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A PSICOMOTRICIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR: FATORES RELEVANTES NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

por Andrea Araujo Rocha

A PSICOMOTRICIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR: FATORES RELEVANTES NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

 PSYCHOMOTOR SKILLS IN THE SCHOOL ENVIRONMENT: RELEVANT FACTORS IN THE LEARNING PROCESS

 

 

Andrea Araujo Rocha

Maria Aurenívia de Oliveira Viana Souza

Serli Araújo da Rocha

William Weyne Padilha Sobrinho

 

 

RESUMO

 

A perspectiva principal desse trabalho é destacar a relevância da Psicomotricidade no processo de aprendizagem e tem fundamentação teórica assentada em autores que dominam essa temática. Visa fornecer instrumentos necessários aos professores, sobretudo da Educação Infantil e do  Ensino Fundamental, de modo que os mesmos possam ter embasamento para visualizar sua práxis pedagógicas e quem sabe rever e aperfeiçoar oferecendo a sua clientela uma educação mais contextualizada, organizada, e que seja significativamente de forma planejada e eficiente para o processo de aprendizagem, desenvolvimento, transformação e humanização do sujeito. Realça-se que esta instrumentalização pedagógica deverá ocorrer por meio da leitura de textos que contemplem a importância da  psicomotricidade   para o processo de escolarização; Por isso proporciona-se por meio dessa leitura que se perceba que esta instrumentalização   seja feita com atividades práticas (oficinas) que envolvam o lúdico como: jogos coletivos e individuais, pois servirão de base para a mediação dos professores e poderão estimular o desenvolvimento de algumas funções psicológicas superiores dos alunos, tais como: memória, atenção, concentração e raciocínio. Sendo assim, este trabalho evidencia a importância do trabalho da Psicomotricidade no ambiente escolar voltado para o pleno desenvolvimento do sujeito, pois conforme pensamento de Lev Vygotsky: o homem não nasce humano, ele humaniza-se ao longo da história, através das suas relações com o meio.

Palavras-chave: Psicomotricidade; Aprendizagem; Humanização.

 

ABSTRACT

 

The main perspective of this work is to highlight the relevance of Psychomotricity in the learning process and has a theoretical foundation based on authors who dominate this theme. It aims to provide teachers with the necessary instruments, especially in Early Childhood Education and Elementary School, so that they can have the basis to visualize their pedagogical praxis and who knows how to review and improve it, offering their clientele a more contextualized, organized education, which is significantly in a planned and efficient way for the subject’s learning, development, transformation and humanization process. It is emphasized that this pedagogical instrumentalization should occur through the reading of texts that contemplate the importance of psychomotricity for the schooling process; Therefore, through this reading, it is possible to perceive that this instrumentalization is done with practical activities (workshops) that involve the ludic, such as: collective and individual games, as they will serve as a basis for the mediation of teachers and may stimulate the development of some higher psychological functions of students, such as: memory, attention, concentration and reasoning. Thus, this work highlights the importance of Psychomotricity work in the school environment aimed at the full development of the subject, because according to Lev Vygotsky’s thought: man is not born human, he humanizes himself throughout history, through his relationships with the middle.

 

Keywords: Psychomotricity; Learning; Humanization

                                                  

1 INTRODUÇÃO

 

 

A Psicomotricidade visa proporcionar e auxiliar o desenvolvimento da motricidade e o desenvolvimento global nas crianças para que consigam dominar e constituir um corpo uniformemente desenvolvido. No contexto escolar, através da psicomotricidade a criança passa por experiências e desenvolve sua individualidade, sua linguagem e socialização. Sendo assim, não há como pensarmos em aprendizagem se esta não estiver ligada ao movimento.          Desta forma, este trabalho de pesquisa se traduz em apresentar fatores relevantes no processo de aprendizagem tendo como enfoque a Psicomotricidade no ambiente escolar, visto que é uma prática pedagógica tendo como viés o movimento, pois está ligada ao desenvolvimento do ser humano, incidindo em todos os seus aspectos motores, emocionais, afetivos, intelectuais e expressivos, com o objetivo de complementar a ação educativa e assim desenvolver estratégias que propicia na aquisição do saber.

Através da psicomotricidade a criança passa a conhecer o seu corpo e suas possibilidades. Portanto, o conhecimento da criança do seu próprio corpo dará a ela condições de se situar no espaço, controlar o tempo e desenvolver habilidades e coordenação de gestos e movimentos que auxiliarão a interagir no meio em que estiver inserida de forma mais organizada e independente, visto que sua intervenção possibilita interações através de atitudes e integra também o corpo com a própria natureza.

Com base nessa premissa o objetivo desta pesquisa é de elencar a relevância da Psicomotricidade no processo de aprendizagem, bem como, instrumentalizar a práxis pedagógica do professor, tendo como suporte teórico e prático a Psicomotricidade, pois para que a aprendizagem se processe adequadamente, é indispensável o domínio das habilidades motoras.

Aprendizagem é um processo inerente na vida das pessoas, desde o momento que somos concebidos estamos nos desenvolvendo e aptos a aprender algo, pois a cada dia que se passa estamos em constante desenvolvimento e aprendendo coisas novas. No que se refere à aprendizagem da pessoa com TEA, conforme Carothers e Taylor (2004), o objetivo da educação de uma criança autista é o de aumentar sua independência, a fim de proporcionar mais segurança ao executar tarefas do cotidiano, além de melhorar a qualidade de vida da criança e de seus familiares.

Para ajudar a aprendizagem do autista à escola deve criar propostas pedagógicas de adaptações escolares especializadas, que atenda às necessidades e características individuais do aluno. Cada criança com autismo possui a capacidade de aprender, cada uma do seu jeito.

Por isso, deve-se dar suporte e individualizar os programas e intervenções educacionais conforme à necessidade de cada um. É importante trabalhar competências, estimular habilidades e apresentar um mundo de possibilidades para as crianças. No autismo, por exemplo, o processo de ensino-aprendizagem merece muita atenção por exigir o olhar e a prática aprofundados por parte dos professores.

Torna-se importante, enfatizar que a psicomotricidade tem um importante papel no desenvolvimento e na aprendizagem das crianças com autismo, pois contribui com a estrutura motora, sensorial e da linguagem. Trabalhar as habilidades psicomotoras no autismo, ajuda na construção da noção espacial e na interação com o meio e com o outro sendo estes fatores primordiais para suscitar a aprendizagem. Sendo assim, surge o seguinte questionamento: será que a prática psicomotora no processo de ensino das crianças com autismo se reflete na aprendizagem de forma significativa?

Mediante desse questionamento compreende-se então, que a escola se constitui de um ambiente privilegiado à aprendizagem, devendo ser o espaço ideal no qual os saberes são construídos, e a Psicomotricidade deve ser inserida no currículo como uma prática imprescindível para o desenvolvimento das habilidades motoras.

No contexto escolar a intervenção psicomotora pode acontecer tanto como reeducação; terapia e educação psicomotora. Para tanto, o desenvolvimento psicomotor é analisado e mensurado através de diferentes fatores, conforme alguns teóricos que embasaram este trabalho de pesquisa bibliográfica, dentre os quais: Fonseca (1995), que concebe a psicomotricidade sob o prisma da noção do corpo, estruturação espaço-temporal, lateralização, equilibração, tonicidade, praxia global e praxia fina. Lima e Barbosa (2007) que relacionam a psicomotricidade à afetividade, e Loureiro (2002) que tem uma visão geral da psicomotricidade amparada por três noções fundamentais: o movimento, o intelecto e o afeto.

A estrutura do trabalho de pesquisa inicia com as concepções sobre a Psicomotricidade perpassando pelo histórico, conceito e definições, proporcionando uma compreensão acerca da temática. Também foi pertinente enfatizar sobre as intervenções psicomotoras no processo de ensino

aprendizagem, suscitando a relação entre a educação e o lúdico e o jogo como recursos pedagógicos na educação, enquanto uma pratica pedagógica que contribui para o desenvolvimento da criança no processo de ensino aprendizagem, favorecendo os aspectos físicos, mental, afetivo, emocional e sócio cultural. E por fim, a metodologia e as interfases da abordagem metodológica que nortearam o desenvolvimento do referido trabalho, e as considerações acerca da relevância da temática no âmbito educativo.

 

 

1.      CONCEPÇÕES SOBRE A PSICOMOTRICIDADE

 

1.1 Histórico, Conceito e Definição

 

 

Fonseca (1988) informa que etimologicamente podemos definir o termo psicomotricidade como oriundo do grego psyqué = alma/mente e do verbo latino moto = mover frequentemente, agitar fortemente. A terminologia está ligada ao movimento corporal e sua intencionalidade.

         Entretanto, de acordo com a literatura acerca da Psicomotricidade o tema surgiu a partir do discurso médico, o que se deve a necessidade de compreender e estudar as estruturas cerebrais e para classificação de fatores patológicos. Foi apenas no século XIX, que a Psicomotricidade foi analisada a partir do estudo do corpo, atraves das pesquisas de neurologistas e depois por psiquiatras, ou seja, as primeiras pesquisas que dão origem ao campo psicomotor correspondem a um enfoque eminentemente neurológico.

De acordo com Fonseca (1995), Wallon foi o principal responsável pelo nascimento do movimento da reeducação psicomotora, sendo considerado o grande pioneiro da psicomotricidade, pois direcionou sua análise sobre os estágios e os transtornos do desenvolvimento mental e motor da criança, sendo assim mostra em seus estudos uma diferença que nos permite relacionar o movimento ao afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo (WALLON, 1978).

 

O movimento não é puramente um deslocamento no espaço, nem uma simples contração muscular, e sim, um significado de relação afetiva com o mundo, assim, para o autor, o movimento é a única expressão e o primeiro instrumento do psiquismo. Neste contexto, pode-se dizer que o desenvolvimento motor é precursor de todas as demais áreas. (WALLON, 1995, p. 01).

 

Conforme Levin (2004) a psicomotricidade começou a diferenciar de outras ciências, adquirindo sua própria especificidade e autonomia. Portanto essa mudança aconteceu devido o surgimento de técnicas ligadas aos distúrbios psicomotores propostas pelo psiquiatra Julian de Ajuriaguerra, pois estava centrado no corpo em sua relação com o meio. Foi Ajuriaguerra  quem redefiniu o conceito de debilidade motora, passando a considerá-la como sendo uma síndrome com suas próprias particularidades. E sendo assim, delimitou os transtornos psicomotores que transitam nas esferas do neurológico e do psiquiátrico. Essa foi uma enorme contribuição, pois com isso possibilitou que a Psicomotricidade adquirisse sua especificidade e autonomia em relação às demais disciplinas, consolidando desta forma as bases da evolução psicomotora.

Ajuriaguerra (1976) tem a sua atenção, ao desenvolvimento da criança, voltada para a relação do corpo com o meio. Ele defende que a evolução da criança ocorre pela conscientização dela em relação ao seu corpo e trata o corpo como uma unidade essencial para o desenvolvimento da esfera mental, afetiva e motora. A organização e construção da personalidade são efetivadas por meio das experiências corporais conquistadas na vivência da criança (COSTALLAT, 2002).

Para Ajuriaguerra

 

[…] a evolução da criança é sinônimo de consciencialização e de conhecimento cada vez mais profundos do seu corpo, ou seja, do seu eu total. É com o corpo, diz-nos este autor, que a criança elabora todas as suas experiências vitais e organiza a sua personalidade única, total e evolutiva […]. (1956, apud FONSECA, 2008, p.104),

 

Desta forma, percebe-se que os estudiosos franceses, no campo da Psiquiatria e da

Psicologia Infantil, tiveram uma grande contribuição na história e difusão da Psicomotricidade em todo o mundo. Estas contribuições muito avançaram e são valiosas para firmar o conceito da psicomotricidade e as ações metodológicas para o desenvolvimento da aprendizagem, principalmente porque determinados aspecto requer um desempenho motor desenvolvido.

Segundo Le Boulch (1986, p.25),

 

A educação psicomotora deve ser uma considerada como uma educação de base. Ela condiciona todos os aprendizados escolares, levando o sujeito a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, situar-se no espaço, a dominar o tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus gestos. A educação psicomotora deve ser praticada. A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de desde a mais tenra idade, conduzida com perseverança permite prevenir inadaptações, difíceis de corrigir quando já estruturadas.

 

Portanto, a psicomotricidade para Le Boulch (1983) justifica sua ação pedagógica colocando em evidencia a prevenção das dificuldades pedagógicas, dando importância a uma educação do corpo que busque um desenvolvimento total da pessoa, tendo como principal papel na escola preparar seus educandos para vida, utilizando métodos pedagógicos significativos, visando auxiliar o desenvolvimento da criança de forma adequada, contribuindo dessa forma para um desempenho satisfatório em todos os aspectos da vida.

Tendo em vista que a Psicomotricidade pode ser concebida através de três vertentes, dentre as quais a reeducativa, terapêutica e educativa. No âmbito escolar o que prevalece é a educação psicomotora, que é uma atividade de caráter preventivo, aplicada principalmente na prática pedagógica no contexto da educação infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental, tendo como foco o desenvolvimento global do indivíduo por meio dos movimentos, com atividades que estimulem as vivências corporais, desafiando os alunos a alcançarem suas zonas de desenvolvimento, como defende Vygotsky.

A Educação Psicomotora proporciona atividades escolares, que não podem ser conduzidas se a crianças não tiver alcançado a consciência do seu corpo, o desenvolvimento da lateralidade, se não tiver adquirido habilidades e coordenação de seus gestos e movimentos.

Entretanto, foi na década de 70 que a psicomotricidade teve realmente destaque no Brasil, porém os profissionais utilizavam na sua aplicação métodos por meio da prática corporal na reeducação e educação, generalizavam tudo como psicomotricidade. Aos poucos foram surgindo profissionais que mesclaram as contribuições de vários métodos com a prática corporal, visando estabelecer uma linha de trabalho mais aplicável à nossa realidade, relacionando o aspecto psicomotor à afetividade, ao emocional. Assim, o conceito Psicomotricidade se destacou por ganhar a uma expressão significativa, quando fala de uma profunda solidariedade existente entre atividade psíquica e atividade motora.

Complementando esse pensamento, Alves (2011, p.13) diz que:

 

A Psicomotricidade é o corpo, a ação e a emoção. A Psicomotricidade não deseja ser exclusiva nem pretende solucionar todos os problemas surgidos e os que podem surgir. Ela necessita da evolução cognitiva, do intelecto, da expressão e do motor para que possa contribuir na educação do indivíduo de um modo gera

 

Com base nessa premissa compreende-se que é primordial que todo o processo ensino-aprendizagem seja planejado de forma significativa e organizado levando em consideração os sujeitos envolvidos, enfatizando todos os seus aspectos. Para tanto, o professor enquanto mediador atuando nesse contexto de ensino-aprendizagem deve estar atento e consciente de sua função e responsabilidade como educador, se apropriando do conhecimento do aluno, analisando suas habilidades, potencialidades e a forma como consegue participar das atividades propostas na psicomotricidade.

Segundo o que diz a Associação Brasileira de Psicomotricidade, no código de ética do psicomotricista no seu art. 1º:

 

Art. 1º – A Psicomotricidade é uma ciência que tem como objetivo, o estudo do homem através do seu corpo em movimento, em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Está  relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito, cuja ação é resultante de sua individualidade e sua socialização. (ABP, 2005).

 

Portanto, a psicomotricidade tem uma importante contribuição visando proporcionar prontidões para diversas formas de usos dos movimentos, que permitirão a construção de novos conhecimentos o que promove o seu desenvolvimento cognitivo

 

2.     AS    INTERVENÇÕES     PSICOMOTORAS    NO    PROCESSO    DE    ENSINO

APRENDIZAGEM

 

De acordo com as vivências experienciadas por cada indíviduo, estas acabam estimulando de alguma forma o seu desenvolvimento de maneira que este possa atuar com mais autonomia em seu dia a dia como um sujeito ativo, dinâmico e criativo, evoluindo em sua capacidade de transformar a sua própria realidade e a realidade que está em sua volta.

Segundo Oliveira (2005, p.9) ressalta:

 

A Psicomotricidade auxilia e capacita melhor o aluno para uma melhor assimilação das aprendizagens escolares, por isso procura trazer os seus recursos para dentro da sala de aula, tanto no âmbito da educação quanto da reeducação psicomotora. Um bom desenvolvimento psicomotor proporciona ao aluno algumas capacidades básicas a um bom desempenho escolar, dando-lhe recursos para que se saia bem na escola, aumentando seu potencial motor. A psicomotricidade, pois, se caracteriza por uma educação que se utiliza do movimento para atingir outras aquisições mais elaboradas, como as intelectuais.

 

A psicomotricidade, portanto, atua no desenvolvimento da criança, como uma ferramenta que colabora para a melhoria da coordenação motora, assim como também nas tarefas de ação global e fina, que consequentemente ajudará na aprendizagem da escrita, leitura, concentração e no desenvolvimento do raciocínio lógico, ou seja, nos aspectos da cognição Para tanto, Rocha (2011, p.58) afirma que,

A Psicomotricidade pode se utilizar de jogos, dinâmicos, atividades livres e/ou direcionadas para trabalhar as áreas psicomotoras que são: Equilíbrio, Coordenação Motora Global ou ampla, Coordenação Motora Fina, Esquema

Corporal, Lateralidade, Estrutura Espacial, Estrutura Temporal, Ritmo, Percepção, Atenção, Concentração, Memória (tais nomenclaturas vão variar de acordo com o teórico estudado.

 

Desta forma, as intervenções psicomotoras tem uma contribuição efetiva para a formação do sujeito e a estruturação do mesmo, objetivando incentivar a prática de movimentos em todas as etapas da vida do ser humano servindo de âncora para toda e qualquer aprendizagem. Pois no percurso do seu desenvolvimento a criança depende de uma série de habilidades a serem desenvolvidas em sua trajetória evolutiva, para tanto, precisa constantemente explorando suas diversas capacidades individuais e colocando em movimento seu corpo e sua mente.

Mendonça (2011, p.20), nesta perspectiva diz que:

 

A Psicomotricidade tem o objetivo de trabalhar o indivíduo com toda sua história de vida: social, política e econômica. Essa história se retrata no seu corpo. Trabalha também o afeto e o desafeto do corpo, desenvolve o seu aspecto comunicativo, dando-lhe a possibilidade de dominá-lo, economizar sua energia, de pensar seus gestos, a fim de trabalhar a estética, de aperfeiçoar o seu equilíbrio. Psicomotricidade é o corpo em movimento considerando o ser em sua totalidade. Engloba várias outras áreas educacionais, pedagógicas e da saúde, por ter o homem como objeto de estudo. O desenvolvimento é crescente tanto no aspecto físico quanto no intelectual e afetivo, e tudo depende de influências comuns. As diferenças de ambiente familiar e meio social em que vivem vão definir seu desenvolvimento.

 

Mediante a colocação de Mendonça (2011) fica implícito que a Psicomotricidade prioriza um trabalho harmonioso entre corpo e mente, visando com isto ao desenvolvimento e aprendizagem do indivíduo de forma global, considerando o meio e o papel do adulto ou de outra pessoa com mais experiência como a principal fonte de intermediação.

Conforme enfatiza Fonseca (2010, p.12),

 

Por meio do corpo e da sua motricidade, a presença do ser humano no mundo é assegurada, mas, ao contrário dos outros animais, o seu processo neuropsicomotor, único e exclusivo, permitiu não apenas adaptar-se a ele, mas também transformá-lo radicalmente. É por meio da motricidade que entramos em contato com os objetos e os podemos fabricar e usar, é também por meio dela que exprimimos as nossas emoções e os nossos estados de espírito, e é nela igualmente que se fundamenta a comunicação, não verbal e verbal, com os nossos semelhantes.

 

Sobre isto, Fonseca (2010, p.13) enfatiza que: “O meio ambiente envolvente onde o indivíduo nasce e se desenvolve e reproduz, pressupõe, necessariamente, uma transcendente mediatização social e uma elaborada transferência e aprendizagem cultural”.

Segundo Oliveira (2005, p.30), o “indivíduo não é feito de uma só vez, mas se constrói paulatinamente, através das interações como meio e de suas próprias realizações e, a Psicomotricidade desempenha aí um papel fundamental”. Fonseca (2004, p.10) complementa expondo que,

A Psicomotricidade subentende uma concepção holística do ser humano, e fundamentalmente de sua aprendizagem que tem por finalidade associar dinamicamente o ato ao pensamento, o gesto à palavra e as emoções aos símbolos e conceitos; ou, numa linguagem mais neurocientífica, associar o corpo, o cérebro e os ecossistemas envolventes, ou seja, tudo o que faz um movimento ser inteligente ou psiquicamente elaborado e controlado.

De acordo com Fonseca (2010, p.23):

 

A imensa complexidade do nosso cérebro emerge do nosso Eu integrado, da sua extraordinária processabilidade para a ação e para a interação com os outros. Em certa medida, somos produtos de outras mentes e da nossa própria mente, aí está, a nossa transcendência e, por  essa evidência sócio-histórica, evoluímos como hominídeos e  transformamo-nos em humanos.

 

O trabalho da Psicomotricidade voltado para o pleno desenvolvimento do indivíduo deve basear-se nesta visão de que o homem não nasce humano ele humaniza-se ao longo da história, através das suas relações com o seu meio social.

 

 2.2. A educação e o lúdico

 

No contexto educacional os jogos são uma ótima proposta pedagógica para usar em sala de aula, tendo em vista que visa proporcionar a socialização entre alunos, propiciando o desenvolvimento dos aspectos sócios afetivos e cognitivos, uma vez que durante a ação do jogo a criança precisa se adequar as regras estabelecidas, utilizando estratégias para resolver situações problemas, além de trabalhar também a espontaneidade, coordenação, inteligência, linguagem, e autoconfiança sem contar com o prazer de realizar uma tarefa. Segundo Piaget (1978, p. 122) “os jogos de regras constituem a atividade lúdica do ser socializado”.

Segundo alguns teóricos, dentre os quais Machado e Nunes (2011, p.20), o universo do lúdico é permeado de vivências no qual a criança se insere constantemente em movimento. Através mundo da imaginação, a criança entra na fantasia, no “faz de conta”, a partir do jogo e da brincadeira, transforma elementos simples em uma atividade importante e, a partir dela, explora e vivencia questões sobre o mundo que a cerca com emoção, prazer e verdade.

Para Vygotsky (1989, p. 53):

 

A ação imaginária contribui para o desenvolvimento das regras de conduta social, onde as crianças, através da imitação, representam papéis e valores necessários à participação da mesma vida social que elas internalizam durante as brincadeiras em que imitam comportamentos adultos.

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Dentro deste enfoque Machado e Nunes (2011, p.23) evidenciam que “na atividade lúdica, o que importa não é apenas o produto da atividade e o que dela resulta, mas também a própria ação, o momento vivido”. O brincar é concebido como o primeiro contato com as futuras ações da vida adulta, sendo assim na ação da brincadeira a criança se relaciona com as pessoas e objetos ao seu redor, aprendendo o tempo todo com as experiências. São essas vivências, na interação com as pessoas de seu grupo social, que possibilitam a apropriação da realidade, da vida e toda sua plenitude (KISHIMOTO, 1996, p.146).

Kyrillos e Sanches (2011, p. 159) expõem que,

 

A partir do potencial lúdico, por meio de brincadeiras e jogos, a criança vai estruturando e construindo seu mundo interior e exterior que, apesar de se manterem individualizados, deverão estar sempre inter- relacionados na busca de maior e mais harmônica interação com o  ambiente.

O brincar é uma prática predominante na infância, entretanto, no ambiente escolar vem se traduzindo em oportunidade da criança descobrir, criar, inventar e reorganizar seus conhecimentos assim como também aprender enquanto brinca. Para Negrine (2001, p.32), “Essa aprendizagem não acontece só na escola, mas também em todos os ambientes que possam gerar mediações pedagógicas”.

Paralelo ao pensamento de Negrine, Kyrillos e Sanches (2011, p.158) afirmam que,

A escola é uma instituição social onde a criança passa a maior parte do seu dia e, portanto deve ser ela a proporcionar para seus alunos a integração de todo conhecimento que eles receberem em nível: corporal, mental, emocional e social, trabalhando o aluno como um ser multidimensional, onde a sua motricidade interage de forma complexa com as capacidades cognitivas, sociais e afetivas.

 

A escola é um espaço que visa promover ações e interações de significativa influência no processo de ensino e aprendizagem dos alunos, pois ao brincar as crianças se divertem através da socialização umas com as outras. Quando a criança brinca, ela é espontânea, livre e na educação da criança encontramos um papel social que é “valorizar os conhecimentos que as crianças possuem e garantir a aquisição de novos conhecimentos” (MEYER, 2008, p. 44).

Portanto, cabe ao professor ser o mediador da aprendizagem, buscando metodologias que inclua brincadeiras, dinâmicas, tornando suas aulas mais atrativas para as crianças, visando o objetivo de formar seres atuantes, participativos, reflexivos, autônomos e críticos, capacitados para resolver situações.

Sobre a importância da ludicidade na educação Finck (2007, p.112), em seus estudos ressalta que,

(…) a ludicidade possibilita a organização dos diferentes conhecimentos numa abordagem metodológica com a utilização de estratégias desafiadoras. Assim o aluno se sente mais motivado para aprender, pois tem mais prazer em descobrir e o aprendizado é permeado por um desafio constante.

Essa autora expõe ainda que,

 

A prática pedagógica com um caráter lúdico possibilita também ao professor organizar as atividades pedagógicas com os alunos de maneira a permitir-lhes vivenciar as situações de ensino-aprendizagem com seus pares, elaborando seus conhecimentos, conquistas e dificuldades (FINCK, 2007, p. 112).

 

Partindo do que foi exposto acima constata-se que a ludicidade é de fato um importante aspecto no processo da escolarização, uma vez que o ato de brincar também deve ser considerado como um meio educativo, dependendo para isto do olhar e intermediação do adulto que, neste caso específico, se torna o educador, o qual deve oferecer opções didáticas diferenciadas, como as atividades lúdicas proporcionam, para que a criança sinta-se motivada a pensar.

 

2.3. O jogo como Recurso Pedagógicos na Educação

 

 

Para Kishimoto (2005, p.13) “tentar definir o jogo não é tarefa fácil. Quando se pronuncia a palavra jogo cada um pode entendê-la de modo diferente”. Kishimoto expõem ainda que:

Todos os jogos possuem peculiaridades que os aproximam ou distanciam. Enquanto fato social, o jogo assume a imagem, o sentido que cada sociedade lhe atribui. É este o aspecto que nos mostra que, dependendo do lugar e da época, os jogos assumem significações distintas. Enfim, cada contexto social constrói uma imagem do jogo conforme seus valores e modo de vida que se expressa por meio da linguagem (KISHIMOTO, 2005, p.17).

 

Com base nessa premissa Machado e Nunes (2011, p. 24) expõem que “o  jogo e a brincadeira estão presentes em todas as fases da vida dos seres humanos, tornando especial a sua existência”. Inclui-se neste contexto, a relevância do jogo para desenvolvimento da criança. Assim Finck (2007, p. 122) afirma que:

 

A importância do jogo no universo da criança, principalmente durante o processo de escolarização, tem sido evidenciada por vários estudiosos da aprendizagem e do desenvolvimento como um fato indiscutível, no sentido de que as crianças brincam grande parte de seu tempo e também porque o jogo constitui um dos recursos de ensino mais eficientes para a criança adquirir conhecimentos sobre a realidade.

 

Dessa forma, é perceptível que a ludicidade estabelece uma interfase com a psicomotricidade, pois desde o nascimento a criança usa a linguagem corporal para conhecer a si mesma, para relacionar-se com seus pais, para movimentar-se e descobrir o mundo. No ato de brincar e jogar a criança expressa suas emoções através do movimento.

Para Machado e Nunes (2011, p. 39) “ao brincar e jogar, a criança fica tão envolvida com o que está fazendo que coloca na ação seu sentimento e emoção”. Nessa mesma linha de raciocício Kishimoto (2005, p. 36) estabelece que:

 

Ao permitir a ação intencional (afetividade), a construção de representações mentais (cognição), a manipulação de objetos e o desempenho de ações sensório-motoras (físico) e as trocas de interações (social), o jogo contempla várias formas de representação da criança ou suas múltiplas inteligências, contribuindo para a aprendizagem e ao desenvolvimento infantil.

 

Sendo assim, Finck (2007, p.124) preconiza que “o jogo é reconhecido como meio de fornecer à criança um ambiente agradável, motivador, planejado e enriquecido, que possibilita a aprendizagem de várias habilidades”. A autora ressalta também que a atividade lúdica do jogo, possibilita à criança vivenciar a brincadeira e a fantasia, sendo reconhecida por grande parte dos educadores como uma ferramenta didática que oferece inúmeras possibilidades pedagógicas.

A afirmação de Machado e Nunes (2011, p.29) pode ser constatada na prática cotidiana quando salientam que “cabe ao professor criar situações adequadas para provocar curiosidade na criança e estimular a construção de seu conhecimento”. Estes mesmos autores confirmam que a tarefa básica do educador deve estar empenhada em “seduzir” o aluno, para que ele dse interesse e com o desejo venha a aprender.

Conforme Machado e Nunes (2011, p.37) “os jogos e as brincadeiras podem ser capazes de fornecer à criança a possibilidade de ser um sujeito ativo, construtor do seu próprio conhecimento, alcançando progressivos graus de autonomia diante das estimulações do seu ambiente.”.

Analisando as reflexões de Machado e Nunes, Finck, Kishimoto percebe- se que os jogos se mostram um exemplar recurso didático, do qual o professor pode e deve lançar mão para que o processo de escolarização e humanização possa acontecer no âmbito das instituições escolares de forma mais participativa, ativa, agradável, prazerosa e harmônica.

O professor como intermediador em todo o processo de escolarização e também um dos responsáveis pela humanização do educando precisa acreditar na convivência entre a habilidade de jogar e o contentamento em aprender.

 

3. METODOLOGIA

 

3.1. Descrição e amostra da pesquisa

 

No desenvolvimento da pesquisa caracterizada como qualitativa, teve como abordagem um estudo bibliográfico a partir de várias leituras por meio de livros, artigos científicos e materiais disponibilizados pela internet, com a finalidade de aprofundamento sobre a temática em questão. Configurando-se também de natureza exploratória, pois abre uma discussão no contexto escolar, elencando a relevância das intervenções tendo como recurso a psicomotricidade no processo de aprendizagem.

Segundo Cervo e Bervian (1976, p. 69):

 

Qualquer tipo de pesquisa em qualquer área do conhecimento, supõe e exige pesquisa bibliográfica prévia, quer para o levantamento da situação em questão, quer para a fundamentação teórica ou ainda para justificar os limites e contribuições da própria pesquisa.

 

A pesquisa bibliográfica é fundamental para obtenção de novas informações que enriquecem o trabalho, proporcionando mais conhecimentos a cerca do tema, logo este foi o primeiro passo para a pesquisa, pois proporciona reflexões sobre os fatos.

Segundo Markoni e Lakatos (2010), esse tipo de pesquisa faz com que o investigante busque com mais exatidão as informações precisas para o que deseja comprovar como veracidade da proposta apresentada.

 

[…] tem como propósito colocar o pesquisador em contato direto com tudo que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto […]. Sendo assim a nossa pesquisa é de natureza bibliográfica […]. Tendo como objetivo oferecer a resolução de problemas e ideias (MARKONI e LAKATOS, p. 29, 2010).

 

3.2.Técnicas de Investigação

 

O trabalho teve como técnicas de investigação desenvolver uma pesquisa bibliográfica com base em alguns teóricos que destacam a importância da psicomotricidade na aprendizagem. As informações foram obtidas a partir de um levantamento literário. Em seguida foi feita a compilação, reunindo de forma sistemática o material bibliográfico de acordo com a estrutura previamente definida.

3.3. Coleta de dados

 

A coleta de dados numa pesquisa bibliográfica é elemento imprescindível para detectar a realidade daquilo que se deseja conhecer e analisar. Segundo Cervo e Bervian (2002):

 

A coleta de dados é uma etapa da pesquisa que objetiva adquirir informações sobre a realidade. O método concretiza-se como um conjunto das diversas etapas ou passos que devem ser dados para a realização da pesquisa. Esses dados são as técnicas (p. 12).

 

Foi realizada uma busca de trabalhos similares sobre o tema para identificar as ideias dos principais autores, após leituras e anotações dos principais pontos, teve inicio a construção de texto, sempre recorrendo a informações relevantes e procurando destacar os pontos mais importantes de acordo com a realidade do público alvo que se deseja atingir.

3.4. Análise dos dados

 

Essa etapa é bastante relevante, pois permite ao pesquisador se aprofundar sobre a temática em questão.

A verificação dos dados, transcritos, possibilitou um aprendizado ativo comparando o pensamento dos autores com a concepção acerca da psicomotricidade no espaço escolar, suscitando traçar um paralelo entre a teoria e a pratica psicomotora desenvolvida.

 

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

 

A psicomotricidade precisa ser contemplada por políticas públicas de ensino e aprendizagem e de estrutura para atender o perfil desejado e esperado do professor, além dos resultados esperados de uma educação de qualidade.

A referente temática acerca da psicomotricidade traz à luz os educadores que abraçam a educação como o meio de transformação, e que podem ser aprimoradas com o uso de ferramentas que auxiliam a criança no seu desenvolvimento de forma integral e harmoniosa.          Ressalta-se no contexto do desenvolvimento da criança, que é preciso respeitar às etapas. Ou seja, o educador, ciente dessas fases, se conscientiza de que a educação infantil é precursora na elaboração de propostas exequíveis e de qualidade no desempenho psicomotor infantil.

Ora exposto, os objetivos do referido trabalho foram alcançados, de forma que houve uma clara observância que, no que tange ao contexto escolar, o espaço educacional precisa melhorar sempre mais. Neste sentido de atender às expectativas de transformação, quando se trabalha a psicomotricidade como um componente importante no aprimoramento da educação física.

A atividade docente do professor de educação física que busca mudanças e uma prática que valorize a educação física enquanto uma área do conhecimento escolar que deve contribuir com a formação do aluno pauta-se na busca de saberes e conhecimentos que exigem dele uma formação cultural bastante ampla, não se limitando, em termos de acervo cultural, ao fenômeno esportivo, o que lhes possibilita tematizar outras práticas corporais que enriquecem e ampliam a perspectiva de compreensão da educação física no cenário social.           Sendo assim, é necessário que as Escolas de Educação básica ofereçam aulas dinâmicas que envolvam instrumentos de psicomotricidade, com intuito de possibilitar um vasto repertório motor para as crianças, principalmente nos dias atuais, em que pelas circunstâncias de vulnerabilidade que a vida se apresenta, as crianças veem sofrendo mais privações de espaço para brincar e liberdade de locomoção. Só posteriormente, devemos nos preocupar com o desenvolvimento de uma movimentação mais específica. É fundamental alertar pais, direção e professores sobre estas questões.

Porém, a psicomotricidade vai além de oferecer simplesmente um ambiente adequado e adaptado para crianças. A psicomotricidade abrange o universo completo da criança que envolve o desenvolvimento motor, afetivo e cognitivo inserido no contexto psicossocial. Com uma boa elaboração de planejamento visando a interdisciplinariedade com outras  áreas a Pedagogia e pode atuar em conjunto visando uma aplicação maior da Psicomotricidade na Educação das crianças. Dessa forma, convém observar que o professor precisa permanecer em constante formação e evolução no seu aprendizado para desenvolver capacidade refinadas de observar as particularidades e implicações das crianças e assim poder trabalhar os conteúdos adequados, fazendo as adaptações necessárias para atender com equidade, sem discriminação, favorecendo a inclusão de todos.

Assim, percebe-se que a psicomotricidade tem muito a oferecer para o desenvolvimento das crianças, pois é uma área muito abrangente que atua na Educação, na reeducação e como fator terapêutico, auxiliando na evolução e crescimento de cada indivíduo.  A psicomotricidade trabalha a questão da imagem corporal, realizando na criança percepções do conhecimento do seu próprio corpo e de todas suas partes integrantes e suas funções. Por exemplo, com a lateralidade, os lados direito e esquerdo do corpo da criança são trabalhados e estimulados, a orientação espaço-temporal possibilita a criança se situar no tempo e no espaço. Olhando por estes aspectos, a criança vai desenvolver o senso de direção, de tempo e espaço. A coordenação motora fina e global é trabalhada da forma geral para a mais específica, incentivando assim o desenvolvimento integral. Os Jogos de memória, sobretudo, são utilizados para aprimorar a parte intelectual e de raciocínio das crianças.

Pode-se concluir que existem muitas atividades psicomotoras que podem ser planejadas, criadas de forma adaptada  para fomentar a educação das crianças, e que os docentes precisam estar  aptos e atualizados para realizar esse trabalho primoroso; Conclui-se ainda que deve haver maior integração entre Estado, escola e família para promover na prática essa Educação Inclusiva de  forma natural, integrante e positiva para essas crianças.

Considerando que a psicomotricidade e a aprendizagem estão intrinsicamente interligadas, uma vez que são metodologias que visam trabalhar além do desenvolvimento cognitivo, um maior conhecimento com o corpo em movimento, para proporcionar à criança um desenvolvimento motor maior de forma a alcançar também seu afetivo social. Por meio das atividades motoras, a criança desenvolve a cognição, já que as experiências corporais modificam o intelecto, a vida afetiva e as ações motoras do indivíduo.

Nesse liame de que o espaço escolar contribui na formação humana da criança, a psicomotricidade tem na sua importância o desempenho das potencialidades que a criança tem. Com isso, o professor surge com a finalidade de explorar tais potencialidades, entendendo a psicomotricidade e seus objetivos.

Todavia, as escolas, principalmente as instituições públicas, precisam avançar quanto à implementação de aulas, no sentido de favorecer a psicomotricidade como uma prática, sendo como recurso essencial na consolidação de uma educação  ideal.

Qualquer estabelecimento de ensino é uma instituição com fim social creditada pela sociedade para fazer cumprir e promover educação de qualidade. Se não cumpre, não faz sentido existir. O ambiente escolar tem problemas diversos e variados e, às vezes, assume papéis que não são seus. Como ente público, a escola tem as funções de socializar, desenvolver e aprimorar os conhecimentos socialmente produzidos.

Em resumo, se faz necessário que as Escolas ofereçam aulas alinhadas uma pedagogia que vise o desenvolvimento psicomotor desde a introdução das crianças nas séries iniciais no sentido de possibilitar um rico repositório motor para essas crianças, que têm como primazia o instinto de brincar, correr, saltar. Todas as aulas desde as disciplinas mais tradicionais como as de esporte e jogos como a Educação Física devem ser efetuadas nas escolas como um momento em que as crianças podem utilizar-se da ludicidade e desenvolver ao máximo suas potencialidades tanto nos aspectos cognitivos, afetivo- social e motor conjuntamente.

 

 

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Arquivo – Artigo_Imperium_Serli, Andrea, Nívea, W._Psicomotricidade

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