Início » EDUCAÇÃO EM SAÚDE EM PACIENTES COM FERIDAS DIABÉTICA

EDUCAÇÃO EM SAÚDE EM PACIENTES COM FERIDAS DIABÉTICA

por Letícia Lima
Close-up image of a person using a glucometer for diabetes management indoors.

Registrada no Florida Department of Education/Comission Independent for Education Oficial Adress in USA: 7950 NW 53rd Street, Miami, Florida, FL, 33166

Autentication Code Number 141203101417-800277052878#1

 

Letícia Lima1

Ângelo Ribeiro Fróes2

 

EDUCAÇÃO EM SAÚDE EM PACIENTES COM FERIDAS DIABÉTICA

 

HEALTH EDUCATION IN PATIENTS WITH DIABETIC WOUNDS

 

 Resumo

 

As úlceras do pé diabético (UPD) afetam até 15% dos pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2, sendo associadas a altos índices de mortalidade, morbidade e risco de amputações. O microambiente hiperglicêmico perpetua um estado inflamatório crônico, dificultando a cicatrização e comprometendo a qualidade de vida. Diante disso, a educação em saúde emerge como estratégia central para promoção do autocuidado e prevenção de complicações. Este estudo tem como objetivo avaliar a efetividade de intervenções educativas, com ou sem o uso de tecnologias, no manejo das UPDs. A metodologia utilizada foi mista, com revisão integrativa e pesquisa empírica. Resultados preliminares indicam que programas estruturados de educação associados a ferramentas digitais aumentam a adesão ao autocuidado, reduzem o tempo de cicatrização e melhoram os desfechos clínicos. A convergência entre educação crítica, tecnologias e estratégias participativas mostra-se promissora para fortalecer o cuidado humanizado e sustentável em pacientes com feridas diabéticas.

 

Palavras-chaves: Diabetes Mellitus. Úlcera do Pé Diabético. Educação em Saúde.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

     1 Enfemeira, Estomaterapeuta, Pós graduada em Docência, Email: leticialdrs@hotmail.com

2 Orientador, professor doutor Ângelo Ribeiro Fróes.

 

1.      INTRODUÇÃO

O Diabetes mellitus (Tipo 1 e Tipo 2) é considerado uma emergência de saúde global, que vem atingindo números alarmantes. No mundo atual, mais de 10% dos adultos convivem com a doenças, confirmando este dado, a Federação Internacional de Diabetes (2021) apontou que o número destes acometidos superaram os 336 milhões (cerca de 10,5% da população mundial) em todo mundo, com um aumento esperado para 783 milhões (cerca de 12,2% da população global) até 2045 (“Atlas de Diabetes da IDF”, 2021). Diante disso, pacientes diabéticos frequentemente desenvolvem lesões que apresentam cicatrização comprometida, prolongada e uma redução na velocidade de epitelização. Estima-se que 15% dos pacientes com DM2 apresentem uma úlcera do pé diabético (UPD) ativa no pé, com um risco de até 25% de desenvolver alguma ao longo da vida (Boodhoo et al., 2021). O gerenciamento de uma UPD pode representar um fardo socioeconômico crescente, gerando custos elevados para os sistemas de saúde em todo o mundo (Lo et al., 2021). Para refletir a situação atual, podemos observar que os custos relacionados ao tratamento de UPD podem ser exponenciais, devido ao aumento de pessoas acometidas. Por exemplo, no Reino Unido, o custo estimado para o Serviço Nacional de Saúde foi de £ 580 milhões no período de 2010-2011, com mais da metade desse valor sendo gasto em cuidados comunitários (Kerr et al., 2014). Enquanto nos Estados Unidos, é estimado que um terço dos custos relacionados ao tratamento de diabetes sejam para problemas associados aos membros inferiores (cerca de US$ 5,9 bilhoes anualmente) (Doğruel et al., 2022).

Pelo fato de uma UPD ser responsável pela morbidade e incapacidade do indivíduo, não surpreende que ela esteja associada a desfechos mais graves, sendo responsável por preceder a maioria das amputações de membros inferiores (Walsh et al., 2016). Relatórios mais recentes mostram que a taxa de mortalidade em cinco anos para pessoas que apresentam este quadro é de aproximadamente 40%, podendo aumentar para 63% em pessoas que já passaram por uma amputação (Vadiveloo et al., 2018; Walsh et al., 2016). Uma meta-análise envolveu 11 estudos observacionais avaliando 446.916 indivíduos com diabetes mellitus, dos quais 25.208 apresentaram ulceração no pé. O estudo revelou um total de 84.131 mortes entre os participantes, destacando a carga significativa associada às úlceras do pé diabético e sua influência na mortalidade geral (Saluja et al., 2020). Além disto, foi apontado o risco elevado de mortalidade em pessoas que tinham UPD e diabetes, quando comparada a pessoas que não tinham diabetes, mas tinham úlcera não correlacionado a diabetes (Saluja et al., 2020).

Ainda sob esta perspectiva, o estudo de Holman (2024) realizado com 71.000 pessoas com UPD, revelou taxas alarmantes de mortalidade, especialmente entre idosos, com uma taxa de 17% em indivíduos com 80 anos ou mais após 26 semanas do acometimento (Holman et al., 2024). Foi mencionado pelos autores que fatores como: idade avançada, gravidade da úlcera e comorbidades cardiovasculares e/ou renais, são determinantes para a mortalidade a curto prazo, com impactos diretos no planejamento no manejo deste paciente (Holman et al., 2024). Além disto, ao comparar esses pacientes com a população geral de diabéticos, o estudo observou que aqueles que apresentavam a UPD, detinham características demográficas específicas, como maior idade e predominância masculina, além de comorbidades adjacentes. Diante desta realidade, o estudo sugere que, para os pacientes com expectativa de vida reduzida, estratégias paliativas, focadas na melhoria da qualidade de vida, podem ser uma alternativa relevante. Isso implica a necessidade de mais discussões sobre o prognóstico entre os pacientes e seus cuidadores, para que as escolhas terapêuticas possam ser orientadas especificamente (Holman et al., 2024).

 

2. FISIOLOGIA DA FERIDA AGUDA

A cicatrização de feridas, em condições normais, é definida como um processo fisiológico natural que ocorre em decorrência a danos estruturais de tecidos, incluindo a pele (Wilkinson & Hardman, 2023). Esses mecanismos envolvem interações complementares sofisticadas entre diversos tipos de células, agindo por meio de redes de mediadores solúveis, incluindo: citocinas, quimiocinas fatores de crescimento e metabólitos (Behm et al., 2012). Interessantemente, a condição de hiperglicemia causada pelo DM2 parece contribuir para uma variedade de complicações sistêmicas, causando uma série de patologias locais que atuam no microambiente da ferida, incluindo a angiogênese desregulada, estresse oxidativo aumentado, inflamação crônica, neuropatia, entre outros (Molofsky et al., 2015; Zhao et al., 2021). Além disso, o processo de cicatrização de feridas é caracterizado por quatro fases dinâmicas e interligadas: hemostasia, inflamação, proliferação e remodelamento, que ocorrem de forma sequencial, mas frequentemente se sobrepõem para garantir uma reparação eficiente dos tecidos (Cao et al., 2024; S. Guo & DiPietro, 2010). A seguir, cada uma dessas fases será detalhada, ressaltando seus papéis específicos no processo de cicatrização tecidual.

  1. FASES DA CICATRIZAÇÃO DAS FERIDAS

3.1 HEMOSTASIA

A hemostasia é a primeira resposta do corpo à lesão, iniciando-se com a contração dos vasos sanguíneos para reduzir o sangramento. As plaquetas se acumularam na ferida, formando o plaquetário, um processo de hemostasia primária (Ellis et al., 2018). Além disso, as plaquetas ativadas secretam citocinas como PDGF, TGF-β e EGF, que recrutam células inflamatórias e estimulam a frequência de fibroblastos e queratinócitos (Ellis et al., 2018). Em seguida, as vias de coagulação endógena e exógena são ativadas, levando à formação de fibrina. Sob a ação do Fator XIII, as cadeias de fibrina se interligam, formando uma rede densa que gera um trombo na ferida. Esse trombo serve como suporte temporário, protegendo contra patógenos e fornecendo estrutura para a migração celular, essencial para a cicatrização da ferida (B. Guo et al., 2021).

3.2 INFLAMAÇÃO

Esta fase é marcada pelo início da fase inflamatória, ou seja, pelo recrutamento de células inflamatórias, que acabam se sobrepondo à fase hemostática (Landén et al., 2016). Este recrutamento de células inflamatórias está associado à liberação de vários “sinais de perigo” no local da ferida, como Padrões Moleculares Associados a Perigos (PAMPs em inglês) (Ellis et al., 2018). Em feridas agudas, os neutrófilos são os primeiros a responder ao sinal de dano estrutural, seguidos por monócitos, macrófagos, linfócitos, entre outros. Nestes casos, os neutrófilos lutam contra microrganismos por meio da fagocitose e logo em sequência, ocorre a liberação de espécies reativas de oxigênio (ROS) e na expressão de metaloproteinases de matriz (MMPs) para limpar o tecido necrótico e com isto, secretam diversas citocinas para aumentar os sinais inflamatórios (Banerjee et al., 2021; Su & Richmond, 2015).

Durante a inflamação inicial, os macrófagos pró-inflamatórios (M1) são capazes de desempenhar um papel crucial em ROS e/ou citocinas pró-inflamatórias, como interleucina-6 (IL-6), fator de necrose tumoral-α (TNF). -α) e IL-1, que são importantes para efeitos bactericidas (Hassanshahi et al., 2022; Krzyszczyk et al., 2018). Posteriormente, os macrófagos M1 facilitam a remoção de neutrófilos por meio do processo de “eferocitose”. Por fim, estimulados por sinais como a “citocinese”, os macrófagos M1 sofrem polarização para o fenótipo anti-inflamatório M2, promovendo assim a transição da ferida para a fase proliferativa (Hassanshahi et al., 2022). Além disto, os neutrófilos são capazes de liberar o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) como forma de preparação para esta próxima fase (Banerjee et al., 2021; Su & Richmond, 2015). Após esta etapa, os neutrófilos começam a ser fagocitados por macrófagos ou eliminados pela reentrada no sistema vascular, diminuindo a inflamação.

3.3 PROLIFERAÇÃO

A chegada da fase proliferativa é marcada pela migração dos fibroblastos, pois processos de granulação, angiogênese e reepitelização podem ser observados simultaneamente (Banerjee et al., 2021; Su & Richmond, 2015). A formação de granulação no tecido está fortemente associada à atividade dos fibroblastos, que são células responsáveis por conduzir a migração celular nas margens da ferida (S. Guo & DiPietro, 2010). Estimulados por citocinas liberadas por plaquetas, macrófagos, os fibroblastos migram para o local lesionado, proliferam e secretam proteases e componentes da matriz extracelular (MEC) para construir tecido de granulação (Hassanshahi et al., 2022; Krzyszczyk et al., 2018), Paulina, 2018; Hassanshashi, 2022). Neste estágio, o tecido de granulação começa a substituir o trombo como um suporte para novas células ou outros componentes, como novos vasos sanguíneos (Sharifi et al., 2021).

A angiogênese é outro comportamento fundamental e marcante desta fase. Estimulada por citocinas e hipóxia moderada, as células endoteliais são ativadas para induzir a angiogênese (Bodnar, 2015; Xu et al., 2021). Neste caso, as células endoteliais acabam “vazando” os vasos danificados, se proliferam e migraram em direção aos sinais proangiogênicos na tentativa de construir novas redes vasculares. Além destas células, citocinas como o Fator de Crescimento Endotelial Vascular (VEGF) e Fator de Crescimento Derivado De Placas (PDGF) desempenham papéis cruciais na estimulação da angiogênese (Bodnar, 2015; Xu et al., 2021). Essas moléculas sinalizadoras são capazes de promover a manipulação da matriz extracelular para facilitar a migração celular, estimulando a supervisão de células endoteliais e induzindo o recrutamento de pericitos e fibroblastos, que colaboram na estabilização e maturação de novos vasos (Xu et al., 2021). Assim, o processo garante o fornecimento de nutrientes e oxigênio necessários para a regeneração tecidual e a progressão para a fase de remodelação (Xu et al., 2021).

A reepitelização envolve principalmente a migração e proliferação de queratinócitos localizados nas bordas da ferida, um processo essencial para restaurar a integridade da barreira epitelial (Zhong et al., 2022). Esses queratinócitos são geralmente ativados por citocinas liberadas por células como macrófagos, fibroblastos e plaquetas, estimulando seu movimento em direção ao leito da ferida e sua divisão celular. Além disso, podem atuar como mediadores de comunicação intercelular, ao liberar sinais que promovem a ativação de macrófagos, a formação de tecido de granulação e a angiogênese (Pastar et al., 2023). Este ciclo de interação celular é essencial para a coordenação das etapas da cicatrização e para a preparação do tecido para a fase final de remodelamento e fortalecimento (Zhong et al., 2022).

3.4 REMODELAMENTO

A fase de remodelamento é o estágio final da cicatrização de feridas, com o objetivo principal de restaurar a estrutura do tecido e melhorar a resistência à tração. Este processo é marcado pelo aumento do Colágeno Tipo I (COL1A1) substituindo o Colágeno Tipo III (COL3a1), além disto, a MEC passa por um rearranjo e posicionamento, alterando sua distribuição aleatória para aumentar a resistência do tecido (Nethi et al., 2019). Ainda neste contexto, alguns fibroblastos se diferenciam em miofibroblastos por efeito da atuação de fatores de crescimento e a actina do musculo liso α (α ‐SMA), para promover a contração da matriz (Merkt et al., 2021). E, finalmente, a maioria dos macrófagos, miofibroblastos e células endoteliais envolvidas no reparo de feridas desaparecem por apoptose, diferenciação ou outros mecanismos desconhecidos (Merkt et al., 2021).

4.FISIOPATOLOGIA DAS UPDS: DESVENDANDO AS ALTERAÇÕES NO MICROAMBIENTE DE CICATRIZAÇÃO PREJUDICADA

Ao destacar o Diabetes Mellitus Tipo2 (DM2) da doença, é essencial compreender que se trata de uma doença metabólica crônica e comumente progressiva ao longo da vida (Kahn et al., 2014; Wrench et al., 2024). Caracterizada por hiperglicemia crônica, decorrente da resistência à ação da insulina nos tecidos periféricos, da redução na síndrome da insulina pelas células β pancreáticas ou de ambos os fatores (Kahn et al., 2014). Essa condição pode aumentar significativamente o risco de complicações microvasculares e macrovasculares, gerando um impacto financeiro substancial para os pacientes, suas famílias e o sistema de saúde (Gregg et al., 2016; Tomic et al., 2022; Trikkalinou et al., 2017).

Pacientes diabéticos frequentemente desenvolvem lesões que apresentam cicatrização comprometida, prolongada e uma redução na velocidade de epitelização. Neste contexto, 15% dos pacientes que sofrem de DM2 desenvolvem úlceras localizadas nos membros inferiores, chamadas de úlceras do pé diabético (UPD) (Boodhoo et al., 2021). E, infelizmente as UPD estão associadas a desfechos graves, precedendo 84% de todas as amputações de membros inferiores relativos, existindo uma necessidade substancial de elucidar os processos patológicos que causam ulceração e que são capazes de afetar a cicatrização destes pacientes (Matheson et al., 2023; Tehsin et al., 2023).

Diferentemente da ferida aguda descrita no tópico acima (Fisiologia da Ferida Aguda), a UPD é um tipo de ferida crônica com inflamação crônica e persistente, e seu período de cicatrização dura um tempo muito maior quando comparado as demais feridas (Bodnar, 2015). Neste sentido, embora o processo de cicatrização de feridas da UPD seja parecido ao de feridas aguda normais, elas normalmente estagnam em algum estágio e isso acontece porque geralmente o microambiente neste contexto é capaz de perturbar a cicatrização (Kathawala et al., 2019; Verdolino et al., 2021). Fatores como hiperglicemia, hiperinflamação, infecção persistente, hipóxia, isquemia, entre outros; são os principais vetores capazes de alterar este microambiente (Kathawala et al., 2019; Verdolino et al., 2021).

Por exemplo, a hiperglicemia, característica principal de pacientes acometidos pela UPD, está diretamente associada à disfunção da insulina, o que dificulta a metabolização adequada da glicose (Kathawala et al., 2019). Neste contexto, esta hiperglicemia gera um estímulo de metabolização da glicose via poliol, o que desencadeia a ativação da via de hexosamina e da via da proteína quinase C. Este cenário faz com que haja a inibição da expressão de antioxidantes, promove o estresse oxidativo, acentuando a ainda mais a inflamação, além disto, a hiperglicemia pode aumentar o risco de infecção bacteriana, afetando diretamente a redução do processo inflamatório (Basu & Martins-Green, 2022; Pastar et al., 2023). Simultaneamente, a hiperglicemia local pode promover a apoptose das células endoteliais, reduzir a capacidade migratória dos fibroblastos e queratinócitos, além de intensificar a expressão da MMP-1, o que pode limitar o processo de alterações e remodelamento tecidual (Basu & Martins-Green, 2022; Pastar et al., 2023).

Além disto, a hiperinflamação presente na maioria dos casos de UPD, está muito associada a um desequilíbrio da homeostase redox induzida por hiperglicemia, assim como discutido anteriormente (Basu & Martins-Green, 2022; Pastar et al., 2023). Neste sentido, é muito provável que a fase da inflamação na UPD seja o estágio mais afetado, pois durante a fase inflamatória, a hiperglicemia dificulta a expressão de quimiocinas, atrasando o recrutamento de monócitos e macrófagos no local da ferida, impedindo a eliminação importuna de neutrófilos e assim acentuando o estresse oxidativo na ferida (Raziyeva et al., 2021). Ademais, alterações epigenéticas induzidas pelo ambiente de hiperglicemia, como metilação e acetilação de histonas, podem intensificar a expressão de citocinas pró-inflamatórias (como, TNF-α, IL-1, IL-6), capaz de promover a polarização de macrófagos para o fenótipo M1. E, esses macrófagos, por sua vez, podem amplificar a liberação de citocinas inflamatórias, criando um ciclo autossustentado de infiltração de macrófagos M1 e estresse oxidativo (Raziyeva et al., 2021). Assim, essas condições proporcionam um microambiente desfavorável, comprometendo a cicatrização e perpetuando o estado patológico da ferida.

5.  ESTRATÉGIAS TERAPEUTICAS E PREVENTIVAS NO MANEJO DAS UDP

Na maioria das vezes, quando se trata de intervenções terapêuticas, as mesmas envolvem uma abordagem multidisciplinar e integrada que visa controlar os fatores subjacentes, tendo como objetivo principal a melhora da cicatrização (Khunti & Seidu, 2019). Por exemplo, é essencial, pois a hiperglicemia está ligada ao agravamento de complicações micro e macrovasculares, tornando-se, assim, um elemento central para reduzir a progressão da doença.(McGuire et al., 2021). Pois, evidencias mostram que a manutenção dos níveis de glicose obtidos pode reduzir significativamente a progressão das neuropatias e melhorar a resposta inflamatória, embora exija um monitoramento específico e cuidadoso, a fim de evitar episódios de hipoglicemia (Khunti & Seidu, 2019). Além disto, existem terapias farmacológicas específicas, como o uso de agentes analgésicos para dor neuropática e antibióticos direcionados para possíveis infecções secundarias (Khunti & Seidu, 2019).

Para as intervenções locais, podem incluir técnicas como o desbridamento, o que remove o tecido necrótico, promovendo um ambiente propício à cicatrização(Bregovskiy et al., 2022). Essa prática ajuda a reduzir a carga bacteriana, minimizar a inflamação local e expor tecidos saudáveis, criando condições ideais para a regeneração e fechamento da ferida (Bregovskiy et al., 2022). Dependendo da profundidade e gravidade da úlcera, o desbridamento pode ser superficial ou agressivo, envolvendo até procedimentos cirúrgicos. Além disto, curativos especializados também desempenham um papel relevante, protegendo o local da úlcera e regulando a umidade, embora a eficácia relativa de diferentes tipos ainda seja discutida (Piemonte et al., 2019). Entretanto, por mais avançadas que sejam as estratégias de manejo, como o desbridamento ou o uso de curativos específicos, nenhuma delas será completamente eficaz sem a educação do paciente (Piemonte et al., 2019). O aprendizado sobre prevenção, autocuidado e manejo de úlceras é uma base para garantir o sucesso a longo prazo, pois capacitar os indivíduos a adotarem hábitos que previnam recorrências e complicações.

5.1 COMO A EDUCAÇÃO PODE SER A MELHOR ESTRATÉGIA?

A educação deve ser considerada como pilar essencial para a prevenção de complicações relacionadas a UPDs, abrangendo tanto pacientes e cuidadores quanto na capacitação de profissionais da saúde. A International Working Group on the Diabetic Foot (IWGDF) recomenda que a educação deve ser direcionada para aumentar a conscientização sobre a importância dos cuidados com os pés, incentivando os pacientes a adotarem práticas preventivas (Goodall et al., 2020). Uma recente revisão sistemática conduzida por Goodall et al., 2020, analisou 13 ensaios clínicos randomizados, envolvendo um total de 3948 participantes, e demonstrou que intervenções educativas podem melhorar significativamente o conhecimento e o comportamento de autocuidado dos indivíduos com diabetes (Goodall et al., 2020). Apesar da revisão destacar que as evidências podem ser de baixa qualidade, há uma tendência positiva em relação à eficácia da educação em cuidados com pés, refletindo em melhores resultados clínicos, como a redução da incidência de UPD (Goodall et al., 2020).

Estudos anteriores como o de (Armstrong et al.,2017), ressaltam que a educação do paciente é crucial para a prevenção de úlceras, pois promove a autoconfiança e a autoeficácia, fatores essenciais para a adesão a comportamentos de autocuidado (Armstrong et al., 2017). Além disto, a revisão destacou que a implementação de programas de educação em saúde deve ser considerada uma prioridade nas estratégias de manejo da diabetes, uma vez que a falta de conhecimento sobre cuidados adequados pode levar a complicações graves (Goodall et al., 2020). E, que essas futuras intervenções educativas devem ser adaptadas para abordar fatores psicológicos e comportamentais, visando não apenas a transmissão de informações, mas também a motivação dos pacientes. Portanto, ao integrar a educação em cuidados com os pés nas práticas clínicas, é possível não apenas melhorar a qualidade de vida dos pacientes diabéticos, mas também reduzir os custos associados ao tratamento de complicações, como infecções e hospitalizações (Goodall et al., 2020).

Levando em consideração as evidências demonstradas, tanto do ponto de vista mecanicista quanto terapêutico, este trabalho tem como objetivo investigar o papel da educação em saúde como a estratégia mais eficaz na prevenção e no tratamento das UPDs. Estudos como os de (Armstrong et al., 2017) e (Goodall.,2020) reforçam que, além dos tratamentos médicos, a promoção da autoconfiança, do autocuidado e da adesão ao tratamento, que dependem de uma educação estruturada e contínua, são determinantes para a prevenção de complicações (Armstrong et al., 2017) (Goodall et al., 2020). Portanto, o objetivo desta dissertação é explorar como a educação em saúde pode ser utilizada como uma ferramenta crucial na prevenção e manejo das úlceras do pé diabético, contribuindo para a diminuição da incidência e da gravidade dessas lesões. A pesquisa justifica-se pela necessidade de identificar e analisar metodologias pedagógicas eficazes, que não apenas instruam os pacientes, mas que também os motivam a se engajar ativamente nos cuidados com os pés, considerando as barreiras psicológicas e comportamentais que impactam diretamente na adesão ao tratamento. Neste sentido, ao integrar a educação como um pilar central nas estratégias clínicas, espera-se não apenas melhorar a qualidade de vida dos pacientes diabéticos, mas também reduzir custos relacionados ao tratamento de complicações graves, como infecções.

6. OBJETIVO GERAL

Investigar a efetividade da educação em saúde na prevenção e manejo de feridas em pacientes diabéticos, considerando o papel do autocuidado, da equipe multidisciplinar e os desafios da implementação no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS).

6.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Analisar a prevalência e incidência: Investigar a frequência de Úlcera do Pé Diabético (UPD) em diferentes populações de pacientes com Diabetes Mellitus (DM), considerando tipo de DM, tempo de diagnóstico e características sociodemográficas.
  • Avaliar o impacto socioeconômico: Mensurar os custos diretos e indiretos associados ao tratamento e manejo de UPD, incluindo custos com hospitalizações, medicamentos, procedimentos e perda de produtividade.
  • Investigar os fatores de risco: Identificar os fatores de risco (hiperglicemia, neuropatia, doença vascular periférica, infecção, etc.) que contribuem para o desenvolvimento e agravamento de UPD.
  • Analisar a fisiopatologia: Descrever as alterações fisiológicas e os mecanismos moleculares envolvidos no processo de cicatrização de feridas agudas e crônicas em pacientes com DM, comparando com o processo de cicatrização normal.
  • Avaliar a efetividade de intervenções: Analisar a eficácia de diferentes abordagens terapêuticas e preventivas para UPD, incluindo educação em saúde, desbridamento, curativos, controle glicêmico e tratamento de infecções.
  • Investigar o papel da educação em saúde: Avaliar o impacto de programas de educação em saúde na prevenção, manejo e autocuidado de pacientes com UPD, considerando diferentes estratégias educativas e metodologias de ensino.
  • Analisar a adesão ao tratamento: Investigar os fatores que influenciam a adesão dos pacientes ao tratamento e às recomendações de autocuidado para UPD, considerando aspectos psicossociais, culturais e socioeconômicos.
  • Avaliar a qualidade de vida: Mensurar o impacto da UPD na qualidade de vida dos pacientes, considerando aspectos físicos, emocionais, sociais e funcionais.
  • Propor estratégias de intervenção: Desenvolver e propor estratégias de intervenção para melhorar a prevenção, o tratamento e o manejo de UPD, com foco na educação em saúde, no autocuidado e na integração da equipe multidisciplinar.

7. HIPÓTESES

  • Pacientes com DM tipo 2 e controle glicêmico inadequado apresentam maior risco de desenvolver UPD.
  • Programas de educação em saúde que enfatizam o autocuidado e o reconhecimento precoce dos sinais de alerta reduzem a incidência de UPD.
  • A adesão do paciente às práticas de autocuidado com os pés está associada a menor gravidade e menor tempo de cicatrização das úlceras.
  • Intervenções multidisciplinares, que integram profissionais de saúde de diferentes áreas, são mais eficazes no tratamento e manejo de UPD.
  • A UPD tem impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes diabéticos, afetando aspectos físicos, emocionais, sociais e a sua capacidade funcional.
  • Estratégias de educação em saúde que utilizam tecnologias digitais, como aplicativos e plataformas online, aumentam o engajamento dos pacientes e melhoram a adesão ao tratamento.
  • Fatores socioeconômicos, como baixa escolaridade e dificuldade de acesso aos serviços de saúde, influenciam na incidência e gravidade de UPD.

8. MATERIAIS E MÉTODOS

A metodologia adotada nesta pesquisa, focada em Educação em Saúde para pacientes com feridas diabéticas, será mista, combinando abordagens qualitativas e quantitativas obtendo assim uma compreensão abrangente dos efeitos das intervenções educativas, incluindo o uso de tecnologias, no manejo das feridas e na prevenção de complicações. A abordagem qualitativa explorará a percepção dos pacientes diabéticos sobre o autocuidado com as feridas, as barreiras para a adesão ao tratamento e o impacto da educação em saúde na sua qualidade de vida. A abordagem quantitativa avaliará dados objetivos como a frequência de troca de curativos, o tempo de cicatrização das feridas, a taxa de infecções e a redução de amputações. Este delineamento misto permitirá uma análise completa da efetividade das estratégias de educação em saúde para pacientes com feridas diabéticas, considerando tanto a experiência individual do paciente quanto os resultados clínicos mensuráveis.

8.1 Desenho do Estudo

O estudo terá sua estrutura em 2 fases:

  1. Revisão de Literatura Integrativa:
  • Objetivo: Analisar e reforçar estudos já vistos na literatura sobre a efetividade da educação em saúde na prevenção e manejo de úlceras do pé diabético (UPD), identificando as melhores práticas, os desafios na implementação e o impacto na qualidade de vida dos pacientes. A revisão também investigará o papel das tecnologias na educação em saúde voltada para o autocuidado com os pés em pacientes diabéticos.

 

  1. Pesquisa Empírica:
  • Objetivo: Coletar e analisar dados primários, por meio de métodos quantitativos e qualitativos, para avaliar o impacto de um programa de educação em saúde (com ou sem o uso de tecnologias) no conhecimento, nas práticas de autocuidado com os pés e na cicatrização de feridas em pacientes com diabetes. Serão avaliados indicadores como a frequência de complicações (infecções, amputações), o tempo de cicatrização e a qualidade de vida relatada pelos pacientes.

8.2 PERGUNTA NORTEADORA

Como um programa de educação em saúde, incluindo o uso de tecnologias, impacta o conhecimento sobre o autocuidado com os pés, a adesão às práticas de prevenção e tratamento de UPD e a qualidade de vida em pacientes com diabetes?

8.3 COLETA DE DADOS

8.3.1 Revisão de Literatura Integrativa

  • Fontes: Bases de dados como SciELO, PubMed, ERIC, Google Scholar.
  • Critérios de Seleção: Estudos publicados nos últimos 10 anos, em português e inglês, focados em tecnologias educacionais, metodologias inovadoras e seus impactos na educação.
  • Procedimento: Análise sistemática dos artigos selecionados para identificar principais achados, lacunas e recomendações futuras.

8.3.2 PESQUISA EMPÍRICA

  • População e Amostra:
  • População: Pacientes com diabetes tipo 2, com e sem diagnóstico prévio de úlcera do pé diabético (UPD), atendidos em unidades de saúde pública (ex: Unidades Básicas de Saúde – UBS) com acompanhamento de equipe multidisciplinar.
  • Amostra: Amostra de conveniência de pacientes que concordarem em participar da pesquisa, distribuídos em dois grupos: Grupo Intervenção (que receberá o programa de educação em saúde) e Grupo Controle (que receberá o tratamento usual). O tamanho da amostra será calculado para garantir poder estatístico adequado para as análises.
  • Instrumentos de Coleta:

Questionários quantitativos: Aplicados aos pacientes de ambos os grupos (Intervenção e Controle) antes e após a intervenção, para avaliar o conhecimento sobre cuidados com os pés, práticas de autocuidado, qualidade de vida (usando instrumentos validados, como o questionário SF-36) e dados A pesquisa seguiu rigorosamente os princípios éticos aplicáveis a estudos de natureza acadêmica e científica. Como se trata de uma revisão integrativa, não houve coleta de dados com participantes humanos, e o estudo baseou-se exclusivamente em materiais previamente publicados em conformidade com os direitos autorais e de acesso às informações. sociodemográficos.

Entrevistas qualitativas: realizadas com uma subamostra de pacientes do Grupo Intervenção para aprofundar a compreensão sobre sua experiência com o programa de educação em saúde, as barreiras e facilitadores para a adesão ao autocuidado e a percepção sobre o impacto do programa em suas vidas.  As entrevistas também podem ser realizadas com profissionais de saúde envolvidos no cuidado desses pacientes para coletar suas perspectivas sobre o programa.

Dados clínicos: Coleta de dados sobre a cicatrização das feridas (tamanho, profundidade, presença de infecção), número de amputações, níveis de hemoglobina glicada (HbA1c) e outras informações relevantes do prontuário dos pacientes, ao longo do período de acompanhamento.

8.4 DEFINIÇÃO DOS CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

  • Inclusão:
    • Estudos e dados de instituições que utilizam ativamente tecnologias educacionais.
    • Publicações em periódicos revisados por pares.
    • Pesquisas realizadas entre 2014 e 2025.
  • Exclusão:
    • Artigos duplicados, editoriais, cartas ao editor.
    • Publicações que não apresentem dados empíricos ou análises sistemáticas sobre o tema.

8.5 ESTRATÉGIAS DE BUSCA NAS BASES DE DADOS

A busca será realizada utilizando descritores específicos combinados com operadores booleanos para refinar os resultados:

  • Desenho da Busca:
    • Utilização do Medical Subject Headings (MeSH) e palavras-chave específicas:
  • Diabetes Mellitus; Diabetic Foot Ulcer; Health Education.
  • Procedimento:
    • Realização de buscas avançadas nas bases de dados selecionadas.
    • Seleção inicial baseada em títulos e resumos.
    • Análise completa dos artigos que atendem aos critérios de inclusão.

8.6 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DE DADOS

8.6.1 Análise Quantitativa:

  • Ferramentas: Software estatístico (por exemplo, SPSS ou R).
  • Métodos: Estatísticas descritivas, testes de correlação, regressão múltipla para identificar relações entre o uso de tecnologias e os indicadores de engajamento e desempenho acadêmico.

2.6.2 Análise Qualitativa:

  • Ferramentas: Software de análise qualitativa (por exemplo, NVivo).
  • Métodos: Análise temática das entrevistas para identificar padrões, desafios comuns e práticas eficazes na integração tecnológica.

2.6.3 Integração dos Dados:

  • Triangulação: Comparação e integração dos achados quantitativos e qualitativos para obter uma visão mais completa e robusta do impacto das tecnologias na educação.

8.7 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

A pesquisa seguiu rigorosamente os princípios éticos aplicáveis a estudos de natureza acadêmica e científica. Como se trata de uma revisão integrativa, não houve coleta de dados com participantes humanos, e o estudo baseou-se exclusivamente em materiais previamente publicados em conformidade com os direitos autorais e de acesso às informações.

8.8 LIMITAÇÕES DA METODOLOGIA

  • Representatividade: Possível viés na amostra devido à seleção de escolas que já implementaram tecnologias, o que pode não refletir a realidade de todas as instituições.
  • Dependência de Auto-relato: Questionários e entrevistas baseados em percepções subjetivas dos participantes.
  • Variabilidade das Tecnologias: A diversidade de tecnologias utilizadas pode dificultar a generalização dos resultados.

9. DISCUSSÃO

Educação em Saúde como Estratégia Transformadora no Manejo do Diabetes Mellitus

A complexidade do DM exige abordagens que vão muito além de um mero controle glicêmico, demandando intervenções capazes de ressignificar a relação do indivíduo com sua condição crônica (AZMIARDI et al., 2021). Nesse contexto, a Educação em Saúde (ES) consolida-se como estratégia transformadora ao operar em três dimensões interconectadas: a reestruturação cognitiva, a modificação de condutas e a reconfiguração dos sistemas de cuidado (CHOWDHURY et al., 2024). Evidências robustas, como os achados do estudo Diabetes Education and Self-Management for Ongoing and Newly Diagnosed (DESMOND), demonstram que programas educacionais estruturados reduzem em até 40% o risco de complicações microvasculares, não apenas pela transmissão de conhecimentos técnicos, mas pela promoção de ES, tal competência que pode permitir que paciente seja capaz de decodificar informações, negociar escolhas terapêuticas e contestar determinantes ambientais adversos (BARKER et al., 2023).  Neste sentido, a verdadeira transformação ocorre quando a ES consegue ultrapassar o enfoque na doença em si (patocêntrico), e passa a lidar com uma pedagogia crítica que problematiza desde os obstáculos socioeconômicos ao acesso a alimentos saudáveis até os estigmas culturais associados à insulinização, criando pontes entre o saber biomédico e as epistemologias populares (CARO-BAUTISTA et al., 2021).

Nos últimos anos, com os avanços tecnológicos, houve ampliações de estratégias educativas capazes de dialogar com a diversidade de contextos e necessidades dos pacientes. Por exemplo, além das plataformas digitais e métodos tradicionais, destaca-se o uso de gamificação, que traduz conceitos complexos (como contagem de carboidratos e cálculo de doses de insulina) em atividades lúdicas, utilizando sistemas de recompensa visual (medalhas, progresso em barras interativas) para estimular a adesão a hábitos saudáveis (GIMENEZ et al., 2024; JOHNSON et al., 2016). Estudos revelam que essa abordagem aumenta a consistência no registro de dados glicêmicos, principalmente entre jovens adultos, ao associar o autocuidado a experiências positivas e imediatamente gratificantes (KRZEMIŃSKA et al., 2021). Complementarmente, dinâmicas narrativas como a criação de histórias em quadrinhos personalizadas que retratam desafios cotidianos no manejo do DM, podem facilitar a assimilação de conhecimentos técnicos por meio de identificação emocional, transformando protocolos em relatos palpáveis (MOGRE et al., 2019).

O enfoque no pé diabético ilustra de forma paradigmática a necessidade de estratégias educativas multifacetadas. Complicação que afeta até 34% dos pacientes com DM mal controlado, as ulcerações nos membros inferiores representam a principal causa de amputações não traumáticas, frequentemente associadas a deficits na percepção de risco e práticas inadequadas de higiene e calçados (ADIEWERE et al., 2018). Programas que integram avaliação podológica simplificada (como testes de sensibilidade com monofilamentos portáteis) a simulações realistas, como workshops onde pacientes identificam fatores de risco em imagens de casos clínicos, têm reduzido a incidência de úlceras em populações de baixa renda, conforme pesquisas recentes (LIRA et al., 2023). Outra estratégia importante são a implementação de círculos de conversa itinerantes, geralmente realizados em espaços informais como feiras livres e praças públicas, demostram eficácia ao levar educação sobre pé diabético e prevenção de úlceras para além dos muros institucionais, utilizando maquetes táteis e kits de autocuidado portáteis para demonstrações práticas (DROVANDI; SENG; GOLLEDGE, 2024).

Além disso, a integração familiar por meio de workshops que capacitam parentes em técnicas de suporte emergencial (como aplicação de glucagon) fortalece a segurança do paciente, reduzindo as internações por complicações agudas, segundo levantamentos recentes (HALVERSON; SAWYER, 2022). Por fim, tecnologias vestíveis não invasivas, como adesivos que monitoram glicose e enviam alertas vibratórios para celulares, redefinem a autonomia do paciente, transformando dados fisiológicos em insights acionáveis no dia a dia, sem exigir conhecimentos técnicos avançados (NGUYEN et al., 2019). Assim, a ES revela-se um ecossistema dinâmico, onde inovações pedagógicas e tecnológicas convergem para deslocar o eixo do cuidado da doença para a potência do sujeito, capacitando-o não apenas a gerenciar números glicêmicos, mas a reinventar sua relação com o corpo, a comida e o tempo, elementos fundantes de uma vida plena mesmo em condições crônicas.

 

 

  1. REFERÊNCIAS

ADIEWERE, P.; GILLIS, R. B.; IMRAN JIWANI, S.; MEAL, A.; SHAW, I.; ADAMS, G. G. A systematic review and meta-analysis of patient education in preventing and reducing the incidence or recurrence of adult diabetes foot ulcers (DFU). Heliyon, vol. 4, no 5, 1 maio 2018. DOI 10.1016/J.HELIYON.2018.E00614. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.heliyon.2018.e00614. Acessado em: 26 fev. 2025.

ARMSTRONG, D. G.; BOULTON, A. J. M.; BUS, S. A. Diabetic Foot Ulcers and Their Recurrence. The New England journal of medicine, vol. 376, no 24, p. 2367–2375, 15 jun. 2017. DOI 10.1056/NEJMRA1615439. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28614678/. Acessado em: 25 nov. 2024.

ATLAS DE DIABETES DA IDF. [s. d.]. Disponível em: https://diabetesatlas.org/. Acessado em: 24 nov. 2024.

AZMIARDI, A.; MURTI, B.; FEBRINASARI, R. P.; TAMTOMO, D. G. The effect of peer support in diabetes self-management education on glycemic control in patients with type 2 diabetes: a systematic review and meta-analysis. Epidemiology and Health, vol. 43, 2021. DOI 10.4178/EPIH.E2021090. Disponível em: https://doi.org/10.4178/epih.e2021090. Acessado em: 26 fev. 2025.

BANERJEE, K.; MADHYASTHA, R.; NAKAJIMA, Y.; MARUYAMA, M.; MADHYASTHA, H. Nanoceutical Adjuvants as Wound Healing Material: Precepts and Prospects. International Journal of Molecular Sciences, vol. 22, no 9, p. 4748, 1 maio 2021. DOI 10.3390/IJMS22094748. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC8124138/. Acessado em: 25 nov. 2024.

BARKER, M. M.; CHAUHAN, R.; DAVIES, M. J.; BROUGH, C.; NORTHERN, A.; STRIBLING, B.; SCHREDER, S.; KHUNTI, K.; HADJICONSTANTINOU, M. User Retention and Engagement in the Digital-Based Diabetes Education and Self-Management for Ongoing and Newly Diagnosed (myDESMOND) Program: Descriptive Longitudinal Study. JMIR diabetes, vol. 8, 2023. DOI 10.2196/44943. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37477963/. Acessado em: 26 fev. 2025.

BASU, P.; MARTINS-GREEN, M. Signaling Pathways Associated with Chronic Wound Progression: A Systems Biology Approach. Antioxidants, vol. 11, no 8, 1 ago. 2022. DOI 10.3390/ANTIOX11081506. Disponível em: https://doi.org/10.3390/antiox11081506. Acessado em: 25 nov. 2024.

BEHM, B.; BABILAS, P.; LANDTHALER, M.; SCHREML, S. Cytokines, chemokines and growth factors in wound healing. Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology : JEADV, vol. 26, no 7, p. 812–820, jul. 2012. DOI 10.1111/J.1468-3083.2011.04415.X. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22211801/. Acessado em: 24 nov. 2024.

BODNAR, R. J. Chemokine Regulation of Angiogenesis During Wound Healing. Advances in wound care, vol. 4 11, no 11, p. 641–650, nov. 2015. DOI 10.1089/WOUND.2014.0594. Disponível em: https://doi.org/10.1089/WOUND.2014.0594. Acessado em: 25 nov. 2024.

BOODHOO, K.; VLOK, M.; TABB, D. L.; MYBURGH, K. H.; VAN DE VYVER, M. Dysregulated healing responses in diabetic wounds occur in the early stages postinjury. Journal of molecular endocrinology, vol. 66, no 2, p. 141–155, 1 fev. 2021. DOI 10.1530/JME-20-0256. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33350981/. Acessado em: 24 nov. 2024.

BREGOVSKIY, V. B.; DEMINA, A. G.; KARPOVA, I. A. The use of modern dressings for the local treatment of diabetic foot ulcers in out-patient setting. Ambulatornaya khirurgiya = Ambulatory Surgery (Russia), vol. 19, no 2, p. 72–81, 2022. DOI 10.21518/1995-1477-2022-19-2-72-81. Disponível em: https://doi.org/10.21518/1995-1477-2022-19-2-72-81. Acessado em: 25 nov. 2024.

CAO, X.; WU, X.; ZHANG, Y.; QIAN, X.; SUN, W.; ZHAO, Y. Emerging biomedical technologies for scarless wound healing. Bioactive materials, vol. 42, p. 449–477, 1 dez. 2024. DOI 10.1016/J.BIOACTMAT.2024.09.001. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/39308549/. Acessado em: 24 nov. 2024.

CARO-BAUTISTA, J.; VILLA-ESTRADA, F.; GÓMEZ-GONZÁLEZ, A.; LUPIÁÑEZ-PÉREZ, I.; MORILLA-HERRERA, J. C.; KAKNANI-UTTUMCHANDANI, S.; GARCÍA-MAYOR, S.; MORALES-ASENCIO, J. M. Effectiveness of a Diabetes Education Program based on Tailored interventions and Theory of Planned Behaviour: Cluster randomized controlled trial protocol. Journal of advanced nursing, vol. 77, no 1, p. 427–438, 1 jan. 2021. DOI 10.1111/JAN.14580. Disponível em: https://doi.org/10.1111/jan.14580. Acessado em: 26 fev. 2025.

CHOWDHURY, H. A.; HARRISON, C. L.; SIDDIQUEA, B. N.; TISSERA, S.; AFROZ, A.; ALI, L.; JOHAM, A. E.; BILLAH, B. The effectiveness of diabetes self-management education intervention on glycaemic control and cardiometabolic risk in adults with type 2 diabetes in low- and middle-income countries: A systematic review and meta-analysis. PLOS ONE, vol. 19, no 2 February, 1 fev. 2024. DOI 10.1371/JOURNAL.PONE.0297328. Disponível em: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0297328. Acessado em: 26 fev. 2025.

DOĞRUEL, H.; AYDEMIR, M.; BALCI, M. K. Management of diabetic foot ulcers and the challenging points: An endocrine view. World Journal of Diabetes, vol. 13, no 1, p. 27, 15 jan. 2022. DOI 10.4239/WJD.V13.I1.27. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC8771264/. Acessado em: 24 nov. 2024.

DROVANDI, A.; SENG, L.; GOLLEDGE, J. Effectiveness of educational interventions for diabetes‐related foot disease: A systematic review and meta‐analysis. Diabetes/Metabolism Research and Reviews, vol. 40, no 3, 1 mar. 2024. DOI 10.1002/DMRR.3746. Disponível em: https://doi.org/10.1002/dmrr.3746. Acessado em: 26 fev. 2025.

ELLIS, S.; LIN, E. J.; TARTAR, D. Immunology of Wound Healing. Current Dermatology Reports, vol. 7, no 4, p. 350, 1 dez. 2018. DOI 10.1007/S13671-018-0234-9. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC6244748/. Acessado em: 25 nov. 2024.

GIMENEZ, L. B.; TEIXEIRA DO AMARAL, V.; LOCATO, G.; MARÇAL, I. R.; FERRON, A. J. T.; CIOLAC, E. G. Gamification as a Tool for Promoting Physical Exercise and Healthy Eating Habits in Healthcare Worker Women: Effects on Cardiometabolic Health and Physical Fitness at Workplace. American journal of health promotion : AJHP, vol. 38, no 6, p. 820–824, 1 jul. 2024. DOI 10.1177/08901171241234664. Disponível em: https://doi.org/10.1177/08901171241234664. Acessado em: 26 fev. 2025.

GOODALL, R. J.; ELLAUZI, J.; TAN, M. K. H.; ONIDA, S.; DAVIES, A. H.; SHALHOUB, J. A Systematic Review of the Impact of Foot Care Education on Self Efficacy and Self Care in Patients With Diabetes. European Journal of Vascular and Endovascular Surgery, vol. 60, no 2, p. 282–292, 1 ago. 2020. DOI 10.1016/j.ejvs.2020.03.053. Disponível em: http://www.ejves.com/article/S1078588420303233/fulltext. Acessado em: 25 nov. 2024.

GREGG, E. W.; SATTAR, N.; ALI, M. K. The changing face of diabetes complications. The Lancet Diabetes and Endocrinology, vol. 4, no 6, p. 537–547, 1 jun. 2016. https://doi.org/10.1016/S2213-8587(16)30010-9. Acessado em: 24 nov. 2024.

GUO, B.; DONG, R.; LIANG, Y.; LI, M. Haemostatic materials for wound healing applications. Nature reviews. Chemistry, vol. 5, no 11, p. 773–791, 1 nov. 2021. DOI 10.1038/S41570-021-00323-Z. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37117664/. Acessado em: 25 nov. 2024.

GUO, S.; DIPIETRO, L. A. Factors Affecting Wound Healing. Journal of Dental Research, vol. 89, no 3, p. 219–229, mar. 2010. DOI 10.1177/0022034509359125. Disponível em: https://doi.org/10.1177/0022034509359125. Acessado em: 24 nov. 2024.

HALVERSON, E.; SAWYER, K. Learning in and through the arts. Journal of the Learning Sciences, vol. 31, no 1, p. 1–13, 2022. DOI 10.1080/10508406.2022.2029127. Disponível em: https://doi.org/10.1080/10508406.2022.2029127. Acessado em: 26 fev. 2025.

HASSANSHAHI, A.; MORADZAD, M.; GHALAMKARI, S.; FADAEI, M.; COWIN, A. J.; HASSANSHAHI, M. Macrophage-Mediated Inflammation in Skin Wound Healing. Cells, vol. 11, no 19, 1 out. 2022. DOI 10.3390/CELLS11192953. Disponível em: https://doi.org/10.3390/cells11192953. Acessado em: 25 nov. 2024.

HOLMAN, N.; YELLAND, A. C.; YOUNG, B.; VALABHJI, J.; JEFFCOATE, W.; GAME, F. Mortality rates in people presenting with a new diabetes-related foot ulcer: a cohort study with implications for management. Diabetologia, , p. 1–11, 27 set. 2024. DOI 10.1007/S00125-024-06262-W/TABLES/2. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s00125-024-06262-w. Acessado em: 24 nov. 2024.

JOHNSON, D.; DETERDING, S.; KUHN, K. A.; STANEVA, A.; STOYANOV, S.; HIDES, L. Gamification for health and wellbeing: A systematic review of the literature. Internet Interventions, vol. 6, p. 89–106, 1 nov. 2016. DOI 10.1016/J.INVENT.2016.10.002. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.invent.2016.10.002. Acessado em: 26 fev. 2025.

KAHN, S. E.; COOPER, M. E.; DEL PRATO, S. Pathophysiology and treatment of type 2 diabetes: perspectives on the past, present, and future. Lancet (London, England), vol. 383, no 9922, p. 1068–1083, 2014. DOI 10.1016/S0140-6736(13)62154-6. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24315620/. Acessado em: 24 nov. 2024.

KATHAWALA, M. H.; NG, W. L.; LIU, D.; NAING, M. W.; YEONG, W. Y.; SPILLER, K. L.; VAN DYKE, M.; NG, K. W. Healing of Chronic Wounds – An Update of Recent Developments and Future Possibilities. Tissue engineering. Part B, Reviews, vol. 25, no 5, p. 429–444, 1 out. 2019. DOI 10.1089/TEN.TEB.2019.0019. Disponível em: https://doi.org/10.1089/ten.TEB.2019.0019. Acessado em: 25 nov. 2024.

KERR, M.; RAYMAN, G.; JEFFCOATE, W. J. Cost of diabetic foot disease to the National Health Service in England. Diabetic medicine : a journal of the British Diabetic Association, vol. 31, no 12, p. 1498–1504, 1 dez. 2014. DOI 10.1111/DME.12545. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24984759/. Acessado em: 24 nov. 2024.

KHUNTI, K.; SEIDU, S. Therapeutic Inertia and the Legacy of Dysglycemia on the Microvascular and Macrovascular Complications of Diabetes. Diabetes Care, vol. 42, no 3, p. 349–351, 1 mar. 2019. DOI 10.2337/DCI18-0030. Disponível em: https://doi.org/10.2337/dci18-0030. Acessado em: 25 nov. 2024.

KRZEMIŃSKA, S.; LOMPER, K.; CHUDIAK, A.; AUSILI, D.; UCHMANOWICZ, I. The association of the level of self-care on adherence to treatment in patients diagnosed with type 2 diabetes. Acta Diabetologica, vol. 58, no 4, p. 437–445, 1 abr. 2021. DOI 10.1007/S00592-020-01628-Z. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s00592-020-01628-z. Acessado em: 26 fev. 2025.

KRZYSZCZYK, P.; SCHLOSS, R.; PALMER, A.; BERTHIAUME, F. The Role of Macrophages in Acute and Chronic Wound Healing and Interventions to Promote Pro-wound Healing Phenotypes. Frontiers in Physiology, vol. 9, no MAY, 1 maio 2018. DOI 10.3389/FPHYS.2018.00419. Disponível em: https://doi.org/10.3389/fphys.2018.00419. Acessado em: 25 nov. 2024.

LANDÉN, N. X.; LI, D.; STÅHLE, M. Transition from inflammation to proliferation: a critical step during wound healing. Cellular and Molecular Life Sciences: CMLS, vol. 73, no 20, p. 3861, 1 out. 2016. DOI 10.1007/S00018-016-2268-0. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC5021733/. Acessado em: 25 nov. 2024.

LIRA, J. A. C.; ROCHA, Á. S. C.; BEZERRA, S. M. G.; NOGUEIRA, P. C.; SANTOS, A. M. R. Dos; NOGUEIRA, L. T. Effects of educational technologies on the prevention and treatment of diabetic ulcers: A systematic review and meta-analysis. Revista Latino-Americana de Enfermagem, vol. 31, p. e3944, 2023. DOI 10.1590/1518-8345.6628.3944. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1518-8345.6628.3944. Acessado em: 26 fev. 2025.

LO, Z. J.; SURENDRA, N. K.; SAXENA, A.; CAR, J. Clinical and economic burden of diabetic foot ulcers: A 5‐year longitudinal multi‐ethnic cohort study from the tropics. International Wound Journal, vol. 18, no 3, p. 375–386, 1 jun. 2021. DOI 10.1111/IWJ.13540. Disponível em: https://doi.org/10.1111/iwj.13540. Acessado em: 24 nov. 2024.

MATHESON, B. T.; OSOFSKY, R. B.; FRIEDRICHSEN, D. M.; BROOKS, B. J.; GIACOLONE, J.; KHOTAN, M.; SHEKARRIZ, R.; PANKRATZ, V. S.; LEW, E. J.; CLARK, R. M.; KANAGY, N. L. A novel, microvascular evaluation method and device for early diagnosis of peripheral artery disease and chronic limb-threatening ischemia in individuals with diabetes. Journal of vascular surgery cases and innovative techniques, vol. 9, no 2, 1 jun. 2023. DOI 10.1016/J.JVSCIT.2023.101101. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37152916/. Acessado em: 24 nov. 2024.

MCGUIRE, D. K.; INZUCCHI, S. E.; JOHANSEN, O. E.; ROSENSTOCK, J.; GEORGE, J. T.; MARX, N. Differences in glycemic control between the treatment arms in cardiovascular outcome trials of type 2 diabetes medications do not explain cardiovascular benefits. Journal of Pharmaceutical Policy and Practice, vol. 14, no 1, 1 dez. 2021. DOI 10.1186/S40545-020-00295-3. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s40545-020-00295-3. Acessado em: 25 nov. 2024.

MERKT, W.; ZHOU, Y.; HAN, H.; LAGARES, D. Myofibroblast fate plasticity in tissue repair and fibrosis: Deactivation, apoptosis, senescence and reprogramming. Wound Repair and Regeneration, vol. 29, no 4, p. 678–691, 1 jul. 2021. DOI 10.1111/WRR.12952. Disponível em: https://doi.org/10.1111/wrr.12952. Acessado em: 25 nov. 2024.

MOGRE, V.; JOHNSON, N. A.; TZELEPIS, F.; SHAW, J. E.; PAUL, C. A systematic review of adherence to diabetes self-care behaviours: evidence from low-and middle-income countries. Journal of advanced nursing, vol. 75, no 12, p. 3374–3389, 1 dez. 2019. DOI 10.1111/JAN.14190. Disponível em: https://doi.org/10.1111/jan.14190. Acessado em: 26 fev. 2025.

MOLOFSKY, A. B.; SAVAGE, A. K.; LOCKSLEY, R. M. Interleukin-33 in tissue homeostasis, injury and inflammation. Immunity, vol. 42, no 6, p. 1005, 16 jun. 2015. DOI 10.1016/J.IMMUNI.2015.06.006. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC4471869/. Acessado em: 24 nov. 2024.

NETHI, S. K.; DAS, S.; PATRA, C. R.; MUKHERJEE, S. Recent advances in inorganic nanomaterials for wound-healing applications. Biomaterials science, vol. 7, no 7, p. 2652–2674, 1 jul. 2019. DOI 10.1039/C9BM00423H. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31094374/. Acessado em: 25 nov. 2024.

NGUYEN, T. P. L.; EDWARDS, H.; DO, T. N. D.; FINLAYSON, K. Effectiveness of a theory-based foot care education program (3STEPFUN) in improving foot self-care behaviours and foot risk factors for ulceration in people with type 2 diabetes. Diabetes research and clinical practice, vol. 152, p. 29–38, 1 jun. 2019. DOI 10.1016/J.DIABRES.2019.05.003. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.diabres.2019.05.003. Acessado em: 26 fev. 2025.

PASTAR, I.; BALUKOFF, N. C.; MARJANOVIC, J.; CHEN, V. Y.; STONE, R. C.; TOMIC-CANIC, M. Molecular Pathophysiology of Chronic Wounds: Current State and Future Directions. Cold Spring Harbor perspectives in biology, vol. 15, no 4, 1 abr. 2023. DOI 10.1101/CSHPERSPECT.A041243. Disponível em: https://doi.org/10.1101/cshperspect.a041243. Acessado em: 25 nov. 2024.

PIEMONTE, G.; BENELLI, L.; BRASCHI, F.; RASERO, L. The Local Treatment: Methodology, Debridement and Wound Bed Preparation. Atlas of Ulcers in Systemic Sclerosis, , p. 145–159, 2019. DOI 10.1007/978-3-319-98477-3_18. Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-3-319-98477-3_18. Acessado em: 25 nov. 2024.

RAZIYEVA, K.; KIM, Y.; ZHARKINBEKOV, Z.; KASSYMBEK, K.; JIMI, S.; SAPAROV, A. Immunology of Acute and Chronic Wound Healing. Biomolecules, vol. 11, no 5, 1 maio 2021. DOI 10.3390/BIOM11050700. Disponível em: https://doi.org/10.3390/biom11050700. Acessado em: 25 nov. 2024.

SALUJA, S.; ANDERSON, S. G.; HAMBLETON, I.; SHOO, H.; LIVINGSTON, M.; JUDE, E. B.; LUNT, M.; DUNN, G.; HEALD, A. H. Foot ulceration and its association with mortality in diabetes mellitus: a meta-analysis. Diabetic medicine : a journal of the British Diabetic Association, vol. 37, no 2, p. 211–218, 1 fev. 2020. DOI 10.1111/DME.14151. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31613404/. Acessado em: 24 nov. 2024.

SHARIFI, S.; HAJIPOUR, M. J.; GOULD, L.; MAHMOUDI, M. Nanomedicine in Healing Chronic Wounds: Opportunities and Challenges. Molecular pharmaceutics, vol. 18, no 2, p. 550–575, 1 fev. 2021. DOI 10.1021/ACS.MOLPHARMACEUT.0C00346. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32519875/. Acessado em: 25 nov. 2024.

SU, Y.; RICHMOND, A. Chemokine Regulation of Neutrophil Infiltration of Skin Wounds. Advances in Wound Care, vol. 4, no 11, p. 631, nov. 2015. DOI 10.1089/WOUND.2014.0559. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC4620531/. Acessado em: 25 nov. 2024.

TEHSIN, S.; KAUSAR, S.; JAMEEL, A. Diabetic wounds and artificial intelligence: A mini-review. World journal of clinical cases, vol. 11, no 1, p. 84–91, 6 jan. 2023. DOI 10.12998/WJCC.V11.I1.84. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36687200/. Acessado em: 24 nov. 2024.

TOMIC, D.; SHAW, J. E.; MAGLIANO, D. J. The burden and risks of emerging complications of diabetes mellitus. Nature Reviews. Endocrinology, vol. 18, no 9, p. 525, 1 set. 2022. DOI 10.1038/S41574-022-00690-7. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC9169030/. Acessado em: 24 nov. 2024.

TRIKKALINOU, A.; PAPAZAFIROPOULOU, A. K.; MELIDONIS, A. Type 2 diabetes and quality of life. World journal of diabetes, vol. 8, no 4, p. 120, 2017. DOI 10.4239/WJD.V8.I4.120. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28465788/. Acessado em: 24 nov. 2024.

VADIVELOO, T.; JEFFCOATE, W.; DONNAN, P. T.; COLHOUN, H. C.; MCGURNAGHAN, S.; WILD, S.; MCCRIMMON, R.; LEESE, G. P. Amputation-free survival in 17,353 people at high risk for foot ulceration in diabetes: a national observational study. Diabetologia, vol. 61, no 12, p. 2590–2597, 1 dez. 2018. DOI 10.1007/S00125-018-4723-Y. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30171278/. Acessado em: 24 nov. 2024.

VERDOLINO, D. V.; THOMASON, H. A.; FOTTICCHIA, A.; CARTMELL, S. Wound dressings: curbing inflammation in chronic wound healing. Emerging Topics in Life Sciences, vol. 5, no 4, p. 523–537, 1 out. 2021. DOI 10.1042/ETLS20200346. Disponível em: https://doi.org/10.1042/ETLS20200346. Acessado em: 25 nov. 2024.

WALSH, J. W.; HOFFSTAD, O. J.; SULLIVAN, M. O.; MARGOLIS, D. J. Association of diabetic foot ulcer and death in a population-based cohort from the United Kingdom. Diabetic medicine : a journal of the British Diabetic Association, vol. 33, no 11, p. 1493–1498, 2016. DOI 10.1111/DME.13054. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26666583/. Acessado em: 24 nov. 2024.

WILKINSON, H. N.; HARDMAN, M. J. Wound healing: cellular mechanisms and pathological outcomes. Open Biology, vol. 10, p. 341–370, 23 jun. 2023. DOI 10.1098/RSOB.200223. Disponível em: https://doi.org/10.1098/rsob.200223. Acessado em: 24 nov. 2024.

WRENCH, E.; SUBAR, D. A.; BAMPOURAS, T. M.; LAUDER, R. M.; GAFFNEY, C. J. Myths and methodologies: Assessing glycaemic control and associated regulatory mechanisms in human physiology research. Experimental physiology, vol. 109, no 9, p. 1461–1477, 1 set. 2024. DOI 10.1113/EP091433. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/39014995/. Acessado em: 24 nov. 2024.

XU, X. W.; ZHANG, J.; GUO, Z. W.; SONG, M. M.; SUN, R.; JIN, X. Y.; SU, J. D.; SUN, B. W. A narrative review of research progress on the relationship between hypoxia-inducible factor-2α and wound angiogenesis. Annals of palliative medicine, vol. 10 4, no 4, p. 4882–4888, 1 abr. 2021. DOI 10.21037/APM-21-450. Disponível em: https://doi.org/10.21037/apm-21-450. Acessado em: 25 nov. 2024.

ZHAO, J.; YANG, S.; SHU, B.; CHEN, L.; YANG, R.; XU, Y.; XIE, J.; LIU, X.; QI, S. Transient high glucose causes persistent vascular dysfunction and delayed wound healing by the DNMT1-mediated Ang-1/NF-κB pathway. The Journal of investigative dermatology, vol. 141, no 6, p. 1573–1584, 1 jun. 2021. DOI 10.1016/J.JID.2020.10.023. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jid.2020.10.023. Acessado em: 24 nov. 2024.

ZHONG, J.; WANG, H.; YANG, K.; WANG, H.; DUAN, C.; NI, N.; AN, L.; LUO, Y.; ZHAO, P.; GOU, Y.; SHENG, S.; SHI, D.; CHEN, C.; WAGSTAFF, W.; HENDREN-SANTIAGO, B.; HAYDON, R. C.; LUU, H. H.; REID, R. R.; HO, S. H.; … FAN, J. Reversibly immortalized keratinocytes (iKera) facilitate re-epithelization and skin wound healing: Potential applications in cell-based skin tissue engineering. Bioactive Materials, vol. 9, p. 523–540, 1 mar. 2022. DOI 10.1016/J.BIOACTMAT.2021.07.022. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.bioactmat.2021.07.022. Acessado em: 25 nov. 2024.

 

Arquivo – Artigo-Léticia

Revision List

#1 on 2025-jul-15 ter  07:05+-10800

Autores

   Send article as PDF   

você pode gostar

Deixe um comentário

Translate »