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ANÁLISE DO IDEALISMO TRANSCENDENTAL KANTIANO À LUZ DA SEMIÓTICA DE PEIRCE

por Moises da Silva
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MOISÉS DA SILVA

ANÁLISE DO IDEALISMO TRANSCENDENTAL KANTIANO À LUZ DA SEMIÓTICA DE PEIRCE

ANDRADINA, SP
2022

ANÁLISE DO IDEALISMO TRANSCENDENTAL KANTIANO À LUZ DA SEMIÓTICA DE PEIRCE

Autor , Moisés da Silva Moisés da Silva *
Marcio Kalikrates Stanojev Pereira**

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais.

RESUMO – O objetivo deste artigo é, justamente, analisar alguns dos aspectos centrais da discussão sobre o idealismo transcendental, à luz da Semiótica, como uma semântica transcendental, que permite resolver problemas cognitivos da ciência e decidir sobre problemas filosóficos, por meio de novos argumentos e documentos textuais da filosofia kantiana. Para tanto, procura-se evidenciar que a pergunta fundamental que aparece em todo o percurso da obra kantiana é a da possibilidade das proposições sintéticas. Essa pergunta demanda o desenvolvimento de uma resposta que essencialmente diz respeito não apenas a sua necessidade e possibilidade lógica, mas também a sua exequibilidade, e que mostrará suas peculiaridades em cada caso. Especificamente na primeira crítica, as condições ou ingredientes do juízo permitem distinguir entre fenômenos como objetos de conhecimento e coisas em si mesmas. Assim, o idealismo transcendental é definido, no sentido restrito, na crítica da razão pura, basicamente, pelo modo de interpretar o papel da sensibilidade em relação com as categorias e a constituição dos objetos de conhecimento. Essa posição filosófica permite a Kant propor um campo de sentido onde formular e resolver problemas cognitivos válidos e, portanto, resolver os problemas que a própria razão se impõe, bem como fazer uma refutação ao idealismo (material), tanto problemático quanto dogmático. Assim, provaremos que o problema da cognoscibilidade dos objetos se resolve em Kant em termos decididamente semânticos. Consequentemente, a história da recepção da Crítica da Razão Pura mostra que a noção de idealismo transcendental se instala imediatamente no centro do debate sobre a doutrina kantiana. Assim essa análise visa a estudar a categoria de transcendência em Kant. Categoria esta que procura resolver as antinomias entre fenômeno e entendimento, bem como entre o sensível e o juízo de gosto.
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PALAVRAS-CHAVE: idealismo Transcendental. Semiótica. Indução
ANALYSIS OF KANTIAN TRANSCENDENTAL IDEALISM IN THE LIGHT OF PEIRCE’S SEMIOTICS
Autor , Moisés da Silva Moisés da Silva *
Marcio Kalikrates Stanojev Pereira**

ABSTRACT – The purpose of this article is, precisely, to analyze some of the central aspects of the discussion about transcendental idealism, in the light of Semiotics, as a transcendental semantics, which allows solving cognitive problems of science and deciding on philosophical problems, through new arguments and documents. texts of Kantian philosophy seeking. In order to do so, it seeks to show that the fundamental question that appears throughout the course of Kant’s work is that of the possibility of synthetic propositions. This question demands the development of an answer that essentially concerns not only its necessity and logical possibility, but also its feasibility, and which will show its peculiarities in each case. Specifically in the first criticism, the conditions or ingredients of judgment allow us to distinguish between phenomena as objects of knowledge and things in themselves. Thus, transcendental idealism is defined, in the strict sense, in the critique of pure reason, basically, by the way of interpreting the role of sensitivity in relation to the categories and the constitution of objects of knowledge. This philosophical position allows Kant to propose a field of meaning in which to formulate and solve valid cognitive problems and, therefore, to solve the problems that reason itself imposes, as well as to make a refutation of (material) idealism, both problematic and dogmatic. Thus, we will prove that the problem of the knowability of objects is resolved in Kant in decidedly semantic terms. Consequently, the history of the reception of the Critique of Pure Reason shows that the notion of transcendental idealism is immediately placed at the center of the debate on the Kantian doctrine. Thus, this analysis aims to study the category of transcendence in Kant. This category seeks to resolve the antinomies between phenomenon and understanding, as well as between the sensible and the judgment of taste..
KEYWORDS: Transcendental idealism. Semiotics. Induction
INTRODUÇÃO
Immanuel Kant, nascido em Königsberg a 22 de abril de 1724 e falecido em Königsberg a 12 de fevereiro de 1804 foi um filósofo prussiano.
Kant nasceu em uma modesta família de artesãos, depois de um longo período como professor secundário de geografia, veio a estudar filosofia, física e matemática na Universidade de Königsberg e em 1755 começou a lecionar Ciências Naturais. Em 1770 foi nomeado professor catedrático da Universidade de Königsberg, levando uma vida simplesmente pontual e dedicada aos estudos filosóficos. Também realizou numerosos trabalhos sobre ciências naturais e exatas.
Mundialmente denominado como o mais notável filósofo da era moderna, Kant apresentou, na epistemologia, uma síntese entre o racionalismo continental e a tradição empírica inglesa
Kant é notoriamente conhecido pela elaboração do denominado idealismo transcendental, que prega que todos nós trazemos formas e conceitos a priori , ou seja, aqueles que não vêm da experiência para a experiência concreta do mundo, os quais seriam impossíveis de determinar.
Sabe-se que a filosofia da natureza e da natureza humana de Kant é historicamente uma das mais determinantes fontes do relativismo conceptual que dominou a vida intelectual do século XX.
Immanuel Kant é um dos principais filósofos por causa de sua maneira peculiar de observar a moral, como ele mesmo argumenta, dizendo que não existe nada mais forte do que a sua moral interna.
Convém destacar que esse autor produziu muitas obras, sendo a maioria de muita relevância social e acadêmica. “À paz perpétua” embasou teóricos e políticos para a criação da ONU, sendo a organização que preconiza uma relação mundial harmoniosa, e volta-se para os problemas do mundo de modo mais humanitária e realística. (KANT, 1987).
DESENVOLVIMENTO
Charles Sanders Peirce e o universo científico da Semiótica
Segundo SANTAELLA, 2012, p. 24-28
“Charles Sanders Peirce (1839-1914) era natural de Massachusetts, Estados Unidos. Cresceu em um ambiente intelectual, sendo filho de Benjamim Peirce, um importante matemático de Harvard. Com apenas dezesseis anos já estudava Kant, conhecia a Filosofia desde os pré-socráticos e gregos aos empiristas ingleses, dos escolásticos a Descartes. Esteve em contato com uma ampla diversidade de campos de estudos deixando uma imensa obra contabilizada em oitenta mil manuscritos e doze mil páginas publicadas em vida. Bacharel em Química, era também matemático, físico e astrônomo, realizou contribuições importantes no campo da Geodésia e também da Psicologia, sendo considerado o primeiro psicólogo experimental dos Estados Unidos.”
A semiótica é o estudo da construção de significado, o estudo do processo de signo e do significado de comunicação. Pode-se afirmar que a semiótica é uma doutrina, uma teoria, quase formal, necessária, universal, dos signos, não só da linguagem, mas de todo e qualquer signo.
Torna-se possível, portanto, buscar a interpretação de um léxico, um sinal por meio da forma pela qual ele se nos apresenta, ainda que independentemente de quem emita ou pense algo, porém, há uma possibilidade interpretativa por meio do qual a manifestação fenomênica a qual se faz presente no alicerce da refutação do psicologismo na lógica.
Para aprofundarmos na análise do Idealismo transcendental de Kant, faz-se necessário conceituar a semiótica de Charles Sanders Peirce, que se baseia em uma concepção triádica dos signos, categorizando-os em primeiridade, secundidade e terceiridade, que são os pilares onde se sustenta toda sua teoria. Peirce concebe o signo em uma tríade formada pelo representamen (aquilo que funciona como signo para quem o percebe), pelo objeto (aquilo que é referido pelo signo) e pelo interpretante (o efeito do signo naquele ou naquilo que o interpreta): (FIGURA 1)

Portanto, vale salientar que Peirce faz uma semiótica baseada na fenomenologia e tenta uma classificação dos signos mais abstrata possível, baseadas nas suas categorias fenomenológicas.
Segundo (PEIRCE, 2005, p. 53),
“um Símbolo é o signo que se refere ao Objeto que denota em virtude de uma lei, normalmente uma associação de ideias gerais que opera no sentido de fazer com que o Símbolo seja interpretado como se referindo àquele Objeto”

Após a conceituação de Semiótica e seus elementos norteadores, busca-se dar ênfase ao processo de aplicação semiótica e seu percurso metodológico.
Santaella (2010) argumenta que
“a primeira impressão que uma imagem, logo, marca, embalagem provocam no receptor é fundamental. É essa primeira impressão é causada por elementos básicos da comunicação visual, tais como cores, formas, texturas, elementos e suas relações visuais.”
Assim, a semiótica trabalha como um “microscópio”, minuciando a análise de mensagens e situações comunicativas, identificando etapas do processo de significação e o potencial efetivo na mente do receptor. Convém salientar que a semiótica peirciana não funciona por si só durante a análise, ela dá abertura a uma complementaridade teórica com outras áreas, isto é, o diálogo científico com outros corpus teóricos. Por isso o analista precisa de estar aberto a uma dialética com outras áreas. Por outro lado, a semiótica, ao ser aplicada para propósitos de análise faz um trajeto, sintetizado no quadro a seguir:

Síntese do método de análise semiótico

O idealismo transcendental de Kant
Primeiramente, convém observar que Kant indica uma primeira caracterização de seu idealismo transcendental no contexto da refutação do quarto paralogismo (raciocínio falso que se estabelece involuntariamente.) da razão pura. A Crítica da Razão Pura é a sua principal obra, cuja primeira edição é de 1781, com alterações substanciais realizadas por ele mesmo em determinadas seções para a segunda edição a ser publicada em 1787. Assim, percebe-se que esse paralogismo sustenta que a existência de objetos sensoriais externos seja dúbia, visto que nunca é percebida imediatamente, porém apenas pode ser inferida como a causa das percepções sensoriais. fenômenos externos” e sustenta que a doutrina que o afirma se chama idealismo.
Considerando que fato é tudo aquilo que acontece por ação do homem ou em decorrência de eventos exteriores ou naturais, que independem da vontade humana; acontecido, acontecimento, ocorrência, sucedido, sucesso, Kant argumenta que todo e qualquer problema está no fato de que a indução (operação intelectual por meio da qual se afirma a verdade de uma proposição em decorrência de sua ligação com outras já reconhecidas como verdadeiras) de uma certa problemática, partindo de uma determinada consequência é algo sempre incerto, “pois o efeito pode vir de mais de uma causa” e as nossas percepções são determinadas pelo sentido interior. Por conseguinte, o idealista não tece a negativa da existência de objetos externos; senão assegura que jamais se pode ter a certeza plena de sua existência, uma vez que tudo é fundamentado em uma indução perceptiva.
Então, o idealismo parte do princípio de que há a existência metafísica de uma realidade complexa e ideal. O que é ideal é aquilo que existe enquanto ideia, enquanto conceito, como algo descolado da matéria. O idealismo é justamente a afirmação dessas ideais como ponto central do conhecimento. Portanto, o Idealismo pode ser Ontológico, que preceitua que a natureza da realidade é espiritual e a matéria é apenas uma ilusão incompleta de algo maior ou Gnosiológico que define que cada ser humano entende a realidade de uma forma, uma vez que as pessoas são diferentes umas das outras: Prático; Platônico; Transcendental; Absoluto; Imaterialista.
Fazendo análise conceitual da terminologia Idealismo transcendental kantiano, pode-se afirmar que é a concepção de um sistema dado como síntese e superação das duas correntes da filosofia, racionalismo e empirismo. O pensamento de Kant é uma etapa decisiva. Sua fecundidade está longe de esgotar-se e foi ponto de partida para a filosofia moderna.
Percebe-se que esse tipo de idealismo – o que deixa dúvida a respeito da existência do mundo exterior, porquanto não se é possível declarar sua existência tomando por base uma indução das próprias percepções sensíveis – é o prisma que Kant nomeia de idealismo empírico e não o idealismo assegurado na Crítica da Razão Pura, que é o livro em que aborda a separação dos domínios da ciência e da ação. Para Kant o conhecimento se constrói a partir do fenômeno que alia a intuição sensível ao conceito do intelecto. Assim, são as categorias lógicas que constituem objetos, permitindo que possam ser conhecidos de forma universal e necessária.
Entretanto, por ser fruto de um paralogismo (raciocínio falso que se estabelece involuntariamente), é uma posição errônea que deve ser refutada e à qual se opõe o idealismo kantiano, que nesta passagem se caracteriza como transcendental. Kant expressa:

“Entendo por idealismo transcendental a doutrina segundo a qual todos os fenômenos são considerados meras representações, e não coisas em si. De acordo com essa doutrina, espaço e tempo são simplesmente formas de nossa intuição, não determinações ou condições auto-dadas de objetos como coisas em si.”

Assim, usando a semiótica como um “microscópio”, minuciando a análise de mensagens e situações comunicativas, identificando etapas do processo de significação e o potencial efetivo na mente do receptor, busca-se uma complementaridade teórica com outras áreas, isto é, o diálogo científico com outros corpus teóricos a fim de elucidar com maior clareza Por isso o analista precisa de estar aberto a uma dialética com outras áreas esse paralogismo que ora paira sobre o pensamento que se constrói com antagonismos teóricos ora se solidifica enquanto ideia fixa na tentativa de explicar de forma mais objetiva que subjetiva a posição tomada por Kant ao conceituar idealismo transcendental.
Percebe-se pela semiótica da análise textual que a posição que se opõe ao idealismo que Kant defende é o realismo transcendental, pois esse

“considera o espaço e o tempo como algo dado em si mesmo (independentemente de nossa sensibilidade)”.

Para os realistas transcendentais, os fenômenos externos comparados a coisas em si, o que os levam a aceitar o idealismo empírico refutado por Kant.
Pela luz da Semiótica, certamente o realismo transcendental se apega na dedução errônea de que

“se os objetos dos sentidos devem ser externos, eles devem existir em si mesmos, separados dos sentidos”

assim as representações dos sentidos não permitem garantir a realidades das coisas o que torna o reconhecimento disso plausível.
Convém salientar que a Tríade Semiótica proposta por Pierce no auxilia na busca por uma melhor explanação conceitual a respeito da temática enfocada, porquanto ele aborda uma triade vocabular formada pelo signo – intérprete – objeto. Segundo a visão peirciana o interpretante precisa estar numa dialética constante com outras áreas com o propósito sempre de tornar mais objetivo o que é subjetivo. Por isso ele aborda em seu método analítico semiótico a face da significação, a face da representação e a face da interpretação do objeto em si.
Então, ao se declarar a existência de objetos transcendentes à mente, tomando por sustentáculo uma indução perceptiva, o realista transcendental admite que sua própria existência sempre será questionável.
Ressalte-se ainda que o idealismo transcendental kantiano é passível de coexistir ou conciliar-se, a um tempo, com outro ou outros tipos de realismo, denominado realismo empírico, tendo a possibilidade de ser dualista, porquanto propõe a existência da matéria (objeto) não sendo necessário de sair da base de suas próprias representações (signos), já que suas percepções como fenômenos são postas em valia, sendo algumas externas, segundo Kant, não pelo fato de se referirem a objetos externos em si mesmos, “mas porque relacionam as percepções a um espaço em que todas as coisas estão fora umas das outras, enquanto ele mesmo está em nós”.
Kant considera a existência de objetos no espaço, porém não considera que o próprio espaço exista independentemente do sujeito perceptível. Assim, ele sumariza sua posição dizendo
“Estou, de fato, ciente das minhas representações. Portanto, estes existem e eu que os possuo. Ora, os objetos externos (corpos) são fenômenos simples e, conseqüentemente, são apenas uma classe de minhas representações, cujos objetos são apenas algo por elas, mas nada são à parte delas. Há, pois, coisas externas, como eu mesmo existo, e tal existência é, em ambos os casos, proclamada pelo testemunho imediato de minha autoconsciência, com a simples diferença de que a representação de mim mesmo, como sujeito pensante, é apenas referido ao meu sentido interno, enquanto as representações que designam os seres extensos são também referidas ao sentido externo.”
Pela análise semiótica feita nos textos que abordam o Idealismo Transcendental kantiano, constata-se que Immanuel Kant tece seu idealismo tendo por alicerce teórico sua própria doutrina da idealidade transcendental espacial e temporal ao explicitar que ele nomeia de idealismo transcendental a doutrina expressa na estética, que afirma que todos os objetos da experiência possível são fenômenos, isto é,
“simples representações que, à medida que são representadas, como seres extensos ou como uma série de mudanças, não têm existência própria, independentemente de nossos pensamentos”

Levando em consideração os conceitos de Peirce sobre a Tríade vocabular que compõe sua Trìade Semiótica, apresenta-se o interpretante que é o terceiro elemento da tríade de que o signo se constitui, é o efeito interpretativo que o signo produz na mente. Então na análise semiótica entre o fundamento do signo e seu interpretante, convém considerar a relação existente entre ambos, porquanto evidencia-se uma teoria da interpretação em que se salientam as implicações de seus três efeitos ou um deles sobre o intérprete.
Portanto a respeito da idealidade transcendental kantiana e a realidade empírica do espaço, verifica-se que o espaço e o tempo nada são caso as condições subjetivas da intuição humana não forem dispensadas. De acordo com Kant, espaço e tempo têm realidade empírica, isto é, validade objetiva, porquanto nenhum objeto pode se manifestar em nossa experiência que não seja idealizado. Assim, o idealismo transcendental expressa a existência indubitável de objetos externos que formam o conhecimento, embora não dizem nada sobre os objetos como eles seriam independentes de nossas percepções.
Em suma, diz-se que o idealismo transcendental Kantiano é apresentado na primeira edição da Crítica da Razão Pura como a única alternativa válida ao idealismo, isto é, o novo é banido e com ele, também a esperança, e uma nova etapa deve estar predeterminada a fim de que possa ser pensada em estar ou não estar no mundo físico para a salvação transcendental do sujeito como resguardo do que é o humano.

Consideração final
Esta análise buscou apresentar alguns dos aspectos centrais da discussão sobre o idealismo transcendental, à luz da Semiótica, como uma semântica transcendental, que permite resolver problemas cognitivos da ciência e decidir sobre problemas filosóficos, por meio de novos argumentos e documentos textuais da filosofia kantiana.
Por meio da tríade semiótica proposta por Peirce, procurou-se conceituar o idealismo transcendental opondo-se ao realismo empírico, por meio de uma definição conceitual pela sua concepção de espaço e tempo enquanto intuições puras e formas puras de toda intuição possível, que funcionam, por sua vez, como formas para a aplicabilidade das categorias. A afirmação da existência e/ou cognoscibilidade dos objetos externos pode ser decidida desde o idealismo transcendental, justamente porque essa doutrina oferece regras lógico-semânticas de validação de proposições. Para Kant, os conceitos (as ideias) norteiam aquilo que recebemos como dados da experiência prática (intuições). Dessa maneira, temos uma realidade ambivalente que precisa duplamente dos dois elementos formadores. Outro ponto considerado do idealismo de Kant e que ecoa pela posteridade e na contemporaneidade é a relação entre sujeito cognoscente e objeto conhecido, relação que resulta no conhecimento. Assim essa análise visou a estudar a categoria de transcendência em Kant, procurando resolver as antinomias entre fenômeno e entendimento, bem como entre o sensível e o juízo de gosto.
Portanto considerou-se necessário não só reconhecer a base ambivalente em que o conhecimento assenta-se: ideias e matéria, mas também entender que é necessário discutir a possibilidade de uma percepção mutável. Desse modo apresentou-se a utilização da razão como único modo de correção, colocando certo predomínio das ideias a respeito da matéria física para afirmar-se um conhecimento mais sólido, porém sem descartar-se a realidade material, porquanto percebe-se a existência de uma relação mútua entre intuição e conceitos.
REFERÊNCIAS
KANT, I. Crítica da razão pura. Vol. I. São Paulo: Nova Cultural, 1987. (Os Pensadores).

KANT, I. Crítica da razão pura Os pensadores Vol. II. São Paulo: Nova Cultural, 1988.

KANT, Emmanuel. 1995a. A paz perpétua e outros opúsculos. Lisboa: Edições 70.

__________ . 2005. Crítica da faculdade do juízo. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005.

__________ . 1994. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições 70.

__________ . 1989. Crítica da razão pura. 2. ed. Lisboa: Caluste Gulbenkian.

__________ . 1975. Da utilidade de uma nova crítica da razão pura. São Paulo: HEMUS.

__________ . 1992. A religião nos limites da simples razão. Lisboa: Edições 70.

__________ . 1986. Idéia de uma história universal de um ponto de vista cosmopolita. São Paulo: Brasiliense.

__________ .1995b. Fundamentação da metafísica dos costumes. Lisboa: Edições 70.

SANTAELLA, L. O que é Semiótica. São Paulo: Brasiliense, 2012.

PEIRCE, Charles S. O que é um signo? Em: MARCONDES, D. (org.). Textos Básicos de Linguagem – De Platão a Foucault. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009, pp. 72-78.
PEIRCE, C. S. De elementos de Lógica: a divisão dos signos. In:_______. Semiótica. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2005. p. 45-61. Disponível em: . Acesso em: 11 jan. 2017.

Revision List

#1 on 2022-jul-15 sex  07:12+-10800

#2 on 2022-jul-15 sex  07:40+-10800

Autor

  • Moises da Silva

    Moisés da Silva, natural de Murutinga do Sul, Estado de São Paulo, nascido em 12 de setembro de 1969 e residente em Andradina, SP. É graduado em Letras pelas Faculdades Integradas Rui Barbosa, de Andradina. Docente em Língua Portuguesa e em Língua Inglesa com cadeira efetiva na Escola Estadual Dr. Augusto Mariani em Andradina. É graduado em Letras pela Universidade Metropolitana de Santos e leciona Língua Espanhola, Gramática e Análise Linguística no Colégio Stella Maris – Sistema Anglo – em Andradina. É graduado em Pedagogia pelas Faculdades Integradas Urubupungá de Pereira Barreto, SP. É especialista em Língua Portuguesa pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, câmpus de Três Lagoas; é especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional, Alfabetização e Letramento pelas Faculdades Integradas Urubupungá, de Pereira Barreto, SP; é especialista em Neuropsicopedagogia Clínica e Institucional, Neuropsicologia, Psicomotricidade, Neuroeducação:neurociência e educação e Supervisão Escolar pelas Faculdade Metropolitana do Estado de São Paulo, Ribeirão Preto, SP e é mestrando em Ciência da Educação pela Emil Bruner World University.

Moises da Silva
Author: MOISÉS DA SILVAMoisés da Silva, natural de Murutinga do Sul, Estado de São Paulo, nascido em 12 de setembro de 1969 e residente em Andradina, SP. É graduado em Letras pelas Faculdades Integradas Rui Barbosa, de Andradina. Docente em Língua Portuguesa e em Língua Inglesa com cadeira efetiva na Escola Estadual Dr. Augusto Mariani em Andradina. É graduado em Letras pela Universidade Metropolitana de Santos e leciona Língua Espanhola, Gramática e Análise Linguística no Colégio Stella Maris – Sistema Anglo – em Andradina. É graduado em Pedagogia pelas Faculdades Integradas Urubupungá de Pereira Barreto, SP. É especialista em Língua Portuguesa pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, câmpus de Três Lagoas; é especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional, Alfabetização e Letramento pelas Faculdades Integradas Urubupungá, de Pereira Barreto, SP; é especialista em Neuropsicopedagogia Clínica e Institucional, Neuropsicologia, Psicomotricidade, Neuroeducação:neurociência e educação e Supervisão Escolar pelas Faculdade Metropolitana do Estado de São Paulo, Ribeirão Preto, SP e é mestrando em Ciência da Educação pela Emil Bruner World University.

Moises da Silva

Moisés da Silva, natural de Murutinga do Sul, Estado de São Paulo, nascido em 12 de setembro de 1969 e residente em Andradina, SP. É graduado em Letras pelas Faculdades Integradas Rui Barbosa, de Andradina. Docente em Língua Portuguesa e em Língua Inglesa com cadeira efetiva na Escola Estadual Dr. Augusto Mariani em Andradina. É graduado em Letras pela Universidade Metropolitana de Santos e leciona Língua Espanhola, Gramática e Análise Linguística no Colégio Stella Maris – Sistema Anglo – em Andradina. É graduado em Pedagogia pelas Faculdades Integradas Urubupungá de Pereira Barreto, SP. É especialista em Língua Portuguesa pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, câmpus de Três Lagoas; é especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional, Alfabetização e Letramento pelas Faculdades Integradas Urubupungá, de Pereira Barreto, SP; é especialista em Neuropsicopedagogia Clínica e Institucional, Neuropsicologia, Psicomotricidade, Neuroeducação:neurociência e educação e Supervisão Escolar pelas Faculdade Metropolitana do Estado de São Paulo, Ribeirão Preto, SP e é mestrando em Ciência da Educação pela Emil Bruner World University.

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