DESAFIOS E SUPERAÇÕES NO USO DA TECNOLOGIA POR PROFESSORES: IMPACTO NA AUTOESTIMA E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL
CHALLENGES AND OVERCOMINGS IN THE USE OF TECHNOLOGY BY TEACHERS: IMPACT ON SELF-ESTEEM AND PROFESSIONAL DEVELOPMENT
Adevail Santos Rocha[1]
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE: Tecnologias educacionais; professores; desenvolvimento profissional.
ABSTRACT
This study analyzes the relevance of educational technologies in the context of school education, with a particular focus on children who are in the early and final grades of elementary school. The discussion addresses how technological tools can significantly impact the learning and interaction of these students with knowledge at their different stages of academic development, when the teacher is able to effectively use these technologies in the daily school routine, also outlining in this research the difficulties and challenges these teachers face in effectively handling these devices in the daily school life. The investigation highlights that such tools have the potential to promote a more favorable dynamic in the school environment, thereby contributing to more effective learning by the students. This, in turn, not only stimulates the autonomy of children but also fosters the development of their various competencies and skills more efficiently. Highlighting that these tools can help overcome the barriers that many teachers currently face in making the content appealing to students, who are increasingly immersed in virtual and technological experiences. Thus, facilitating the inclusion and participation of everyone in school and academic activities. The methodology used in this work was carried out through a bibliographic approach, which consists of a detailed survey and analysis of relevant works and research in the area. The central objective of this investigation is to examine and understand the main obstacles that teachers face when seeking to incorporate the use of technologies in educational environments. The research seeks to understand how overcoming these difficulties can positively influence both the self-esteem of teachers and their professional growth and development throughout their careers. The results of the analyses conducted showed that the adoption of educational technologies within educational institutions is significantly intensifying.
KEYWORDS: Educational technologies; teachers; professional development.
1 INTRODUÇÃO
Trabalhar com uso da tecnologia em favor da educação é uma estratégia de ensino-aprendizagem que causa envolvimento e maior interesse dos estudantes. Sendo essencial para manter o foco das crianças, até as mais novas, que frequentemente têm pouca concentração para prestar atenção nos conteúdos ministrados pelos docentes em sala de aula.
Consequentemente, a utilização de tecnologias na educação, em particular utilizadas por professores do ensino fundamental séries iniciais e finais, está se tornando cada vez mais significativa, contribuindo para a expansão do papel do léxico em sala de aula. Essas tecnologias buscam facilitar o processo de aprendizagem dos alunos, ser ferramentas de trabalhos para os professores e aprimorar os planejamentos das aulas.
Poderemos compreender a importância da ludicidade no campo da educação, a utilização da tecnologia com a finalidade de aprendizagem, em especial como um facilitador para a prática docente, necessita de uma formação continuada para que o educador consiga aprender novas estratégias de ensino que visem o desejo da criança de aprender e estudar por meio de tecnologias, como o uso de projetores, internet, notooks, tablets, configuração de rede de Wi-Fi. uso de microfone sem fio, fone de ouvidos, entre outros. Ligo o papel do educador no desenvolvimento de atividades que utilizem tecnologias de forma educacional, em sala de aula tornam esses professores capazes de compreender a importância da ludicidade tecnológica no campo da educação. (Cavalcante, 2022).
Fazendo a utilização da tecnologia com a finalidade de aprendizagem, especialmente no âmbito escolar, e a importância da compreensão de que muitos professores que não vivenciaram esse universo, podem aprender a utilizar essas ferramentas tecnológicas como novas estratégias de ensino que visem o desejo da criança de aprender e estudar, bem como o papel do educador no desenvolvimento de atividades que façam uso da tecnologia em sala de aula contribuem para uma melhor ade sua autoestima e autorreconhecimento, como professor que sempre está aberto para aprender e melhorar sua ação em sala de aula.
A metodologia utilizada neste trabalho foi realizada por meio de uma abordagem bibliográfica, que consiste em um levantamento e análise detalhada de obras e pesquisas relevantes na área. O objetivo central dessa investigação é examinar e compreender os principais obstáculos que os docentes enfrentam ao buscar incorporar o uso de tecnologias em ambientes educativos.
2 O PROFESSOR COMO MEDIADOR NO USO DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAS
Atualmente, os avanços tecnológicos também encontraram espaço no âmbito da aprendizagem educacional nas escolas. Isso resultou no enriquecimento das salas de aula, onde são utilizados de maneira adequada dessas ferramentas, possibilita um interesse maior pela aprendizagem entre as crianças e fomentando o desejo de querer manusear essas tecnologias
No contexto de uma abordagem metodológica e teórica, é interessante fazer o resgate do incentivo à leitura e o estímulo ao desejo de aprender, considerando a importância tanto do professor quanto do aluno no momento de utilizar ferramentas tecnológicas em sala de aula.
A palavra mediação é usada em muitos campos profissionais e acadêmicos, como o terapêutico, o educacional e o jurídico também. A mediação no contexto educacional, tem o propósito de representar uma ação do professor no processo de desenvolvimento da aprendizagem de seus alunos. O professor que atua como mediador da aprendizagem tem um papel muito importante em ajudar seus alunos a se tornarem mais independentes e curiosos em encontrar respostas para uma ampla gama de questões.
Meier e Garcia (2011) dão uma boa definição do que significa mediação boa definição do que significa mediação:
Mediar, então, significa dar a possibilidade e o potencial de construir o conhecimento mediado. Significa saber que não se transmite o conhecimento. É estar intencionalmente entre o objeto de conhecimento e o aluno de forma a modificar, alterar, organizar, enfatizar e transformar os estímulos provenientes deste objeto a fim de que o mediado construa sua própria aprendizagem, que o mediado aprenda por si só. (Garcia, 2011, p. 72)
Segundo Garcia (2011), a mediação pedagógica é um processo intencional e ativo no qual o professor não é apenas um transmissor de informações, mas um facilitador que cria condições para que o aluno construa seu próprio conhecimento Garcia (2011). Este método vai contra a visão tradicional de ensino , onde o professor é visto como o único que sabe tudo, e coloca o aluno no centro do processo. Nesse caso, o mediador não dá respostas prontas, em vez disso, ele incentiva as pessoas a refletir, formular hipóteses e interagir criticamente com o tema em estudo. Isso garante que o aprendizado seja real e significativo.
Portanto incentivar e utilizar tecnologias em sala de aulas com o mesmo, no ensino fundamental de forma pensada e bem planejada, vai interagir ludicamente e criticamente com o tema de estudo, captando maior atenção dos alunos, garantindo que o aprendizado seja real, prazeroso e significativo.
3 POTENCIALIDADES E DESAFIOS NO USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
As Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) ampliam as oportunidades pedagógicas ao proporcionar ambientes interativos e personalizados, que têm a capacidade de incentivar a autonomia e a participação ativa dos alunos. Conforme Paulo Freire (1996), “a educação é um ato comunicativo, um diálogo que se constrói na relação entre sujeitos”. Nesse contexto, recursos como plataformas digitais, aplicativos educacionais e ferramentas multimídia potencializam a comunicação horizontal, possibilitando que alunos e professores compartilhem a responsabilidade pelo processo de aprendizagem. Ademais, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) promovem a democratização do acesso a informações variadas e atualizadas, superando limites geográficos e temporais, fato que se revela fundamental para a formação crítica em um contexto globalizado.
Para corroborar com essa ideia, Tapscott (1999) já mencionava que essa geração, conhecida como N-Gen, ou geração Net, já incorpora essa tecnologia em sua cultura. As famílias em seus lares estão se conectando à internet da mesma forma que as gerações anteriores se conectavam à televisão. Isso estabelece uma dinâmica nas famílias, muitas avós assistem televisão e filhos e netos utilizam computadores, notebooks e tablets, se gerida adequadamente pelos progenitores, pode propiciar uma unidade mais autêntica, consensual e eficaz, com regras de horários, restrição de conteúdos e utilização para estudos e também lazer.
Tapscott (1999) afirma que nas famílias de épocas passadas, a comunicação entre as gerações apresentava consideráveis dificuldades. Atualmente, a situação se inverteu; os filhos estão instruindo seus pais no uso das novas tecnologias.
Assim, ocorre muitas vezes na sala de aula, o professor leva um notebook, leva um retroprojetor, um controle, mas não sabe, ou tem bastante dificuldades de conectar os aparelhos um no outro e na rede de internet, muitas vezes pedindo auxílio para os seus próprios alunos, ou outros professores que já dominem o uso dessas tecnologias.
As instituições de ensino devem atuar com uma diversidade de perspectivas sobre o mundo. Devem estimular a imaginação, em vez de privilegiar a razão. É imperativo moldar um indivíduo criativo, capaz de gerar inovações e ações. Ser humano passivo, mecanizado, que apenas assimila as informações sem produzir conhecimento não deve ser o foco das escolas. Usar novos modelos para lecionar potencializa o aprendizado.
Entretanto, as instituições de ensino não devem ser afetadas, principalmente pelos meios de comunicação, a ponto de adotar esses recursos unicamente para serem classificadas como escolas contemporâneas. Os recursos tecnológicos atualmente disponíveis não devem ser utilizados apenas para revitalizar uma educação exausta, mas para agregar um significado adicional ao processo de ensino-aprendizagem. (Moreira; Henrique; Barros, 2020).
Não é proveitoso que uma escola disponha, por exemplo, de um laboratório de informática, se os docentes não estiverem habilitados a converter esses recursos em ferramentas pedagógicas. Caso a instituição de ensino esteja inserida em um processo de atualização de sua metodologia pedagógica, tais recursos poderão amplificar a qualidade da educação. A utilização de computadores nas instituições de ensino tem como meta primordial contribuir para o desenvolvimento do processo de construção de competências e habilidades, a fim de que o discente participe de maneira efetiva da sociedade do conhecimento.
Durante a sua formação inicial, o futuro docente encontra diversas disciplinas que servirão de base para a sua atuação profissional. Entretanto, são escassas as que capacitam o docente para a utilização de tecnologias no ambiente escolar.
Assim, ao ingressar na vida profissional, o professor confronta-se com diversos desafios, entre os quais se destaca a carência de domínio sobre mídias digitais e metodologias alternativas de aprendizagem, como, por exemplo, aplicativos, especialmente nas instituições privadas, que geralmente dispõem de mais recursos desse tipo.
Essas dificuldades tornaram-se evidentes no período em que foi implementado o ensino remoto emergencial devido à pandemia da Covid-19, pois, conforme indicado por Moreira, Henrique e Barros, (2020) afirma que:
“ninguém, nem mesmo os educadores que já incorporavam ambientes virtuais em suas práticas, previa que uma transformação tão veloz e emergencial seria necessária, de maneira quase obrigatória, em função da propagação do COVID-19.” (Moreira, Henrique e Barros, 2020, p.2)
Assim, diversos educadores, especialmente aqueles que se graduaram há mais tempo e, por conseguinte, não tinham tanta familiaridade com as ferramentas tecnológicas, encontraram-se diante de múltiplos desafios no que diz respeito ao processo de ensino e aprendizagem.
Durante a pandemia de COVID-19, que ocorreu no final de 2019, trouxe uma mudança repentina para a educação, tornando-se à distância e posteriormente hibrida, até aos poucos retornar completamente para a sala de aula, revelando as vulnerabilidades de sistemas educacionais que, em diversos casos, ainda seguiam modelos pedagógicos convencionais.
Conforme salientam Moreira, Henrique e Barros (2020), até mesmo educadores já acostumados com ambientes virtuais não previam a urgência de uma transformação tão rápida e obrigatória, evidenciando a disparidade entre a realidade tecnológica disponível e a capacidade de adaptação das instituições.
Essa cisão evidenciou, principalmente, a falta de infraestrutura apropriada e de políticas públicas destinadas à formação de professores em grande escala, forçando os educadores a criarem soluções improvisadas diante de pressões sanitárias, emocionais e tecnológicas.
Contudo vale ressaltar que o ser humano, ao longo da história, sempre buscou imprimir sua identidade e, para tal, utilizou diversos artefatos, conforme observa Coelho (2000), desde as suas raízes na pré-história, o ser humano buscou se expressar ou sinalizar sua existência no mundo por meio de uma forma de escrita, isto é, um modo tangível de registrar sua linguagem e assegurá-la para as gerações futuras. Diversos materiais foram identificados pelo ser humano como suportes para registrar suas mensagens: rochas, placas de argila, peles de animais, cascas de árvores, juncos, chifres.
Na contemporaneidade cibernética, observamos a substituição do livro por inúmeras inovações da informática, sendo a realização mais impressionante, até o término do milênio, a Internet. A forma do livro será ultrapassada? Todos os aspectos têm se desenvolvido, entretanto, as práticas que perduram por milênios permanecem, atualmente aprimoradas em decorrência dos avanços das novas tecnologias. Isso nos remete a uma sociedade informatizada, caracterizada pela oferta de diversos recursos tecnológicos de alta qualidade. Coelho (2000).
De maneira intensa, neste século XXI, a sociedade contemporânea tem acesso a diversas modalidades de conhecimento. A tecnologia adentrou a vida humana de maneira tão profunda com a chegada da internet e dos meios eletrônicos, que atualmente estamos condicionados à sua utilização.
A comunicação passou a ser veloz; é suficiente um único clique para que possamos nos comunicar com qualquer indivíduo em qualquer parte do planeta. Prieto (1999) já descrevia algumas transformações que ocorreram desde suas origens, ao dizer que o homem deveria deixar para trás as cavernas, no entanto, visitamos um cinema em um shopping center.
Ao nos acomodarmos frente à tela, imersos na penumbra da sala escura, replicamos, conforme mencionado pelo professor Arlindo Machado em sua obra Pré-cinema e Pós-cinema, a experiência das antigas tribos diante dos contadores de histórias de suas origens. De acordo com Arlindo, os desenhos rupestres teriam sido confeccionados em alto-relevo e, enquanto o xamã dançava com sua tocha acesa, contando histórias, a audiência possuía a sensação de estar presenciando um desenho animado.
CONCLUSÃO
É notável que diversos educadores, por iniciativa própria, vêm adquirindo materiais e recursos específicos para utilizar durante as aulas em suas salas de aula. Essa tendência reflete um movimento crescente em direção à modernização do ambiente educacional, onde as ferramentas tecnológicas se tornam parte integrante do processo de ensino-aprendizagem, facilitando estratégias pedagógicas atuais e inovadoras. Promovendo de maneira significativa a interação e a contribuição efetiva da criança nas diversas atividades que acontecem no ambiente escolar.
A conclusão desta pesquisa enfatiza a importância da incorporação das tecnologias educacionais no ambiente escolar, principalmente no que se refere à função dos docentes como facilitadores dessa mudança. Achados da pesquisa demonstram que, não obstante as dificuldades iniciais, tais como a carência de formação apropriada e a resistência à mudança, a implementação de tecnologias educacionais tem se fortalecido nas instituições de ensino. Tal alteração é fundamental, uma vez que oferece uma dinâmica mais interativa e cativante no contexto educacional, promovendo a autonomia dos alunos e favorecendo o aprimoramento de suas competências e habilidades.
A relevância desta pesquisa reside na percepção de que a formação continuada dos educadores e o acesso a recursos tecnológicos são essenciais para a elaboração de um modelo educacional mais inclusivo e inovador. Ao fornecer aos educadores os instrumentos e saberes imprescindíveis para o uso efetivo das tecnologias, não apenas aperfeiçoamos a qualidade do ensino, mas também fomentamos um ambiente em que todos os estudantes possam se sentir valorizados e envolvidos em seu processo de aprendizagem. Desse modo, esta pesquisa não somente ilumina os obstáculos enfrentados, mas, igualmente, apresenta uma via para a superação e o fortalecimento da atuação docente no século XXI.
REFERÊNCIAS
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COELHO.N.N. Literatura infantil: teoria, analise, didática. 7. ed.; rev. e atual São Paulo: Moderna, 2000.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 56. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
MEIER, Marcos; GARCIA, Sandra. Mediação da aprendizagem: contribuições de Feuerstein e de Vygotsky. Curitiba: Edição do autor, 2011.
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TAPSCOTT, D. Geração digital: a crescente e irreversível ascensão da Geração Net. São Paulo: Makron Books, 1999
[1] Mestrando em Ciências da Educação.
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