizam objetos para representar outras coisas estimulando sua imaginação.
  • Brincadeira livre são atividades lúdicas sem regras fixas, permitindo que as crianças inventem suas próprias dinâmicas e explorem a criatividade de maneira espontânea.

 

SURGIMENTO DO BRINQUEDO, DAS BRINCADEIRAS

 

É preciso atentar-se e entender que as brincadeiras de origem livres realizadas em casa e as brincadeiras livres realizadas na escola são distintas, mas precisam proporcionar experiências enriquecedoras para o desenvolvimento das crianças. Cada uma delas deve apresentar características e objetivos diferentes favorecendo aspectos do aprendizado e do crescimento. Nas brincadeiras livres em casa, muitas vezes passadas de geração em geração, uma transmissão de herança, uma prática lúdica repassada pelo método da observação, repetição e experimentação. Em décadas passadas, as crianças brincavam a partir de saberes que eram repassados de pais para filhos e muitas delas aprenderam com seus avós, tios, tias ou pessoas de sua comunidade ou vizinhança, os brinquedos na sua maioria eram objetos de uso doméstico, frutos colhidos em arvores que davam asas  à imaginação da criança  ou ainda aprendiam a confeccionar com ajuda dos familiares, e era  nessa dinâmica de produzir seus próprios brinquedos, que as crianças desenvolviam a criatividade e raciocínio.

A indústria passou a dominar o comercio com ofertas de brinquedos já produzidos, hoje as crianças não precisam mais de criatividade para confeccionar os seus próprios brinquedos, tudo se encontra industrializado para a venda em prateleiras das lojas e nos shoppings. Observa-se então que as brincadeiras de antes permitiam mais às crianças descobrir, inventar, criar e procurar soluções para situações –problemas.

O ato   de   brincar   não   depende   de   a   criança   ter disponíveis ou acesso vários brinquedos industrializados dos mais sofisticados ao menos sofisticados, a criança precisa somente de um ambiente que a motive a criar para desenvolver-se. Cabe ao educador infantil estimular, oferecer tempo, espaços e permitir que a criança faça uso de brinquedos não estruturados. Mas o que são brinquedos não estruturados? Uma melhor definição é: Brinquedos não estruturados são aqueles que não possuem uma forma ou função específica definida, permitindo que as crianças usem sua imaginação e criatividade para brincar.

São brinquedos que possibilitam à criança desenvolver sua criatividade e inteligência, promovendo estímulos cognitivos e aumentando a exploração, além de facilitar o aparecimento de novas habilidades. E a grande diferença é que eles não são encontrados nas lojas e shoppings, são eles: tecidos, potes, caixas de papelão, panelas, tampas de potes de plástico, palito de picolé, cones e tubos de linhas e etc., que na sua maioria são descartados ao lixo. Existe uma infinidade desse material que estar presente muitas vezes no mesmo ambiente doméstico da criança e que podem ser usados nas brincadeiras escolares pelas crianças para a manipular, empilhar, montar recriar e explorar. Um material de baixo custo que pode ser reaproveitado.

‘’A relação criança e brinquedo vai ampliando-se na medida e na necessidade que a criança tem em produzir de colocar em prática a sua imaginação, sua criatividade’’ Vygotsky (2008, p. 35). O educador destaca a importância de oferecer ambientes variados e de muitas oportunidades para as crianças brincarem livremente, pois isso contribui para o desenvolvimento completo. O psicólogo via o brinquedo não estruturado de maneira propícia considerando-o importante para o crescimento das crianças, defendia que é esse tipo de brincadeira, que promove liberdade e criatividade, e é crucial para desenvolver habilidades de pensamento e resolução de problemas.  “O brincar infantil não é apenas uma atividade lúdica sem importância; no verdadeiro e profundo brincar, despertam-se forças da fantasia que moldam o cérebro”. Kishimoto (2001, p. 52 apud SILVA, 2010).

É bom ressaltar que as brincadeiras são a forma de como as crianças estabelecem conexão com o mundo ao seu redor. O educador facilitador precisa saber que quando um aluno chega à escola, ele traz consigo bagagens de experiências e aprendizados do cotidiano familiar ou social, e essas experiências estão cheias de momentos divertidos e aprendizagem de mundo.

É essencial que o facilitador nessa hora não só execute as atividades, mas valorize o que a criança traz consigo, permitindo que ela se expresse e demonstre o que sabe naquele momento de interação e brincadeira, pois ali além de aprender, ela também está ensinando o que já sabe. É importante frisar que os brinquedos construídos pelas crianças se tornam mais prazeroso ao brincar do que aqueles comprados já prontos. Quando constrói, a criança desenvolve a criatividade e a imaginação além de interagir consigo e com os outros, desenvolve o trabalho em equipe e a autonomia.

 

3 METODOLOGIA

 

A metodologia adotada nesta revisão bibliográfica baseia-se em um método estruturado para identificar e analisar fontes importantes relacionadas ao Brincar como ferramenta essencial ao desenvolvimento infantil. Para garantir uma ampla representatividade, foram analisadas pesquisas acadêmicas, utilizando combinação de termo de busca, incluindo “ludicidade”, Brinquedos e brincadeiras’’ e ‘’Desenvolvimento infantil’’.

O brincar no contexto escolar desempenha um papel fundamental no desenvolvimento integral da criança na primeira infância. Os educadores têm potencial para promover momentos que envolvam o brincar nas realizações de suas vivencias pedagógicas para que haja integração, inclusão e um bom desempenho nas aprendizagens dos pequenos.

A pesquisa foi fundamentada nas teorias de autores, psicólogos e educadores como Vygotsky, Piaget, Maria Montessori, Mildred Parten, que sustentam e defendem o brincar como mecanismo essencial no desenvolvimento infantil e também fundamentada na LDB, DCNEIS e pôr fim a BNCC.

Um aspecto relevante na educação Básica é que a aprendizagem da criança depende em grande parte da motivação do educador ou do mediador que está à frente da turma. Ao incentivar e oferecer a oportunidade do brincar, professor estará contribuindo para que a crianças se dediquem a realizar qualquer atividade.

 

4 ANÁLISE DE DADOS

Os dados analisados revelam que por meio do brincar, as crianças podem sim desenvolver suas habilidades alcançando objetivos que não atingiriam se estivessem resolvendo somente atividades escritas repetitivas como surgem em livros, cadernos e folhas de papel. Daí a importância de ressaltar que as mãozinhas infantis precisam manipular brinquedos para depois manipular outros materiais escolares. É pelas as atividades envolvidas no brincar que as crianças desenvolvem as suas habilidades motoras e cognitivas.

Considerando que, atualmente, as crianças começam a frequentar cada vez mais cedo a escola, torna-se importante que os educadores utilizem o lúdico como um recurso privilegiado na intervenção educativa. A configuração da educação infantil contempla as seguintes abordagens: a brincadeira livre, objetivando a socialização e a brincadeira dirigida, principalmente por meio dos jogos educativos, visando à escolarização. (ARANEGA; NASSIM; CHIAPPETTA, 2006).

É bom ressaltar sobre o resgate das brincadeiras tradicionais, aquelas passadas de geração em geração, fazendo uso delas também, facilita ao professor a inovação suas ideias tornando as aulas mais criativas e possibilitando ás crianças momentos de reviver brincadeiras tradicionais, uma maneira eficaz de resgate as suas histórias ou das histórias das famílias.

Em suma, o brincar no contexto da Educação Infantil não apenas proporciona um desenvolvimento cognitivos, mas também estimula a coordenação motora.

É por meio do brincar que as crianças desenvolvem suas habilidades, Friedrich Frobel deixa bem claro em uma de suas famosas frases: ‘’ O brincar é a atividade mais importante da criança, pois é através dele que ela expressa sua criatividade e se desenvolve. ”

 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Em conclusão, proporcionar oportunidades para as crianças enfrentar desafios por meio do brincar, o educador estará solidificando a compreensão cognitiva no seu aluno e facilitando o desenvolvimento motor como também a interação e integração dos pequenos no mundo social

A criança tem seu direito amparada por lei no seu processo de aprendizagem e por essa razão, é no brincar que elas desenvolverão todas as aptidões. Portanto comprova-se aqui que o brincar é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento infantil sim.

Os educadores da Educação Infantil desempenham um papel fundamental como mediador nas interações e brincadeiras, para isso é importante destacar que as experiências das crianças devem ser fundamentadas em um propósito pedagógico que se concretiza através do planejamento cuidadoso das ações pedagógicas. Além disso, é essencial planejar e organizar os espaços, os tempos e os materiais de forma a torná-los atrativos, promovendo oportunidades para que as crianças possam explorar e descobrir.

É fundamental planejar, permitir, valorizar e incentivar a diversidade de ações, interações e brincadeiras que podem ocorrerem no cotidiano da primeira infância, para facilitar desenvolvimento integral dessas crianças por meio do brincar.

 

REFERÊNCIAS

BRASIL. Conselho Nacional de Educação; Câmara de Educação Básica. Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009. Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Diário Oficial da União, Brasília, 18 dez. 2009, Seção 1, p. 18. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=2298-rceb005-09&category_slug=dezembro-2009-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 23 mar. 2017.

BRASIL. Emenda constitucional nº 59, de 11 de novembro de 2009. Diário Oficial da União, Brasília, 12 nov. 2009, Seção 1, p. 8. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituição/emendas/mec./emc59.htm>. Acesso em: 23 mar. 2017.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.

BRASIL. Centro de Estudos e Pesquisas em Educação e Desenvolvimento. Material Didático: 480-1173-1-SM. Disponível em: <https://cepedgoias.com.br/edipe/ivedipe/pdfs/didatica/co/480-1173-1-SM.pdf>. Acesso em: 27 mar. 2025.

BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. 1. ed. São Paulo: Editora Perspectiva, 1976.

CORSARO, William A. A sociologia da infância. 1. ed. São Paulo: Editora Cortez, 2011.

FOCHI, Paulo et al. Jogos heurísticos. In: O brincar heurístico na creche: percursos pedagógicos no observatório da cultura infantil – OBECI*. FOCHI, Paulo (Org.). Porto Alegre: Paulo Fochi Estudos Pedagógicos, 2018.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a educação: um estudo sobre o jogo simbólico na educação infantil. 1993. Tese (Doutorado em Educação) — Universidade de São Paulo, São Paulo, 1993.

PARTEN, Mildred. Brincar e Desenvolvimento: Uma Revisão da Literatura. In: O Manual de Psicologia Infantil, Volume 4: Psicologia Infantil na Prática. 7. ed. Nova Iorque: John Wiley & Sons, 2011.

PIORSKI, G. Brinquedos do chão: a natureza, o imaginário e o brincar. São Paulo: Peirópolis, 2016.

VYGOTSKY, L.S.A construção do pensamento e da linguagem. In: VYGOTSKY, L.S.; LURIYA, A.R.; LEONTIEV, A.N (Org.).  A psicologia da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

VYGOTSKY, L.S. A mente em sociedade: o desenvolvimento psicológico na infância. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

 

[1] Artigo publicado na EBWU no Curso de Doutorado em Ciências da Educação como trabalho de nivelamento de estudos das disciplinas básicas. Pela Doutoranda. Email: nildesoliveirapereira@gmail.com

[2] Professor Dr. em Ciências da Educação. Docente na EBWU. Email: radamese.lima.30@gmail.com

[3] Professora Dr. em Ciências da Educação. Docente na EBWU. Email: pedagogico.luciana@gmail.com

 

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